PASTORES QUE COBRAM POR PREGAÇÃO. O QUE ME DIZ?


 

 

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From: PASTORES QUE COBRAM POR PREGAÇÃO. O QUE ME DIZ?
To: [email protected]
Sent: Thursday, June 01, 2006 11:23 AM
Subject: Pastores Ricos com o Evangelho

 

Olá reverendo!!! Tudo bem?


Sei que o senhor recebe milhares de e-mails, mas saiba que aqueles que são
abençoados pelo seu site são muito mais do que aqueles que escrevem. Muito mais mesmo, e graças a Deus por isso. Por essa razão o seu galardão no céu será maior do que o senhor imagina!

Pastor, me dê a sua opinião sobre um assunto. Não precisa ter pressa, pois
sei que há pessoas que precisam de uma resposta com muita urgência, o que
não é o meu caso.

A questão é sobre pastor cobrar para pregar. Acho isso justo, pois, se ele
vive daquilo, é necessário ter o seu dinheiro. Inclusive Paulo diz que
poderia fazer isso, aos tessalonicenses, mas não o fez.

Agora, e as cobranças exageradas?

Por exemplo, o S. Malaf…, segundo já me falaram, cobra mais de R$ 10.000,00 por uma pregação. Meu Deus!!!! 10 pregações no mês dão mais de R$ 100.000,00!!!!!!! É dinheiro demais!

O senhor que já foi muito mais famoso do que todos eles juntos…

Portanto, diga-me: como agir diante disso?

Estou lhe perguntando, pois nunca vi pregador famoso não ficar rico com isso. E aí temos que dar razão ao pessoal de fora que diz que a nossa contribuição é para enriquecer pastor.

Quando puder, me dê a sua opinião.

Abraços fraternos!
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Meu amado amigo: Graça e Paz!


Nunca cobrei e nunca cobrarei para pregar. Deus me livre de pecar contra Ele e contra a Graça, cobrando para dar o que de graça me foi dado.

Paulo nunca cobrou para pregar. Ele apenas diz — nas cartas aos romanos, aos gálatas e aos coríntios — que os que recebem benefícios espirituais na caminhada da fé, devem também ajudar materialmente aqueles que os instruem espiritualmente.

Portanto, não é o pregador cobrando para pregar; e, muito menos ainda, cobrando por pregação; coisa essa que, para Paulo, é aquilo que ele chama de “mercadejar a Palavra de Deus”.

Ele diz: “… pois nunca andamos mercadejamos a Palavra de Deus…” — conforme muitos, já nos dias dele, faziam.

Paulo diz, entretanto, que aquele que prega o evangelho, que viva do evangelho; mas não diz que o “pregador” é que tem que cobrar tal coisa.

Ao contrário, ele diz que os que recebem o benefício é que devem ter tal cuidado com aqueles que os ajudam na fé.

Portanto, sempre que Paulo fala no tema, isso nada tem a ver com “cobrança para pregar”, sendo, antes disso, uma instrução para que os beneficiados pelo ensino da Palavra ajudem aqueles que os instruem.

O movimento é sempre esse. Nunca ao contrário, conforme hoje se vê em abundância.

Recordo-me que a 1ª vez que fui aos Estados Unidos para pregar, ainda bem jovem, assustei-me ao ver que eles já tinham um “Catálogo” de preços de pregações, com a foto do pregador, e o valor que ele cobrava para “se apresentar”.

Fiquei com nojo daquilo!

Isto porque os que assim fazem, não só difamam o Evangelho, como também estabelecem preço para aquilo que não tem preço.

Todavia, o que existe em abundância são camelôs da fé. E isto, no mundo inteiro!

No Brasil, porém, essa coisa cresceu ao ponto de produzir asco!

Ora, isto começou com os “cantores gospel” e se estendeu para os pregadores. Foi na década de 80 que essa camelôagem cresceu como nunca antes; e, na década de 90, tomou proporções inimagináveis.

Existe uma grande diferença entre viver do Evangelho, conforme Jesus vivia e Paulo ensina, e cobrar por pregação ou para pregar.

Quem vive do Evangelho recebe ajuda para comer, beber, vestir-se e manter sua própria vida e a daqueles que dele (a) dependem. Isto, todavia, sempre no espírito do Evangelho; ou seja: com simplicidade, modéstia e bom senso; a fim de que a Palavra não seja infamada e nem manipulada como mercadoria e barganha.

Quem cobra para pregar trai a Graça; e se põe no papel do “lobo”, que tira o que pode das ovelhas!

O justo é sempre aquilo que é justo. Ou seja: se alguém é convidado para ir a um lugar para pregar, espera-se que os que convidem dêem as condições para que a pessoa vá, seja hospedada, e se locomova. Também é justo que se o convidado aceitou ir, que a ele seja dada alguma coisa, conforme as condições locais. Isto, entretanto, no que tange a ultima parte, deve ser sempre algo espontâneo e fruto do bom senso e generosidade de quem convida, mas nunca um “negócio” com valores pré-estabelecidos pelo pregador; pois, se assim for, já se estabeleceu que a pregação é algo “profissional” e também “teatral”; e, além disso, uma barganha com aquilo que, sendo genuíno, foi recebido de graça para ser dado de graça.

Afinal, Jesus disse: “De graça recebestes; de graça daí”.

Entretanto há os que, como Simão de Samaria (Atos oito), querem dar dinheiro para receber as bênçãos do Espírito Santo. O nome histórico disso é Simionismo; e é o que hoje caracteriza quase todo o movimento “evangélico”; posto que as pessoas são ensinadas que “Deus” só abençoa a quem dá dinheiro aos “lideres espirituais” ou à “igreja”.

Não precisa dizer que isto é pecado nojento contra o Evangelho da Graça!

Todavia, o povo faz isto no desespero; e por total ignorância. Diferentemente de Simão de Samaria, que era mal intencionado mesmo. Dessa forma, o povo “evangélico”, que paga por aquilo que é gratuito, peca por ignorância; mas seus líderes pecam por desígnio e determinação ambiciosa.

Ou seja: como diz Judas, em sua epístola, “…eles seguiram no caminho de Balaão”; que é a vereda da ganância.

Imagine se Pedro, tendo recebido a oferta de Simão de Samaria, tivesse aceitado?

Ora, ele mesmo, naquela mesma hora, teria se tornado um bruxo travestido de apóstolo; posto que bruxos e feiticeiros são os que procedem desse modo!

Quanto ao indivíduo que você mencionou, não sei se é esse o valor que ele cobra; porém sei que cobra. Sei, todavia, pela sua própria boca, que recebia 40 mil dólares por mês, da IURD, para ficar de plantão para “bater” em mim nos programas de televisão de seus “donos de temporada”.

Eu dizia o que tinha de ser dito, a fim de ver se ainda haveria salvação histórica para os “evangélicos”; e eles o chamavam para bater em mim no ar. E quem tem memória do que aconteceu na década de 90, tem que ter lembrança disso; posto que foi público, em rede nacional, pela TV Record.

Ora, sempre que ele fazia isso, depois me pedia perdão; sempre, porém, alegando que precisava do dinheiro, mas que não gostava de fazer aquilo porque sabia que o que eu dizia era verdade. Mas não deixou de fazê-lo jamais.

Chegou mesmo a me dizer no início de 99 que ele entraria para a história como mercenário em razão de eu ter mencionado esse fato em meu livro “Confissões de um Pastor”. Disse a ele que ficasse grato, pois, na realidade, o poupei muito; como agora mesmo o faço. Além disso, também disse a ele que aquela não era “uma conversa póstuma”, pois ele ainda estava vivo; e, portanto, poderia ainda mudar sua vereda na Terra.

Portanto, meu respeito por esse indivíduo — por essa e por dezenas de outras coisas do mesmo gênero e de outros gêneros —, é nenhum. Ele tem a habilidade de um vendedor de “carros usados”; e usa esse talento para “negócios” em nome do Evangelho.

E por mais dura que soe essa minha palavra, ele sabe que estou sendo brando; pois, se falasse, ele mesmo tem consciência do que poderia dizer.

Assim, digo apenas aquilo que ele mesmo faz público, mas não digo nada que ainda esteja em oculto. Deus sabe, ele sabe, eu sei!

E por que hoje ele nada diz acerca do que digo?

Ora, apenas porque sabe que eu sei de quase tudo!

E por que nada mais digo além do que já está dito e público?

Apenas porque não creio que o Evangelho precise de minha ajuda para tal!

Deus mesmo, no tempo Dele, faz conforme Lhe apraz!

Porém as coisas que já são públicas, essas não há porque eu dizer que não são como são, quando eu mesmo fui atingido pela tentativa dele de me fazer mal por essa mesma via: a do dinheiro.

Oro por ele, para que se converta ao Evangelho e para que deixe de ser um camelô de coisas que não lhe pertencem; posto que, até mesmo o Evangelho ele não prega; pregando apenas o “evangelho da religião evangélica”, mas não a Palavra limpa de Jesus.

Aliás, nem sei se ele crê no que aqui digo; pois, como é normal, muitas vezes quem assim faz, acaba por ficar cauterizado na consciência.

É a tal da “Síndrome do Sapo na Panela”. Sim, porque como é sabido, se alguém joga um sapo numa panela de água fervente, ele salta fora. Mas se alguém o põe lá, com a água ainda fria, e acender um fogo em baixo, o sapo vai ficando… e a água vai fervendo…; mas ele já não pula fora; pois perde a percepção da alteração da temperatura…; e ali permanece até morrer.

Sei que alguns lerão isto no site e ficarão revoltados. Dirão que estou “amargurado”; ou então que minhas palavras são como fel.

O que acho engraçado é que apenas digo a verdade que se tornou pública; e que, muitas vezes, se tornou pública contra mim como tentativa dele e de outros de a mim fazerem mal sem razão alguma, segundo eles próprios, exceto pelo dinheiro que recebiam. E, em razão do “ganho financeiro”, me faziam objeto de falas públicas e perniciosas; mentindo contra a verdade; e a prova disso foram as vezes em que ele mesmo me pediu perdão…; para, então, voltar a fazer a mesma coisa.

Entretanto, quando digo a verdade, poupando em muito a ele e a vários outros, sempre aparece alguém para dizer que meu falar é amargurado.

Ora, se estivesse amargurado, não falaria; mas iria atrás dele e o trataria com a veemência que ele sabe que sei fazer, mas que não faço em razão de minha própria consciência em Cristo. Afinal, a justiça do homem nunca promove a justiça de Deus.

O que não deixo mais passar é a tentativa de muitos que buscam fazer a mentira e o engano passarem por verdade de Deus e do Evangelho.

Não! Que ninguém espere de mim essa barganha!  

E sou veemente contra tais coisas do mesmo modo que Jesus me ensinou a ser; e para quem tiver dúvidas, basta ler Mateus 23. Ora, Quem ali fala é o mesmo que mandou “amar o inimigo”. Portanto, para se amar certas pessoas, a única forma de praticar o amor, é não admitindo qualquer forma de barganha com elas; posto que não fazem mal apenas a si mesmas, mas também e sobretudo a milhares de alminhas ingênuas e incautas.

Não tenho nada de pessoal contra ele; e Deus sabe. Mas Deus sabe também que ele se colocou numa perigosa rota de colisão contra a verdade do Evangelho e contra o espírito praticado por Jesus.

Portanto, não cumpriria meu ministério se fizesse de conta que tal mal não é tão mau!

Ora, é tão mal esse mau que, em razão do espírito que ele e muitos outros praticam, é que há Igreja um dia existente — apesar dos pesares —, se tornou apenas “igreja”. E, na minha geração, pela dissimulação, ele é um dos grandes responsáveis por tal corrupção.

Sinto muito pelos incautos que ainda não vêem e nem sabem; e, portanto, nem conseguem acreditar. Eles, porém, se soubessem o que sei, saberiam de fato que de mim não procede denuncia, mas tão somente tristes e factuais constatações; e sempre à posteriori.

Para quem não consegue entender meu zelo, recomendo a leitura das cartas de Paulo à Timóteo e Tito. Ali o apóstolo tem bem menos pudor do que eu, e não apenas cita as pessoas pelos seus próprios nomes, mas, acerca delas, diz coisas terríveis de ler.

Ora, se Paulo aqui estivesse, não seria com minhas brandas palavras que ele estaria escrevendo. Afinal, aquilo que ele denunciava então, era “café pequeno” perto do que se faz hoje!

É isto que penso. Apenas peço que não ouçam a verdade como se ela fosse amargura; posto que isto, em mim, não é amargura.

Para mim é um dever de consciência dizer o que digo. Quem não gostar, tem que apenas que não me ler; ou, então, não me dar importância; posto que não busco qualquer forma de importância, conforme o termo se revestiu de diabólica conotação.

Por último, quero apenas comentar essa sua declaração de amor: “Por essa razão o seu galardão no céu será maior do que o senhor imagina!”

Ora, agradeço seu carinho; pois foi isto que você quis expressar. Porém, saiba: galardão é algo que ninguém sabe o que é. É como a “oferta da viúva pobre”: só Deus conhece; e nada tem a ver com categorias mensuráveis. Quanto a mim, quero apenas saber meu “novo nome”, que ninguém conhece, o qual representa minha individuação de absoluta intimidade em Deus e com Deus.

Concluindo: ajude financeiramente a pessoas que ajudam você a crescer no Evangelho; mas jamais se deixe seduzir ou impressionar por aqueles que “cobram” isto de você; pois, não é para homens que doamos, mas para Aquele que, através de pessoas sinceras e que tratam a Palavra com integridade, abençoa a nossa vida!

Um beijão pra você!

Prossiga lendo o Evangelho e vivendo pela fé em Jesus, que é o próprio Evangelho!


Nele, que tratou com brandura  publicanos e meretrizes, que se fez amigo de pecadores, mas que nunca barganhou com fariseus,

 

Caio