PROFETIZAS OU BRUXAS?
—– Original Message —– From: PROFETIZAS OU BRUXAS? To: [email protected] Sent: Wednesday, September 29, 2004 11:16 PM Subject: Contato do Site : Confidencial Mensagem: Querido pastor virtual, Tenho devorado o site e descoberto dia após dia como a religião é enganosa. Quero te contar uma história provada pelos equívocos evangélicos, em que fui vitimado (não sei se fui vítima!) por várias razões; mas a principal é que na época eu quis viver aquilo, pois, além de ter sido uma fase boa, apesar de sofrida, também ela foi marcada pela idéia que seria um grande propósito de Deus, além de que eu também vivi um grande amor. Vamos lá! Eu era membro ativo de uma igreja tradicional (há muitos anos), inconformado com o rumo que as coisas tomavam na época, fui convidado a visitar uma outra igreja, “avivada”. Na época, solteiro, saindo de um relacionamento conturbado—em que a garota havia engravidado—, carregando uma culpa terrível pela realização de um aborto, conheci uma pessoa muito especial nessa nova igreja. Essa pessoa que conheci, naqueles dias sofria profundamente, porque uma profetiza, havia dito a ela que Deus levaria o marido dela e que ela ficaria viúva, com quatro filhos, o mais novo com um ano de idade…; e segundo essa profetiza, isso ocorreria naqueles dias, mas que Deus não desampararia a viúva e prepararia um sucessor. Essa profecia foi confirmada por vários outros supostos profetas da época, e com uma expectativa dolorida, a mulher esperava o dia em Deus estaria levando o marido dela. No meio dessas aflições, na necessidade de um ombro, o mais próximo era o meu, recém chegado, freqüentando aquela igreja, onde o marido que Deus levaria era líder… Nos envolvemos, a princípio decidimos que só haveria contato quando as coisas se resolvessem; ou seja: depois da morte do homem. Contando dessa forma, dá a impressão que eu era uma pobre vítima…, mas não é essa a intenção… Apenas gostaria de deixar bem claro que em todo o tempo a coisa foi encarada com temor, medo, sem nenhum cinismo, pois não sou nenhum canalha, apesar de me sentir assim, em algumas ocasiões. Dois anos depois, sem conseguir cumprir a determinação de não nos envolvermos, já havia rolado cama… E eu auxiliando na igreja, ensinando e até pregando às vezes, quando a coisa explodiu, através de comentários surgidos na casa da primeira profetiza, que na época havia confirmado que eu era o homem que Deus havia preparado para estar do lado da suposta viúva. Foi um ano de aflição…! Fui confrontado pelo marido dela. Neguei veementemente… a fim de não expor a mulher dele; e também pelo fato de que na época eu não tinha recursos financeiros para manter uma casa tão dispendiosa como era a deles naqueles dias…, e principalmente por curtir uma grande amizade pelo cara. Para fugir das aflições larguei tudo aqui em minha cidade, no interior de Minas, e fui para bem longe, pro Acre. Fiquei 5 anos sem aparecer! Com o marido dela, que é também um dos líderes da igreja, a coisa se resolveu…, tanto que ele se tornou meu grande amigo. Porém, não consegui esquecer a mulher dele, e, durante todo o tempo, nosso relacionamento vinha sendo mantido pela expectativa de que Deus estaria providenciando ‘uma saída’. Parece meio sádico, mas era o que todos diziam: “Deus ainda vai levá-lo!” Depois de anos voltei para minha cidade. As supostas promessas de Deus pra mim no empreendimento ao qual eu me dedicara durante aqueles 5 anos não se cumpriram conforme previsão dos profetas… Voltei envergonhado, cansado, envelhecido, e, principalmente, longe da vontade de Deus… Porém, muito mais maduro e responsável; sem, contudo, conseguir romper o relacionamento com o meu grande amor. Parecia que todo o tempo todos sabiam… Mas ninguém arriscava afirmar…, tanto que uns anos mais tarde, com o incentivo do marido dela, eu, ele, e ela passamos a fazer uns trabalhos juntos. Passamos grandes barras juntos e nunca nos afastarmos! Durante um período de 15 anos, sem nunca termos rompido, nem nos afastado um do outro, permanecemos numa história com tudo para dar certo…; porém, de um lado, ela não tinha coragem de romper o marido, por questões financeiras… coisa que ela nunca admitiu; e eu, por minha vez, nunca cobrei isso dela… e nem incentivei… parecia cômodo apenas aguardar o desfecho da história. Hoje 18 anos depois, o marido continua vivo… Podendo até parecer mentira…, mas nunca consegui torcer pela morte do cara. Gostava e gosto dele. Eles vivem na mesma casa, em camas separadas… Ela tomou a iniciativa de pedir separação… Ele parece que gosta de manter as aparência, e tem cozinhado ela em banho-maria, tendo feito muito mal aos dois (ele e ela), e aos filhos, todos adultos hoje. Mas há uns 12 anos atrás, cansado da longa espera, desgastado pelo tempo e pelas circunstancias, entrei numa crise de desejo incontrolável de ser pai… Período em que mais do que nunca a culpa povoou a minha mente por causa do aborto… Assim, provoquei uma enorme decepção no meu grande amor, pois me envolvi com uma pessoa, solteira, bem longe daqui… Talvez o propósito da distância fosse para não haver confronto… A coisa veio a tona, rompemos o nosso relacionamento e eu continuo com essa segunda pessoa, que é íntegra, decente, e alguém que consigo afirmar, olhando nos olhos dela, que a amo, que a desejo e que ela é especial. Caio não há questionamentos. Sei que Deus nunca esteve por trás dessa história, como acreditávamos! Ah! quanto cansaço! Não consegui mais me firmar no ministério. Vivo uma crise de mornidão… se é que existe. Semana passada, um pastor de um outro lugar ligou pra falar com a “pessoa”… a mulher de meu amigo. Eu estava porque tinha ido resolver uns negócios com ele. Quando eu atendi o telefone ele me questionou sobre o meu casamento com a outra moça. Segundo ele, o pastor, quando abriu a Bíblia… caiu em Jeremias 16… Leu pra mim e me pediu para orar e concluir o que Deus estava querendo dizer. Confesso que me entristeci e me preocupei. Hoje tenho 46 anos… A vida passou…, tá passando…, meus projetos viraram cinzas… Poderia ser frustrado, mas não sou, graças a Deus! Caio você é uma pessoa especial pra mim, muito amada Se você puder comentar o assunto ficaria grato Beijo, que Deus te guarde! __________________________________________________________________________ Resposta: Meu querido amigo: Graça, Paz e Realidade! Veja o tamanho da maluquice! Uma mulher casada com um líder de uma igreja “avivada”, onde reinam as profetizas e os profetas—soberanos como feiticeiros e bruxos de uma tribo de fanáticos evangélicos—, recebe um aviso divino de que o marido vai morrer… Supostamente um aviso de Deus. E, na intenção de amparar a futura viúva de um marido vivo e ignorante da conspiração acerca de sua morte já anunciada, você se envolve numa paixão piedosa… Ora, por conta disso, você tinha 29 anos e hoje tem 47. E, segundo você…, tudo isso esperando o homem morrer…, que é pra você, piedosamente, poder ficar, “legitimamente”, com a mulher dele. Lindamente maluco! Malucamente lindo! Porém, igualmente diabólico! A maluquice é tão grande que a própria profetiza (que certamente é contra o divorcio!), fez também a profecia de que você é o “cara”. Isso é que eu chamo de cafetinagem profética seguida de homicídio espiritual. Você ainda resistiu a tentação de não “torcer” pela morte do seu amigo e colega de igreja e de negócios. Sinto que você está muito mais sincero nesta parada do que a mulher do seu amigo. Ela encontrou um homem que está disposto a ser secretário-amante-provedor dela até que o defunto vivo seja definitivamente empacotado. Enquanto isto, de vez em quando ela “dá” só um pouquinho…; e isto mantém você preso ao “amor de sua vida”; o qual, na verdade, é o grande engano, engodo, fantasia, prisão, opressão, e diabolismo de sua existência—não o seu amor. Se essa mulher não tivesse em você apenas uma ‘Poupança’ certa e amiga; mas, ao contrário, amasse você mesmo; já há muito que ela teria assumido que queria você hoje, vivo, e não apenas depois que o marido já morto por profecias, venha, de fato, a falecer. É patético! Saia disso hoje! O quanto antes! Ou, então, viva com as conseqüências; as quais, saiba, ainda nem começaram, pois, de fato, caso vocês continuem com esse ‘amasiamento de coveiros’, acabarão por conhecer o gosto amarguíssimo de terem jogado um jogo que pode ter vindo por profecia de evangélicos, mas que não passava de bruxaria. O nome disso é bruxaria! É macumba! É despacho que não deu certo, mas é obra do mau! Saia disso! Fique bem longe! Esqueça o endereço dela. Acabe com o negócio com o marido dela. Viva a sua vida. Encontre alguém, e ame. E esqueça esse cativeiro de 18 anos. Fique também longe dessa “igreja avivada”. Fique longe das “bruxas e bruxos evangélicos”! O mais, meu amigo, é vício de uma alma que se condicionou a essa espera pela morte. E saiba: ter uma mulher que “dá” pro cara de vez em quando, e diz: “Fica, porque ‘ele’ está pra morrer… Então, seremos só nós dois!”—é a receita para a escravidão por toda a vida; e é poção mágica para manter um tesão mórbido em processo. Seu caso é o de um tesão que se alimenta da morte, mesmo que inconscientemente! Ora, isso tudo ainda se instalou mais profundamente em você porque no seu infantilismo espiritual, você desejou crer no que o tesão pedia: que a mulher do seu colega haveria de ser sua, pois, segundo a “vontade de Deus”, ele morreria. O que lhe aconteceu…, acontece todos os dias por aí. Essas profetizas-bruxas vivem fazendo o papel de cafetinas espirituais. São moralistas quanto ao divórcio, mas são assassinas proféticas. Tudo coisa do diabo! Não há o que psicologizar! É sair…; ou ficar…, e morrer em angustia! Por enquanto, é só isso. Pois qualquer outra coisa que eu diga não terá valor ante a necessidade de uma decisão sua. Decida. Depois me escreva. Então, a gente conversa! Um beijo grande! Palavras fortes, mas em amor! Nele, em Quem não aprendi a chamar macumba pelo apelido de profecia, Caio 10/04/2005