PASTOR, VOU TER QUE FICAR SOZINHA PARA SEMPRE?

—–Original Message—– From: Vou ter que ficar sozinha para sempre? Sent: sexta-feira, 10 de outubro de 2003 11:38 To: [email protected] Subject: Novo casamento de pessoas divorciadas Rev. Caio Fábio, faz 3 anos que conheci a Cristo, o meu Salvador, e sou muito feliz por isso. Assim que iniciei a vida cristã de imediato entrei em contato com algumas de suas obras, como o Divã de Deus…me foi de grande ajuda naquele momento ( agosto de 2000), pois eu estava sofrendo muito pelo fim de um relacionamento. Sou separada há 11 anos( divorciada há cinco anos), e hoje completo 37 anos de idade. Tenho 2 filhos que são benção de Deus para mim! Depois de tanto tempo sozinha, senti necessidade de me casar de novo, pois acredito que é possível, verdadeiramente, a um homem e uma mulher serem felizes num relacionamento dirigido por Deus. Acontece, que ao procurar na Palavra de Deus direção para esse assunto, deparei-me com Mateus 19, Marcos 10: 10-11 e 1 Coríntios 7. Fiquei angustiada, pois a Bíblia me reprovava. Chorei muito porque aparentemente o meu desejo não se coaduna com a as Escrituras. Busquei compreender melhor a situação lendo obras que tratavam do assunto, e fiquei mais confusa ainda. Ocorre, reverendo, que no meu primeiro casamento eu fui infiel com o meu esposo, e sinto a condenação e culpa até hoje sobre mim. Pelo que pude compreender das Escrituras e do material que li, só o “cônjuge inocente” tem direito a um novo casamento. Será que a minha atitude infiel, lá atrás, me levará a sofrer a condenação de passar o resto da minha vida na solterice? Sei que errei, porque quebrei a aliança do casamento com meu ex-esposo, e já me arrependi disso. No meu relacionamento com Deus quero ser serva; e sei que isto implica em renúncia/obediência. Sei também que esse assunto pode ser melhor interpretado pela compreensão da obra de Cristo, e da relação que o casamento tem com Cristo e a igreja; mas não possuo ainda uma cristologia bem elaborada, são peças que precisam se encaixar num quebra cabeça. Sei que o senhor possui notável saber teológico e pode me ajudar a compreender a vontade de Deus para mim. Por favor me ajude. Sua irmã em Cristo. ********************************* Minha amiga: Paz! Aqui no site, em Artigos e Cartas, você terá muitas opiniões minhas à respeito do assunto. Vi que você escreveu de um outro site, portanto, sem acesso aos textos do meu site. Vá ao www.caiofabio.com e você poderá “navegar” e encontrar Bons Portos para a paz de sua alma. Não repetirei a você o que já está lá, pois, esse é o assunto mais “recorrente” no site. E por que? Bem, é que eu sou divorciado e casado outra vez. E tem gente que pensa que por causa disso eu sou “pró-divórcio”. E não é o caso. Para mim Divórcio é uma amputação horrorosa, e que só deve ser praticada a fim de separar o que não tem mais jeito. Além disso, creio que muita gente me escreve sobre o tema porque desde sempre–pelo menos há 25 anos–, eu nunca vi problema no assunto quando os estado dos cônjuges já era o de um total divórcio de almas. Os textos bíblicos falam de outra coisa. Não do que se deseja fazê-los falar. E, além disso, não faz sentido que todos os pecados, erros e desencontros humanos tenham perdão e chance para que surja uma “nova criação”, com as “coisas antigas” passando, e “tudo se fazendo novo”, exceto nessa área—a do casamento. Seria como fazer disso o segundo pecado sem perdão, colocando-o ao lado do “pecado contra o Espírito Santo”. E olhe, na Palavra, quando se fala de perdão, se fala de perdão mesmo—com todas implicações da Graça, incluindo, sobretudo, a chance de uma nova vida. Os textos sobre a “questão do divórcio” respondiam “perguntas” do contexto histórico de então. Não eram proposições legalistas para a vida e para qualquer outro contexto da existência humana. Prova disso é ver quem eram as “companhias de Jesus”, e como Ele tratou a pessoas que viviam problemas nessa áreas. À Samaritana, que já havia tido 5 casamentos, e agora tinha um “caso”, Jesus não só ofereceu a ela a Água da Vida, como também mandou chamar o “marido”. E, como se não bastasse, ela ainda foi até a aldeia e falou “aos homens da cidade”–bastante sintomático!–, e convidou-os a virem ter com Jesus. Ora, Jesus ainda ficou com eles todos–ela e o “marido” incluídos–mais dois dias, e muito creram Nele. Os textos de Paulo regulamentam situações num contexto histórico completamente diferente do nosso. Somente seres entupidos não percebem isto. E não conseguem “perceber” porque não entendem a Graça de Deus—além de não conhecerem a história e os seus contextos—, e também porque não entendem a Bíblia à luz do modo como o Verbo Encarnado, Jesus, a interpretou em Suas próprias “ações”. Jesus não era esquisofrenico. Ele não dizia uma coisa e fazia outra. Assim eram os fariseus, contra os quais Ele se insurgia. Então, se você quiser saber o que Deus pensa acerca dessas situações, veja como Jesus as tratou, não com apenas com “palavras”–que aliás foram pouquíssimas se comparadas a uma variedade de outros temas por Ele tratados e totalmente deixados de lado pelos da “religião”—mas com gestos de amor, misericórdia e inclusão. Eu fico vendo os “exegetas” e os “teologuitos” fazendo as suas exegeses de “letras”, e nunca os vejo fazerem a única coisa importante para se “interpretar” a Palavra e a Escritura, qual seja: perguntarem-se como Jesus tratou, em gestos de vida, cada uma das questões. Essa simples pergunta demanda respostas que des-constroem todas as baboseiras ensinadas pela maioria. Portanto, minha convicção a esse respeito é tão grande que não somente os desafio a me enfrentarem a fim de mostrarem e me “desmascararem” em público, fazendo-me crer que estou “errado”; como também vou mais longe. Sim! se estou errado, se violento o Espírito do Evangelho, se falsifico a Palavra de Deus, se estou gerando libertinagem em meu próximo com aquilo que estou aqui asseverando—sim! se estou ensinando uma mentira!—, que Deus me julgue, e não a você, minha amada irmã. Quanto mais, os cuidados são os de sempre. O “negócio” não é casar e nem ter um homem na vida. O que importa é encontrar alguém a quem você ame e que ame você também. Com respeito a sua “culpa”, Hebreus diz que o que a “religião” faz é isto: deixa a pessoa escravizada a “obras mortas”. E são mortas, pois em Cristo já morreram. E o que aqui digo não é porque eu seja um “teólogo”, é apenas porque não posso negar que conheço a Jesus—não segundo a carne—,e que sou por Ele conhecido. E quanto ao mais, que ninguém moleste a você! Vá em paz! Em Cristo, “amigo de pecadores” e “Sumo Sacerdote que se compadece de nossas fraquezas”, Caio