OS PRINCIPADOS E POTESTADES… E A MENTE DE PAULO

Potestades


OS PRINCIPADOS E POTESTADES… E A MENTE DE PAULO

 

 

O que, em suma, Paulo diz sobre a questão?

 

Paulo estava bem certo de que, nem a morte, nem a vida, nem anjos, nem principados, nem coisas presentes, nem futuras, nem potestades tivessem ainda poder sobre nós.

 

Tais “estados” de poder espiritual jamais teriam o poder de se interpor na nossa relação com a Graça de Deus.

 

Ele diz isto embora lembrasse que em outros tempos, todos nós, andávamos segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos de desobediência…

 

Mas esse tempo acabou.

Está Consumado!

 

Paulo sabia também que, embora não mais sob tais poderes, mas continuamos tendo que lidar com essas forças no nosso dia a dia, pois a nossa batalha não é contra as expressões do poder humano e suas materialidades…mas sim contra os principados, contra as potestades, contra as forças do mundo destas trevas, contra as hostes espirituais da iniqüidade nas regiões celestes.

 

Paulo olha esses poderes como forças rebeladas contra Deus ou como “camadas de resistência” ao entendimento humano da verdade.

 

Mas não dá a eles nenhum poder autônomo. Afinal, essas forças, estados, poderes e ordens espirituais, foram criadas como todas as demais coisas nos céus e na terra.

 

Esses poderes são feitos de outra forma de energia—aos nossos sentidos, são invisíveis—, porém fazem parte da criação, como qualquer outra criatura ou ente, tanto no mundo das coisas visíveis como na dimensão das coisas invisíveis—sejam tronos, sejam soberanias, sejam principados, sejam potestades.

 

Sim! tudo foi criado por Jesus e para Jesus!

 

E de onde vem o poder deles sobre os seres humanos?

 

Paulo nos diz que o poder dos principados e potestades espirituais alimenta-se da produção dos humanos, à semelhança da figura da serpente, que se “alimenta do pó da terra”; ou seja: da produção dos humanos…

 

E a maior produção humana que serve os melhores banquetes a tais poderes, é a culpa.

 

Eles se alimentam das produções da culpa que se transforma em pecado, transgressão, instituição, cultura e religião—sobretudo, eles alimentam-se “do escrito de dívidas” que a Lei representava.

 

Para nos livrar da força desses poderes, Jesus “rasgou o escrito de dívidas que havia contra nós, e que nos era prejudicial” e, assim, despojou os principados e as potestades…e os exibiu publicamente ao desprezo…triunfando sobre eles Cruz.

 

A Graça seca o poder desses bichos invisíveis!

 

Paulo, no entanto, diz que os principados e potestades aprendem a sabedoria de Deus com a igreja.

 

É!!! Eles aprendem, por incrível que pareça…

É isto mesmo que Paulo diz…

Pasmem…mas é verdade.

 

Na visão do apóstolo é a multiforme graça e sabedoria de Deus experimentados pela igreja como vida liberta pela Graça de Jesus, aquilo que deixa os poderes espirituais em estado de perplexidade!

 

O contexto no qual ele faz essa afirmação é de total importância para a nossa compreensão do significado desse aprendizado dos poderes invisíveis ante a manifestação das variadas expressões da Graça de Deus sobre a igreja.

 

Ele diz que essa é a razão dele, Paulo, ser o prisioneiro de Cristo Jesus por amor dos pagãos…

 

E prossegue afirmando com outras palavras, mas que não significam nada diferente do que aqui faço síntese, pois ele diz em essência o seguinte:

 

Se é que vocês têm ouvido acerca da dispensação da graça de Deus em mim e em favor de vocês, que não são Judeus.

 

Tudo recebi como revelação!

 

Assim me foi manifestado o mistério, conforme em poucas palavras escrevi a vocês.

 

Meu desejo é que quando vocês lerem…possam perceber a minha compreensão do mistério de Cristo.

 

O fato é que por muitas gerações esse mistério esteve oculto dos humanos, mas agora o Espírito Santo revelou essas coisas aos apóstolos e profetas do Evangelho de Jesus.

 

E que mistério é esse?

 

Ora, a revelação é simples, mas faz toda a diferença. Ou seja, o mistério que Deus nos revelou é que os povos de todas as culturas da Terra—mesmo os mais distantes dos costumes dos judeus—, são agora, por causa do que Jesus fez por nós, co-herdeiros e membros do mesmo corpo e co-participantes da promessa da salvação, em Cristo Jesus, por meio do Evangelho.

 

Aliás, essa é a causa de minha vida.

 

É por ela que me esforço.

 

Meu chamado é dizer ao mundo inteiro que a Porta está aberta para todos.

Dessa Boa Nova eu fui feito ministro, segundo o dom da graça de Deus que me foi dada…conforme a operação do poder de Deus em mim.

 

Imaginem só a ironia.

Isso tudo foi revelado a mim…

 

Com tanta gente mais qualificada…ou há mais tempo sabendo de Jesus…mas foi a mim que Deus decidiu revelar essas coisas com toda clareza.

 

Logo eu…logo a mim…o menor de todos os santos me foi dada esta graça de anunciar ao mundo inteiro as riquezas inescrutáveis de Cristo.

 

O tamanho desse privilégio é inominável.

 

Afinal, isto esteve oculto aos olhos de muita gente boa por séculos e séculos, mas Deus, livremente e por razões só Dele, decidiu me escolher a fim de demonstrar a todos qual seja a aplicação do mistério que desde todos os séculos esteve oculto em Deus, que tudo e todos criou.

 

E entre os mistérios dessa revelação que salva o mundo, há uma a mais:

 

Deus quer que esse mistério da Graça, que ninguém conheceu antes, seja agora também conhecido pelos principados e potestades, por meio da igreja…e, assim, aos principados e potestades nas regiões celestes, aprendam a sabedoria de Deus.

 

Quando Jesus rasgou os escrito de dívidas de todos os homens, os principados e potestades ficaram “sem chão”. Agora o poder deles depende de que os homens ou não saibam ou não creiam que já não há mais nenhuma condenação para os que estão em Cristo Jesus.

Uma vez que os homens e mulheres creiam nisto…esses poderes perdem a força…pois vivem e se alimentam da culpa humana que nasce da certeza de dívida gerada pelas acusações da Lei.

 

Sabendo disto, Paulo ora a Deus em favor de todos nós, que não somos judeus e não somos da descendência genética de Abraão, para que entendamos que agora todas essas genealogias perderam o valor.

O que vale agora é ter o coração cheio de fé na Graça de Deus.

 

Esta é a oração do apóstolo:

 

Por esta razão dobro os meus joelhos perante o Pai, do qual toda família nos céus e na terra toma o nome, para que, segundo as riquezas da sua glória, vocês sejam robustecidos com poder, pelo seu Espírito, no homem interior.

 

E oro também pedindo que Cristo habite nos corações de vocês pela fé. Só assim, vocês ficaram plantados, arraigados e fundados em amor. Pois sem isto, vocês jamais vão compreender qual é a largura, o comprimento, a altura, e a profundidade do mistério que a todos inclui… nessa grande salvação.

 

E mais que isto: eu oro para que vocês possam conhecer o amor de Cristo, que excede todo o entendimento.

 

Ora, eu sei que se isto acontecer… vocês serão tomados de toda a plenitude de Deus.

 

O apóstolo olha para essa tão grande Graça de Deus revelada a todos os homens, e se enche de amor extasiado. Então, mais uma vez se derrama louvor e exclama:

 

Ora, àquele que é poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos, segundo o poder que em nós opera, a esse seja glória na igreja e em Cristo Jesus, por todas as gerações, para todo o sempre. Amém.

 

Desse modo, Paulo espera que a igreja cumpra o propósito de embasbacar o mundo espiritual, não pelas conquistas terrenas—o diabo não se impressiona nem com governador, nem com senador, nem com deputado, nem com ministro federal e nem com a força terrena dos cristãos!

 

Os principados e potestades impressionam-se é com a compreensão da Graça de Deus pelos que têm fé em Jesus e também pela nossa capacidade de expressarmos o aplicativo da Graça em todos os possíveis contextos humanos e históricos.

 

Paulo diz que os principados e potestades se assustam quando uma nova versão e face da Graça de Deus se manifesta aos homens…e eles, os humanos, a aceitam, acolhem, praticam e expressam na forma de amor, misericórdia e justiça graciosa.

 

Essa é a vitória que vence o mundo—disse João.

 

Mas ninguém explicou melhor do que Paulo!

 

 

Caio