POIS O OUTONO É A PRIMAVERA DA MATURIDADE



Os feitos da fé são conforme a proporção da Graça do dom da fé que Deus distribuiu a cada um, e também conforme o nível de percepção da vida que cada um possui.

 

Ora, isto pode ser percebido em nossa própria vida de fé. Isto porque a caminhada começa sempre cheia de sinais e maravilhas, prossegue para um nível de busca de algumas compreensões, muda de patamar e passa para a dimensão das aspirações, então começa a entrar no reino da contradição, e experimenta as primeiras derrotas.

 

Isto faz com que a fé cresça na fraqueza e no quebrantamento, e leve o indivíduo a outro nível de fé. Agora seu foco já não almeja tanto os “sinais fora”, mas sim os “sinais dentro”.

 

Então inicia-se uma outra etapa, e nesta, cada vez mais, os grandes feitos começam a ser para dentro, e eles já não são percebidos como elevações, mas como aprofundamentos.

 

Neste ponto a linguagem da fé muda dos sinais exteriores para os sentimentos da auto-descoberta, e, assim, almeja crescimento na apropriação do bem da Paz conquistada em Jesus para todo coração.

 

Ora, este caminho deverá prosseguir para baixo e para dentro. Até que das profundezas nasce o êxtase das maiores elevações, e, nesse ponto, a fé já não reconhece céu e abismo, noite e dia, escassez ou abundancia, glória ou humilhação, boa fama ou má fama, reputação ou honra, conquista ou derrota, posto que inicia-se aqui a consciência em fé que diz: “Tudo posso naquele que me fortalece”. Ou ainda: “Somos mais que vencedores por meio daquele que nos amou”.

 

Nesse dia a fé já não espera milagres, pois ela já se percebe como milagre em si.

 

Ora, é neste ponto da jornada que a fé está preparada para voltar com toda maturidade aos sinais, prodígios e maravilhas, posto que já não precisa deles como reforço para nada, mas apenas os invoca como sinais do reino que mantém o coração sempre animado com as simplicidades dos sentimentos mais puros e primitivos da fé.

 

Assim como é na vida, assim é na vida de fé. Afinal, crianças e velhos se permitem as mesmas coisas, o que lhes difere é a consciência do fazer.

 

Os melhores milagres são os experimentados na maturidade da fé, assim como as melhores brincadeiras são aquelas que você brinca na condição de avô na reconciliação do velho e da criança.

 

Quando as vaidades de estações primaveris dão lugar ao outono da consciência em fé, então as cores desse tempo serão de pura magia e viçosa despedida. O outono é a primavera da maturidade. E a experiência dessa estação na jornada da fé é simplesmente maravilhosa.

 

 

Caio

Escrito em 27/7/04