—– Original Message —–
From: POIS É…
Sent: Thursday, May 08, 2008 12:25 AM
Subject: Pois é…
“Se o Evangelho nada provoca de mudança e de transformação de consciência e de vida em mim, pergunto: não seria melhor jamais tê-lo conhecido? Ou ainda: para o quê ele serve?”
Trecho de sua resposta, Caio, a um questionamento a respeito de Paulo, que acabo de ler. É o que tenho pensado, pois para mim nada tem servido o Evangelho ou o evangelho, por mim “defendido” e “pregado” desde a infância.
Não tenho, aliás, mais nenhum prazer em fazer as coisas indicadas por esse evangelho, ou por qualquer outro: como orar, ler a Bíblia, ir à Igreja (ainda vou, toco minha guitarra… e tudo mecanicamente, sem prazer ou sentido).
Tenho todas as travas, conheço os bastidores, participei deles, não consigo crer mais…
Sou do seu nicho presbiteriano, ao qual você ainda está filiado (essa eu não entendo de jeito nenhum!). Não há Caminho da Graça por aqui; e se houvesse também não tenho certeza de que já não nasceria contaminado com a doença dos que pulam de galho em galho entre igrejas, procurando apenas satisfazer aos egos próprios endeusados…
Não tenho perguntas a lhe fazer, pois, em tese, conheço as respostas. Só não sei por que as mesmas respostas me parecem ineficazes ou inativas.
Abraço.
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Resposta:
Meu mano querido no Senhor: Graça e Paz!
Você é que pensa que nada tem a perguntar. Quem assim pensa não escreve e nem confessa sua descrença e a suposta ineficácia do Evangelho ou do “evangelho” em sua vida. Sim! Tal pessoa nada tem a dizer. Faz silencio sepulcral!
Mas você tem ou pensa ter o que dizer. De fato, você tem muito a dizer, apenas dirige o seu dizer à coisa ou coisas erradas.
Você me parece como um homem que contempla um poste de luz de mercúrio, o qual se mostra fraco e perdendo a força, mas que, baseado em tal observação, descreve como o sol está perdendo o calor, a luz e a energia.
Eu estava falando do Evangelho. Você está falando da “igreja” — da qual você conhece os “bastidores” [e olhe que de “bastidores”
Ora, se você estivesse falando do Evangelho, conhecer os bastidores significaria ter estado presente na Transfiguração ou no caminho com Jesus quando Ele abriu o entendimento de Seus discípulos para compreenderem as Escrituras.
Mas não é disso que você está falando. Afinal, se fosse dos bastidores do Evangelho a que você estivesse se referindo, então, sua face estaria transfigurada de alegria.
Não! Você fala dos bastidores da religião, da “igreja”; e, fala de você também; de como você é exatamente igual aos que condena.
Sim! Você faz isso, por exemplo, quando diz “que até vai aos cultos”, mas que não crê em mais nada; e isso enquanto me condena por ainda ser membro da Catedral Presbiteriana do Rio, sem saber que minha consciência não carrega os seus traumas; e mais: que minha relação nos bastidores da Catedral do Rio sempre aconteceu em amor, em verdade e na luz.
Ora, sou membro da Catedral do Rio porque lá tenho amigos muito amados, os quais me amam no Evangelho; e, a maior prova disso é que ajudam o meu ministério mesmo eu vivendo para fazer o ministério que Deus me deu no Caminho da Graça.
Não! Eu não sou das instituições, mas das relações de verdade e amor!
Caminho da Graça é a jornada pessoal de cada um com Deus!
E quem será o tolo que imporá fronteiras a tal caminho?
Você disse, falando de você mesmo, de seu cansaço, cinismo espiritual e traumas, que se houvesse uma Estação do Caminho em sua cidade, seria a mesma porcaria de sempre, algo cheio de gente doente de “igrejas”.
Interessante! Aqui em Brasília tem Caminho da Graça. E também há Estações e grupos em muitos lugares. E em nenhum deles nós temos esse espírito que você disse que inevitavelmente se instala entre as pessoas.
Sabe por quê?
É que quem chega ao Caminho da Graça logo descobre que esse tema que você levanta, fazendo confusão entre Evangelho e doutrinação evangélica e religiosa, não existe entre nós, pois, não vivemos tendo os “evangélicos” [bons ou maus] como referencia, mas sim exclusivamente a Jesus e ao Evangelho.
Você, provavelmente, um dia amou a Deus; mas o fez de modo confuso, amando o Deus da proposta do Evangelho + o Deus da doutrinação evangélica; e como não viu mais nada além de dissimulação humana e falsa piedade [a famosa ‘peidade’], concluiu a partir de si mesmo que o evangelho não tem poder para mudar nada.
Ora, de bastidores de “igreja” eu duvido que você saiba da missa o terço. Eu, todavia, já rezei todas as rezas desses bastidores como sacristão inocente, e, depois, vi e vi o que sempre soube que havia, mas que não era forçado a ver, dada a independência com a qual me conduzi a vida toda.
Então, cansei quase até a morte!…
O Senhor, entretanto, me livrou de tais referencias, e me deixou ver que o Evangelho só não seria verdade se eu, com toda sinceridade, buscasse vive-lo na Graça de Deus, em total confiança no que Jesus fez e Consumou. Ora, sendo assim, o Evangelho me trouxesse o bem e paz que promete.
Desse modo, mesmo vendo a degradação de muito daquilo que um dia eu reverenciei como sendo ainda fé genuína [apesar de na maioria das pessoas ser algo sem entendimento], ainda assim sinto-me animado e alegre; e apenas por uma razão: o Evangelho que é Jesus, é vivo em minha vida; e, todos os dias o vejo tornar-se vivo e vivo nas vidas de centenas de pessoas.
O seu problema, todavia, é cinismo a partir de seu próprio cinismo!
Minha sugestão, mesmo que você tenha dito que já sabe tudo, é uma só:
Deixe de tocar mecanicamente a sua guitarra nos cultos vazios que você oferece e participa; e, crendo no Espírito Santo, sozinho, leia o Evangelho; e, assim, permita que você seja tocado, ao invés de viver tocando o que nada toca, nem mesmo o seu próprio coração.
Pare de ser palhaço no circo. Deus não é “du Soleil”. Para Ele só vale tocar o que toca a gente antes! Senão é palhaçada!
É uma pena que você pense que sabe, pois, se você cresse que não sabe, poderia saber como é de fato saber.
Sim! Pois o pseudo-saber ensoberbece, mas o amor edifica e ilumina; pois, na soberba há desprezo e mágoa; no amor, porém, há vida e alegria.
Ora, você vai me dizer que conhece essas palavras. Eu, porém lhe digo: conheça esta experiência. Afinal, o Evangelho não é demonstração de palavras, nem de sabedorias e nem de logorreia, mas de poder de Deus na experiência da vida provada em amor.
Quebrante seu coração!
Leia este site e aprenda o sentido de conhecer a Deus, e não as mazelas humanas, as quais você conhece de sobra em você mesmo.
Receba meu carinho. Razão pela qual lhe digo estas palavras!
Nele, em Quem a Verdade é Vida,
Caio
08/05/08
Lago Norte
Brasília
DF