PEDRADAS NO ARI: não disse que o Papa foi pro inferno!
O Papa morreu, e, por incrível que pareça, ainda tem muito evangélico que deseja vê-lo no inferno. Malignos são esses! No domingo anterior à morte do Papa, enquanto ele ainda agonizava, o meu amigo Ariovaldo Ramos deu uma brevíssima declaração para o Fantástico a respeito do Papa, e, perguntado pela repórter o que ele desejava ao Pontífice naquele momento de dor, ele disse: “…desejo que ele desfrute da paz prometida aos que dedicaram a vida a Cristo e a sua honra”. Pronto! Estava armado o circo. Recebeu uma chuva de e-mails execrando-o por dizer que o Papa foi salvo, embora a declaração feita tenha sido: “…desejo que ele desfrute da paz prometida aos que dedicaram a vida a Cristo e a sua honra”. Acabo de saber que um seminário de São Paulo fez circular entre os alunos (não sei se oficial ou informalmente) uma “Carta Repúdio” por ele ter dito que o Papa “foi para o céu…” O Novo Testamento fala algumas poucas vezes de uma certa categoria humana que pode ser designada como ‘filhos do diabo’, ou como ‘filhos do inferno’, ou mesmo ainda como ‘filhos do maligno’. À exceção de uma citação na boca de Paulo, em Atos, confrontando um bruxo que tentava corromper o que ele dizia, na tentativa de mexer com o entendimento de Sérgio Paulo, uma autoridade romana importante, e que se interessara em ouvir o que Paulo tinha a dizer—, todas as demais vezes em que tais designações aparecem, são relacionadas a Jesus, e têm a ver com os religiosos, exceto a alusão aos filhos do maligno na parábola do Joio e do Trigo, na qual não há nenhuma designação especifica de quem eles possam ser. Mas é em João, do capitulo 8 em diante, que Jesus escancara e diz que os “filhos do diabo”, ali, diante Dele, não eram aos pagãos, mas sim os que se diziam filhos de Abraão, os quais se orgulhavam de uma suposta superioridade moral e acerca de sua sapiência da verdade como Lei; sendo, porém, seres do ódio, da torcida contra, da incapacidade de se alegrar com a misericórdia; mas ao contrário, amando o juízo, o julgamento, e a morte de todo herege; cegos, porém, para discernir o amor de Deus; tão enredados que haviam ficado pelo diabo, que neles agia como dogma, doutrina, superioridade moral, e escolha deles como gente superior. Ora, era por tais sentimentos de ‘Espiritualidade Ariana’ que eles eram chamados por Jesus de “filhos do diabo”. Eu espero ver o Papa no céu. Espero encontrar com ele em Cristo. Espero ver como a Graça é maior do que a Tradição da Religião. Espero ver como aquele menino polaco ficará quando virar homem em Cristo, isto depois de ter vivido a sua infância espiritual como Papa João Paulo II. Mas tem gente que quer vê-lo no inferno. A tal ponto que o Ariovaldo não pode nem mesmo expressar o “…desejo que ele desfrute da paz prometida aos que dedicaram a vida a Cristo e a sua honra”. Pelo amor de Deus! Quem pode dizer que tem em si o amor de Deus e ser capaz de desejar que um outro homem, qualquer outro, de qualquer credo, de qualquer tempo, possa não ter encontrado a Graça de Deus? Esses, segundo Jesus, são filhos do espírito do diabo. Pois é o diabo quem quer ver pessoas no inferno. E quem destina pessoas ao inferno, filho do inferno é; posto que no amor de Deus sempre se espera que o Deus que teve misericórdia de nós e do rei Manasses, seja também misericordioso com todos os homens, incluindo papas, e, sobretudo, evangélicos, e, mais profundamente ainda, os pastores e os professores de seminário que tornam o Papa inelegível para os céus. Cuidado! Jesus disse: “Eis que virão muitos… de todas as direções… mas vocês vão ficar fora…” Quem odeia, não conhece a Deus; não o viu, e jamais teve seu amor no coração! E quem tem a coragem de imaginar um homem no inferno, é sempre porque é habitante do lugar, e não quer ficar sozinho! Temor e Tremor perante o Deus da Graça! É crer ou apodrecer! Nele, Caio