—–Original Message—–
From: Hamilton Gonzaga da Silva
Sent: sábado, 30 de agosto de 2003
Subject: Direitos Autorais e de reprodução…
Mensagem:
Pastor Caio,
Um assunto em especial tem me chamado a atenção.
Trata-se da extrema preocupação dos autores evangélicos em preservar as suas obras; ou seja qualquer coisa “criada” por eles.
Tudo vem acompanhado da advertência de que aquilo não pode ser utilizado devido aos direitos autorais.
Pergunto:
1) Foram criadas por eles e para eles?
2) A preocupação é que o sustento deles depende da criação deles?
Resumindo pastor, a minha preocupação é que estão mais preocupados com suas próprias criações do que com o Reino.
Um abraço,
Hamilton Gonzaga
***************************
Resposta:
Meu amigo querido: Paz!
Cada um responda por si.
Aqui neste site está dito que tudo pode ser reproduzido.
Fique livre.
A única coisa que se pede é que se diga onde se “achou” aquilo.
Mas o que é de Deus, é de todos.
Você pode imaginar Paulo cobrando pela “excessiva” re-distribuição de uma carta dele?
Ele proibiria se alguém estivesse “lucrando” financeiramente. Ou seja: usando aquilo que ele estava dando de graça, a fim de ganhar dinheiro.
Do contrário, estava liberado.
De graça daí, o que de graça recebeste.
Se eu pudesse—e na medida que posso, faço!—, tudo o que produzo jamais teria custo.
Se eu pudesse ser completamente sustentado e financiado, nada meu teria custos.
Aliás, durante muitos anos todos os direitos autorais que eu recebi, re-investi no trabalho que fazia.
E na Editora Vinde (Vicom) tive dezenas de testemunhas de que muito raramente via a cor de qualquer dinheiro que ali aparecia. Tudo era reinvestido.
O mesmo posso dizer dos áudio-tapes, vídeos, etc…
Você pergunta: como começou essa preocupação evangélica com a “reprodução” de textos?
Bem, como sempre, tudo começa com uma boa finalidade, e que acaba virando um fim em si mesmo.
O objetivo era pregar a Palavra e ou edificar os cristãos.
Acompanhei no Brasil o processo das Casas Publicadoras irem, lentamente, virando empresas Editoriais.
Não há nada errado nisso.
Um livro, por exemplo, tem um custo a fim de ser produzido.
No mundo das materialidades nada é sem custo. Nem a proclamação da Graça. Na melhor das hipóteses alguém tem que pagar para que outros recebam.
No caso do livro, quem investe para produzi-lo, tem que tirar pelo menos o investimento feito.
Depois vieram os escritores. As Editoras, a fim de poderem ganhar em paz, tiveram que adotar o esquema das empresas de publicação seculares, e, assim, também passaram a remunerar os autores.
Pessoalmente eu acho o seguinte:
1. Se uma editora existe para publicar, e gasta para fazê-lo, ela tem que cobrar—a menos que ela tenha um funding, uma base de mantenedores.
2. Se uma editora cobra, o autor tem que receber a sua parte também. Autor come…
3. Mas nunca deveria haver a necessidade de preocupação com a pirataria. Como autor fico feliz com toda “pirataria da Palavra”. Quando me dizem que meus livros estão sendo copiados, fico feliz. Se eu pudesse gostaria que pirateassem a Palavra como bem desejassem. Que a espalhassem para todo o mundo!
4. Também não me preocupo com a “pirataria” porque sei que a Fonte é Inesgotável!
5. Em se tratando da net, fica ainda mais afirmado o meu desejo de que “distribuam” tudo o que aqui houver, e com toda liberdade. Os meus direitos são reservados a nenhuma reserva de distribuição.
6. E sobre citarem ou não que fui eu quem escreveu aquele texto ou falou aquilo, quando o fazem, acho bom. Mas já me acostumei a ver milhares usarem quase tudo, e depois adicionarem ao texto que escreveram ou a mensagem que falaram, pequenas citações de “outros”—apenas para desviar o foco em outra direção—, a fim de poderem usar o que escrevi ou falei, sem dizer que foi de mim que ouviram ou leram. Já vi tanto, que sou capaz de sentir esse cheiro a léguas. Mas nunca disse nada a ninguém. Temem que se disserem que se trata de uma síntese do que de mim ouviram, o povo venha direto a fonte, e eles não tenham mais como dizer que não passaram por ali antes…
7. O que todo mundo precisa saber é que enquanto a maioria está nas azeitonas, eu já comi algumas vezes a sobremesa dessa festa. No primeiro dedilhar já sei qual é a música.
8. A questão é que eu sei que o dom para “ver”, não me foi dado com a água do Rio Negro, no Amazonas; e não veio do leite de minha mãe. Mas foi livre graça e decisão de Deus me dar os dons que me deu. São “dons”, são graças, são dádivas—foi de graça e somente a Graça explica.
9. Assim, eu sei que nada tenho que não tenha recebido de graça. Apenas me esforço para a Graça não se torne vã na minha vida. Por isso, trabalho mais…
10. De fato, se eu tenho, e é de Deus, não é meu, é de Deus.
A difusão da Palavra é o único lugar onde a reprodução deveria ser completamente permitida.
Afinal, a Palavra é de Deus!
Um beijão,
Caio