PASTOR, E A NOVA CRIATURA?
—–Original Message—–
From: Marcello (19/03/04)
To: Caio Fábio
Subject: Jogando conversa dentro
Pr Caio Sábio!
Paz de Cristo sobre ti!
Imagino que o senhor começa ou começará em breve a reformular a forma como trata esses e-mails filhotes de coelho…
Mas estou escrevendo apenas para dizer que louvo a Deus por este site mirante-cheiro-sabor-voz da vida!
Como me contagiam as histórias aqui expostas! Algumas tão tristes…Principalmente a daquelas ovelhas sem rebanho, e que buscam o senhor como um pasto verdejante de águas tranqüilas…
Não digo que o senhor em si seja isto, mas aquilo que tens na boca certamente é.
Graças a Deus por ti.
Estava ouvindo uma música do Michael W. Smith que dizia:
“Uns diziam que era profeta, outros que era político, e outros que um presente dos céus nos foi doado. Mas ninguém sabia que a ambição secreta que Ele (Jesus) tinha era a de dar a sua vida…”
A glória de Jesus foi a de se vestir da humanidade e viver essa natureza exaltando a Deus nas diversas formas: pregar, curar, comer, beber…; e pensar que há pessoas no nosso “meio evangélico” que precisam aprender a seguir a Jesus, uma vez que se dizem tão e tão parecidos com Ele, “unha e carne”, tal e coisa, coisa e tal…!
Já chegou a hora “desses tipos” deixarem de lado a glória, sem ter como usurpação o ser igual a Deus, esvaziar-se, se tornar HOMEM, aprender o que é ser HOMEM.
Homem de Deus, é claro. Mas homem!
A propósito…Ouvi certa vez que a expressão “nova criatura” significa uma “nova espécie”, não apenas uma “criatura novinha em folha”, “lavadinha”, “limpinha”, “zerada”.
É como uma espécie de ser que nunca existiu!
O senhor concorda com isso?
Um abraço.
No Altíssimo Cristo, mas sem ser Cristão (“crista Alta”),
Marcello.
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Resposta:
Meu amado amigo: Nele foram feitas novas todas as coisas!
Como Deus entraria na criação como um “filho dela”—nascido de mulher—e, e não a alteraria para sempre?
E quando comeu e bebeu com eles depois de ressuscitado dentre os mortos—sendo que em Tiberíades Ele mesmo já estava preparando o peixinho frito na praia (João 21)—fez em Si mesmo toda a criação passar o “buraco negro da morte”, e voltar a esta dimensão—glorificada Nele—, e partir Nele para a eternidade.
E pensar que uvas, trigo, centeio, e muitas Tilápias já são Nele!
Ele comeu e bebeu para nos revelar como Nele tudo subsiste. E tudo atravessava paredes…e desaparecia…
Nele nos movemos, existimos e respiramos. E se Ele deixasse de pensar na criação tudo se auto-extinguiria.
Ora, tudo isto para dizer que se a matéria nunca mais será a mesma depois da Encarnação, como poderia eu ainda ser apenas eu, depois Dele ter feito morada em mim?
Nele eu sou…
Portanto, a nova criatura sou eu completamente alterado por Ele, e de tal modo que eu não apenas me tornei muito mais do que eu, Nele, mas também passei a ser mais do que jamais conseguiria ser para mim, se não fosse Nele.
O mais maravilhoso é que a nova criatura não pára de crescer…está sempre em processo…é hebréia…tem que caminhar para as coisas que estão adiante…é forçada a cruzar novas fronteiras…e a conhecer o amor de Deus com as criaturas e apesar de qualquer criatura…provando a Deus como doçura, sublimidade e amor, e também como amargor, pranto, escuridade, e fé contra a esperança.
Assim, somos transformados pela renovação da nossa mente, e entramos no processo da experiência do arrependimento feliz, que é aquele que se alegra com o que aprende, mesmo quando acerta contra a sua própria expectativa; ou seja: aprende-se até com “a sorte”. Aprender com o “azar” é fácil. O difícil é aprender com a “sorte”, pois nesse tempo parece que aquela sorte é normal…e não é!
E não há meios de se experimentar isso se não for assumindo a própria humanidade. Ora, isto não significa nenhum direito de matar. O limite de tudo está no amor. O amor não faz mal ao próximo.
Experimentar a própria humanidade significa ser honesto, pelo menos com nós mesmos, acerca de quem somos; e, assim, abrir mão de viver papéis que não sejam as verdades de nossos corações, e o testemunho da verdade em nossas consciências.
E por aí vai a nova criatura…olhando firmemente para o Autor e Consumador da Fé, Jesus, o qual escolheu conforme os mais excelentes valores, e de acordo com aquilo que apontava para a vida eterna.
Mas essas percepções, a gente só tem vivendo…no Espírito…e sem medo e culpa…sabendo que Aquele que é Santo decidiu chamar de filho a mim, e não se envergonha de me afirmar como seu filho.
É no despojamento total de nós mesmos que cresce a confiança de que se Deus é por nós, ninguém conseguirá ser contra nós, nos fazendo mal.
Neste ponto tudo contribuiu para o Bem…e a consciência sabe disso em fé.
Que bom tem sido ter a tantos queridos irmãos como você aqui neste site.
Um grande beijo.
Nele, em todas as coisas se fazem novas,
Caio