PRIMO: O QUE É A GRAÇA DA QUAL VOCÊ TANTO FALA?



—– Original Message —– From: PRIMO: O QUE É GRAÇA DA QUAL VOCÊ TANTO FALA? To: [email protected] Sent: Friday, April 08, 2005 2:43 PM Subject: fale comigo:José Francisco (primo) Caio, o que é a Graça da qual você tanto fala? Na sua concepção a salvação se dá por mérito ou pelo quê? Um abraço. _______________________________________________ Meu amado primo, José Francisco: Graça e Paz! Saudades de nossas reuniões em família, com os primos, as tias, os pirarucus, os tambaquis, os tucunarés, e os pacus fritos… ah! com farinha do Arini. Graça é como o Amazonas. A gente não fez nada para ter, mas recebeu dos Céus. Graça, no N. Testamento, é “favor imerecido”; é, portanto, aquilo que se recebe sem nenhum mérito. Ora, Paulo disse: “Pela Graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus; não vem de obras para que ninguém se glorie”—Efésios 2:8-9 Somos, portanto, salvos pelo favor de Deus; o qual, sendo favor, não decorre de nenhuma forma de ‘pagamento’ divino ao comportamento humano. Somos informando que Jesus, o Cordeiro de Deus, foi imolado antes que houvesse mundo. Portanto, toda a criação é graça divina, posto que nada é sua própria causa. Assim como o Universo é Graça, pois nenhum de nós o ajudou a trazer à existência, assim também tudo mais é dádiva, posto que nenhum de nós, de fato, tem qualquer coisa que não tenha recebido. Nesse sentido, a existência é Graça, em razão de que apenas não seria se fossemos auto-existentes. Ora, o mesmo principio de aplica a tudo o mais que concerne a Deus e ao homem, incluindo a ‘salvação’. No entanto, no texto de Paulo que eu citei, a salvação que é pela Graça, é, também, mediante a fé. Ora, a fé também é graça de Deus, posto que nenhum de nós arregimenta em si mesmo tamanha confiança, que o faça viver em paz com Deus baseado apenas sua própria fé como se por possuí-la isso empretasse à pessoa alguma justiça aos olhos de Deus. Neste caso, seria como não trabalhar, mas aparecer sempre para receber, como se o simples fato de ter crido na bondade do Senhor, trouxesse à pessoa toda a justiça de que viesse a precisar diante de Deus.. Tal fé, todavia, não nasce em nós do ‘nada’, e nem nos é inata; sendo, portanto, Graça de Deus; visto que nossa insegurança nos remete naturalmente para a necessidade de fazer alguma forma de ‘barganha com Deus’, e não para a fé que apenas confia. Assim, o próprio ato de crer, é, também, uma dádiva de Deus. Paulo diz que a ‘salvação’ não vem de ‘obras para que ninguém se glorie’. No entanto, nessa passagem, ele está sendo brando. Na realidade, tanto em Romanos como também em vários outros textos dele—todos fazendo eco ao Evangelho, o qual diz que quem ‘crê tem a vida eterna’—, Paulo diz que a salvação é Graça mediante a fé, pois, as obras humanas são carregadas de pecados, por mais virtuosas que sejam. O profeta Jeremias ecoa a voz de Deus ao declarar que as nossas melhores justiças ainda são como ‘trapo de imundície’. Assim, Paulo grita: “Pois todos pecaram, e, assim, destituídos estão da glória de Deus”. A leitura de Romanos e Hebreus, por exemplo, nos afirma de modo repetitivo que a salvação decorre da fé que se centra no que Jesus já realizou por todos os homens. Sim, quando Ele bradou “Está Consumado!”, Ele declarava que todo o trabalho, toda obra para a salvação, estava feita; não pelo homem—posto que nenhum homem tem o poder de se auto-salvar, pois suas obras são trapo de imundície—; mas por Deus, o qual, estava em Cristo reconciliando o mundo consigo mesmo. Então você pergunta: “E aqueles que vivem em lugares, regiões ou viveram em tempos nos quais tal informação não se fez circular?” Ora, o Evangelho é Boa Nova para mim, que fiquei sabendo. Por isso, anuncio a Palavra da fé a todos os homens, visto que nada há de melhor e mais seguro nesta vida do que confiar de tal modo no amor de Deus por nós (Graça), de tal modo que possamos andar sem a fobia da morte e sem medos de juízos finais. Isto porque o Juízo Final já aconteceu na Cruz, onde o pecado humano foi condenado em Jesus, o qual, levou sobre si as nossas iniqüidades, fazendo-se Ele mesmo “pecado por nós”, conforme disse Paulo. Quem crê nisso, anda em paz, vive em paz e morre em paz! Quem não ficou sabendo, nem por causa disso está perdido. Isto porque Deus não fez e não faz nada que sendo Dele dependa dos homens para fazer bem aos homens. Assim, quem não soube que a dívida já está paga, e que Deus já se reconciliou com os homens, até que venha a saber, sofre; e, freqüentemente, entrega-se, pelo medo, a toda sorte de crenças que demandam obras, sacrifícios, esforços pessoais, e virtudes… que assegurem um ‘melhor encontro de contas entre o homem e Deus’. A Palavra do Evangelho, quando crida, acaba com tal escravidão, e mergulha a pessoa na paz com Deus, que é fruto dela, pela fé, saber que está salva na Graça de Deus, podendo, portanto, descansar de suas obras como algo que tenha efeito meritório. Ora, Deus já se reconciliou com o mundo. O mundo é que ainda não sabe disso! Todo o ensino de Jesus é sobre Graça. Leia, por exemplo, o Pai Nosso, e você verá que o chamado a que se perdoe os nossos devedores decorre do fato de que Deus já perdoou os nosso pecados. Veja também a Parábola do Credor Incompassivo (Mateus 18), e você verá como a base de tudo é uma só: como fui perdoado de Graça, devo também em Graça perdoar. Esse é o Evangelho! Essa é a Boa Nova! Assim, não apenas somos salvos pela Graça, mas também para uma vida de Graça, a qual, entre os homens, se manifesta como uma existência na qual a consciência da Graça (perdão, favor, benefício, etc…) … gera um espírito de misericórdia em relação ao próximo; e isso tudo fundado numa percepção apenas: aqueles que receberam Graça, esses são filhos dela, e, por essa razão, praticam-na como amor e misericórdia. Não somos, portanto, salvos pela Lei, nem Pela Moral, nem pela Ética, nem pelas Obras de Caridade. Todas essas coisas são boas, mas não são elas que realizam nossa salvação; posto que se assim fosse, ninguém precisaria de um salvador, bastando, para tanto, que fossemos os salvadores de nós mesmos. A Graça, todavia, não é apenas algo para se crer, mas sim, sobretudo, algo para se viver. Não somos salvos pelas obras, para que ninguém se glorie; mas somos salvos para boas obras, e isso para a glória de Deus (Efésios 2:10). Desse modo, a Graça gera uma vida cheia de obras que nada mais são do que frutos naturais dela mesma. A Graça é a semente, é a vida, é a arvore em si mesma. As obras são o fruto, e que é amor, visto que decorre de uma compreensão em fé acerca do amor de Deus por todos nós. Meu primo amado, se você tiver o tempo e a paciência de ler mais um pouco do site, eu sei que você entenderá tudo o que penso sobre o assunto; até porque os aplicativos da Graça são tão variados quanto a própria existência. Tudo, porém, é Graça. Receba meu beijo bem saudoso, e o estenda a todos os primos que você beijar antes de mim. Nele, em Quem tudo é Graça, tudo é puro amor, e tudo é dádiva, Caio