POR QUE OS EVANGÉLICOS NÃO GOSTAM DE ARTE E CULTURA?

—–Original Message—– From: jaziel pereira Sent: sábado, 25 de outubro de 2003 10:12 To: [email protected] Subject: Gosto Chinfrin… Mensagem: Olá reverendo! Tenho alegria de te dizer que você foi uma das primeiras pessoas a me mostrar que era possível ser cristão e gostar de arte no geral; principalmente musica. Enfim, pergunto? O que há com o povo evangélico que consome uma música tão chinfrim, e sem auto-critica nenhuma, e engole tudo o que lhes dão? Por que, no geral, as lideranças “travam” o crescimento intelectual das ovelhas, vendo toda manifestação que não seja “espiritual” como sendo pecado? **************************** Resposta: Meu amado: Paz! Bom gosto, educação, capacidade reflexiva, gosto artístico, imaginação, conhecimento, etc…são formas de poder. E quem não tem o que dizer, prefere que seu “rebanho seja chinfrin”—dá muito menos trabalho para eles; pois não demanda que eles mesmos pensem, se atualizem, sejam gente normal, tenham o que dizer, estudem a Palavra, discirnam o mundo, e não se imponham como déspotas sobre o rebanho. Além do que, as melhores “cabeças” não são pastorais. Digo isto há anos: os melhores pensadores cristãos que conheço nunca estudaram teologia. C.S. Lewis e Jacques Ellul provaram isto no último século. Para tais “líderes” ter “ovelhas” reflexivas e artísticas, tira-lhes o poder. E como o poder que eles têm, muitas vezes, é pela força, para que estimular alguém a pensar? Só gosta de ver os outros pensando quem também pensa; e também quem não teme a verdade. E nem chamar o belo de belo. Além disso, a espiritualidade religiosa sempre é esquizofrênica: de uma lado está o mundo, do outro a igreja; de um lado estão os talentos, do outro os dons; de uma lado está a natureza, de outro a Graça. Enfim, pura doença! Pastor que tem medo de dança não é de confiança! E quem não gosta d música é porque gosta de porrete! Trato esse assunto em meu livro “Um Projeto de Espirtualidade Integral”. Pessoalmente, quando estou em Paris, se não estiver pregando, não vou a nenhum culto. Vou ao Louvre! Um beijão, Caio