QUANDO A DEPRESSÃO É USADA COMO SEDUÇÃO-I-II-III



Obrigada, obrigada, obrigada!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Prezado Reverendo Caio, Faz aproximadamente 1 ano que venho lendo seu site diariamente. Hoje resolvi escrever para que a honra seja dada a quem honra! Não preciso me alongar nas palavras porque sabes para o que fostes chamado e o Pai já o tem honrado. Passei, há um ano atrás aproximadamente, por uma experiência nunca pensada, imaginada ou que eu pudesse achar que um dia isso aconteceria em minha vida. Sou nascida em lar evangélico e como já pode imaginar, ser “certinha” e “correta” em tudo o que fazia era primordial. Afinal todos esperam isso de você…. (Tô de saco cheio disso !!!!!) Tenho 42 anos, sou casada há 17 e temos três filhos. Meu casamento é feito de altos e baixos, mas amo meu marido e tenho com ele um relacionamento bem humorado, conversamos muito e temos um bom relacionamento sexual. Mas isso não nos exime dos momentos onde pisamos na bola, e ferimos, magoamos e decepcionamos…etc, etc, etc….. Foi em um desses períodos de “baixos” que aconteceu o que nunca poderia pensar que um dia aconteceria. Conheci uma pessoa dentro da igreja, nos tornamos amigas. Esta pessoa passou então por um problema de depressão, e eu sendo sua amiga, fui socorre-la tentando da forma que eu podia, ajudá-la. Fui visitá-la nos primeiros dias, mas depois, achando não haver mais necessidade da minha presença tão próxima, resolvi não ir mais a sua casa. Afinal a pessoa tinha família (era e ainda é casada), e eu não precisaria dar esse assistência tão constante. Mas, no primeiro dia que não fui, recebi uma ligação em minha casa, pedindo que eu fosse lá porque a pessoa queria me ver. Fui, conversei, orei com ela. Quando estava indo embora, a pessoa pediu pra que eu prometesse voltar no dia seguinte,( éramos amigos e me doía o coração ver essa pessoa sofrendo daquele jeito). E eu assim passei a ir nos fins de tarde à sua casa. Cheguei um dia em sua casa e achei toda sua família reunida, tios, avó , irmão e soube que a pessoa havia tomado todos os remédios pra depressão que havia na caixa e misturado mais alguns analgésicos também. Quando ficamos sozinhas, a pessoa disse que queria se matar e me mandou olhar no cesto do banheiro. Havia mais uma caixa de remédio vazia. A pessoa tomou duas caixas…, e então falei para o irmão dela que precisávamos leva-la ao hospital. Mas, por misericórdia de Deus os remédios não causaram dano algum ao seu organismo, exceto um estado de sonolência enorme. Narrei esse episodio porque a partir disso comecei a me sentir como se estivesse sendo manipulada. A pessoa só se sentia melhor se eu estivesse com ela. Cheguei a comentar isso em uma conversa que tivemos, mas ela negou com veemência. Eu tinha por essa pessoa um carinho grande, amizade, bem querer… e me deixei levar porque achava que estava “ajudando”. Meu casamento estava naquela maré vazante, sentia falta de carinho, atenção, não sentia que pra ele eu estivesse representando muita coisa naquela época (já havíamos passado por outras situações semelhantes em nosso relacionamento e eu conseguia passar por cima e íamos seguindo juntos), e eu já estava meio cansada desse fluxo e refluxo das marés… Tenho grande ligação com o mar… Acho ótimo quando você diz q a natureza cura a alma. Comecei então a fazer algo que nunca deveria ter feito, canalizei toda a atenção, o carinho, o afeto, para essa pessoa, e eu já vinha recebendo o mesmo tipo de tratamento também. Perto dessa pessoa eu me sentia querida, me sentia importante, sentia que fazia diferença, e comecei a amar esse sentimento e a maneira como esse sentimento me fazia sentir (deu pra entender o nó?). A pessoa começou a apresentar sinais de melhora e eu, bobinha, achava que tinha “ajudado” em alguma coisa. Mas aquele sentimento que me fazia sentir importante não me deixava perceber outra coisa… Eu estava encantada por aquela sensação de me sentir amada e imprescindível para alguém. Conversávamos muito e falava a respeito de meu casamento, e que não queria confusões na minha vida com envolvimentos afetivos fora do casamento. Nesse dia falei pra pessoa que poderia pintar o maior “deus grego” na parada que eu “Tô nem aí”. Então aconteceu algo muito estranho, algo que NUNCA em toda minha vida tinha ouvido. Quando saí da casa dessa pessoa, andando de volta para minha casa, estava pensando em tudo o que havíamos conversado e algo “falou” ao meu ouvido: “Pastor Caio…”; foi algo quase que audível ( não sou uma pessoa cheia de misticismos e não vejo o diabo em maçaneta de porta rsrsr). Mas era uma voz em tom irônico e debochado, e que falou: “Pode não ser um deus grego, mas e se fosse uma “amiguinha” sua…” Pastor, o mais interessante nessa hora foi que eu não tive reação alguma, não repreendi essa voz, não falei pra mim mesma “Cara, pára com isso”!! A minha reação foi de um sorriso do tipo “que isso!”, mas achando engraçada a idéia. Isso sumiu da minha cabeça, mas não passaram muitos dias e a pessoa se insinuou e me beijou o canto da boca. Fiquei meio abobalhada ( sou meio lesada pra determinadas coisas) e me despedi rapidinho e fui embora desnorteada. No dia seguinte expliquei a ela q isso era algo impensável de acontecer entre nós, que não fazia sentido nenhum pra mim porque eu desejava meu marido. Mas o distanciamento do meu marido naqueles dias estava gritante ( o que não explica nem justifica o que me permiti fazer)… e acabei me envolvendo mais ainda nos agrados daquela pessoa por mim e deixando de perceber que também estava “amando”… e fascinada pela atenção e cuidado que recebia. Enfim…, me deixei envolver completamente ( essa pessoa já havia tido alguma experiência anterior nessa área)… e só não cheguei ao envolvimento total… acho que pela misericórdia de Deus ( tenho que confessar que curiosidade não faltou e “T” também…). Como você costuma dizer, estava apaixonada pelo sentimento, amando o amar. Envolvida em toda essa confusão de sentimentos e lutas interiores, não conseguia mais discernir entre o que era o correto e o que sentia, o que queria e o que não queria. Muito menos conseguia sentir culpa em tudo isso. Estranhei essa minha reação, exatamente porque sempre me achei muito certinha, e ter “enfiado o pé na jaca” não me causava dor de consciência alguma. Enfim, em meio a toda essa situação e por não conseguir sair disso sozinha, fui ao pastor de nossa igreja (já havíamos conversado, eu e essa pessoa a respeito de irmos ao pastor…), e abri o jogo com ele. Coloquei sobre mim a responsabilidade porque a pessoa era mais nova do que eu, tanto em idade quanto na fé; e tomei para mim a “culpa” de tudo. O pastor não ficou muito convencido porque me conhecia há muitos anos e a esta pessoa há bem menos tempo. E talvez já soubesse alguma coisa da vida dela antes da conversão. Sei lá, mas o resultado dessa conversa já era esperado: pediu para que nos separássemos, não nos falássemos mais , nem na igreja, nem nos víssemos . Concordei em parte com algumas colocações dele. Falei que iria obedecer… mas contra a minha vontade (abusada eu; né?!). Então começaram a surgir os primeiros sinais de que algo dentro de mim não estava legal há muito tempo. Fiquei com raiva da hipocrisia, do falso moralismo, do suco de mosquito coado e do camelo que se senta no banco da igreja e ninguém percebe (viajei agora… rsrs). Precisava resolver esse nó que estava a minha alma. Li algo aqui no site que traduz a consistência da minha alma aqueles dias: pasta… Os dias foram passando e a angustia pela falta da pessoa e por ter sido literalmente proibida de vê-la e ela a mim, aumentava… Nesses dias não queria que Deus se envolvesse nessa situação, preferia eu deixá-lo como espectador, não deveria se envolver em algo tão escuso, tão negro… Mal sabia eu que o Deus que transforma mal em bem, estava ali o tempo todo….; o Deus a quem eu amava, a quem eu havia dado minha vida e coração…, estava ao meu lado. Mais uma vez fiz algo que acho eu hoje, não deveria ter feito: contei a meu marido o que aconteceu… Pastor Caio, foi como se o mundo dele tivesse desabado. Apesar de já ter aprontado algumas comigo nessa área sentimental, ele não segurou a onda quando foi a vez dele. Desarvorou durante algum tempo, mas depois teve uma reação muito estranha. Passou a me tratar como se fossemos namorados, enviando flores, cartões, bombons, tele-mensagens, me levando e buscando no trabalho de carro, indo ao supermercado sem reclamar (pasme!!!!!)… Na cama nem se fala… Enfim, estava adorando tudo isso… Foi um período…. pra depois cair novamente na sua dor e curtir a “traição” (eu trai muito mais a mim do que a ele). Hoje ele ainda sente um pouco, mas o tempo é um bom amigo pra essas coisas. Encontrei seu site nesse período onde precisava ouvir algo, perceber que eu era normal, que o Deus que eu conhecia era um Deus gracioso e de misericórdia… Precisava entender o que estava acontecendo comigo. Reverendo, foi um oásis de conhecimento e entendimento acerca do caráter do Deus a quem eu amo. Toda essa experiência foi de grande valia, pois cresci como pessoa antes de tudo, e aprendi e entendi coisas que só tinha ouvido falar…. Reverendo, quando precisamos da misericórdia de Deus, aí então aprendemos a ser misericordiosos. Entendi que perdão só se dá quando a ofensa já não mais te atinge ou causa algum sentimento ao ser lembrada. Aprendi que no Sermão do Monte, quando Jesus fala que bem-aventurado serão os misericordiosos… porque alcançarão misericórdia…., ainda mais bem- aventurados serão os que foram alcançados pela misericórdia porque podem exercê-la sabendo o bem que isso faz ao próximo, e, à própria pessoa. Pastor Caio, posso te dizer que esse site me trouxe libertação e cura, pacificação do meu coração e descanso para a alma; confiança e segurança em um Deus que não nos julga segundo os nossos pecados e nem olha pra nós consoante as nossas iniqüidades. Mais uma vez: obrigada, obrigada, obrigada!!!! Parafraseando esse Pastor com gosto de açaí ( com granola ou sem), despeço-me… Nele, que conhece todos os abismos da nossa alma, ________________________________________________________________________________ Resposta: Minha querida amiga: Graça e Paz! Em tempos de carência o coração nos trai o tempo todo; e, com muita freqüência, nos desvia do curso de nossa natureza e consciência. Ora, isto acontece especialmente se em meio a tal fase de carência se conhece um suicida, depressivo, manipulador, e que usa de seu mal-estar como instrumento de sedução! Ninguém se iluda: depressivos e suicidas são grandes manipuladores, posto que também se sentem mal-amados, e, em razão disso, fazem com que sua “doença” se torne o álibi para a sua mascara de sedução negativa. Creio que você já entendeu que sua carência a levou ao que aconteceu. Daqui para frente não trate mais a seres depressivos e suicidas como pessoas inofensivas. Pois o que você narrou… é mais que freqüente. Sobre o seu casamento, saiba que todo relacionamento tem altos e baixos; e a melhor coisa nesse caso é não deixar o “baixo” ficar senhor da “parada” pela via do silencio obsequioso entre os cônjuges. Se entrar em “baixa”, fale; diga a ele que o sente desinteressado… Homens precisam desse toque de vez em quando, posto que tendem a pensar que a mulher está ali pro que der e vier. Sim, homens precisam saber que suas esposas são carentes e podem fraquejar nesse estado. E não se trata apenas de transar todo dia, mas de se tratarem bem, com carinho e consideração; com interesse e atenção; e com intensidade consciente em relação à carência do outro. Dê-se ao seu marido por inteira, e diga a ele que quanto mais por inteiro ele se der também, mas de você ele terá; e que até agora vocês só lamberam a casquinha do sorvete… Fique firme e cresça na Graça e no entendimento da Vida, segundo o Evangelho. Bem-aventurados os que não temem conhecer-se a si mesmos! Receba meu carinho e orações! Nele, que nos toma pela mão e nos conduz ao entendimento da vida, Caio _______________________________________________________________________________ Recebi a seguinte correspôndecia em razão dessa carta. Foi escrita por um amigo amado, lá do Caminho, em Brasília. ___________________________________________________________________________ Pastor Caio: Hoje li uma coisa no seu site que me remeteu a uma situação que vivi. Era o relato de uma mulher que, em virtude de um período de carência afetiva e de uma certa manipulação emocional acabou se traindo e traindo seu marido. O que quero testemunhar aqui é que por muito tempo também me mantive prisioneiro numa teia sutil de depressão e manipulação pela vitimização. Como você disse, não devemos nos enganar, pois depressivos podem ser altamente manipuladores. Eu tive culpa no meu caso, pois não discerni esse comportamento e também era indeciso e um pouco safado. Queria ter essa pessoa à minha disposição… Quando quis dar um basta e seguir em frente, não consegui, e acabei ficando mais de cinco anos no vai não vai… Até que, um dia, uma congruência de fatores de Deus impulsionou minha cura, e eu consegui me afastar, mesmo a pessoa ameaçando se suicidar e tudo mais. Contribuiu para alimentar minha decisão, entre inúmeras outras coisas, uma mensagem que ouvi de sua parte acerca do paralítico do tanque de Betesda, quando o sr. verbalizou que “não deveríamos negociar nossa cura com ninguém”. Para mim para ajudar tal pessoa era, naquele momento, negociar a cura… Não podemos ajudar a todos, principalmente se estivermos em processo de cura. Depois ela (essa pessoa) parece que acabou encontrando seu rumo… Às vezes colocamos os pés pelas mãos tentando dar uma de Deus, ser demasiadamente justos, bons ou sábios. Infelizmente nesta vida não dá pra ajudar a todos, não dá pra ser amigo de todos. Não precisamos ir muito longe pra verificar a veracidade disso. Basta olhar pra Jesus. Ele foi sincero com todos e tinha compromisso com a verdade, mas não era amigo de alguns. Fora isso, há pessoas que querem explorar nossa persona, insinuando que, como pessoas públicas (isso em qualquer nível e em qualquer área), precisamos sempre estar à disposição dos mais carentes, dos mais dengosos, ou dos mais afetados. Não. Infelizmente temos limites de ordem física, cronológica, financeira e até psicológica. Por este motivo tenho imenso respeito quando vejo que você acabou de pregar e está em exaustão física, aqui em Brasília. Receba meu abraço. Abraço do André. ____________________________________________________________________________ Prezado Reverendo Caio, Deixe-me começar por um título de filme que pode descrever o que sinto pelo sr. : “Nunca te vi, sempre te amei”. Sempre achei que emana do sr. algo transparente, que sempre me disse:”Esse cara nem precisava falar”. Sentia no sr. um “Q” de romantismo pelo evangelho (não me entenda mal a palavra romantismo), e que transpirava aquela sensação do evangelho pelo Evangelho; das coisas simples, como simples é o Pai e o Filho. Talvez por isso, nunca tive a necessidade de ir “conferir o que esse cara tá dizendo”, porque você dizia sem dizer… (caiofabiei agora rsrsr). Vi que em virtude de minha carta um irmão do Caminho revelou que já se encontrou também em situação semelhante. Pastor, gostaria de continuar a expor um pouquinho mais a situação que lhe contei. Sei que muitas vezes precisa ter um “saquinho de filó” pra agüentar o seu povo aqui…, mas esse teste de paciência lhe acrescentará algumas pedrinhas no céu (brincadeira, desculpe). Acho que percebeu qual o sexo da pessoa com a qual eu me envolvi emocionalmente. Pois bem, ela foi a procura de tratamento psicoterapeutico e acho que teve êxito nessa busca. Telefonou-me outro dia dizendo estar bem e querendo saber como eu estava. Eu disse que eu havia encontrado respostas e cura para alma em seu site (graça pura e real), e que ainda estava em processo de entender mais algumas coisas a meu próprio respeito, coisas que ainda necessito entender em mim mesma. Reverendo Caio, me bateu agora uma sensação de estar “abusando” dos seus olhos lendo esse e-mail. Esse assunto está mais para o divã…. desculpe se tomo seu tempo. Mas, me faz bem contar e, contar a quem mais…, senão a alguém que não vai me olhar nos olhos e dizer pra si mesmo: tsc,tcs,tcs… e você que sempre se mostrou tão certinha! Logo vi que tinha algo de podre. Não se pode confiar em ninguém mesmo. Ainda sinto aquela sensação de tristeza pela “perda” da amizade. Pastor Caio, por que ainda sinto essas sensações? Porque sinto falta da pessoa. Será minha carência tão grande assim? Será que ainda tenho algum sentimento pelo sentimento que senti (…mais um nó. Se fosse marinheiro seria o 1º da turma na aula de nó… rsrs). Penso na pessoa . Sinto falta dos papos, das risadas, da liberdade que tinha de poder falar o que sentia e não sentir-me reprimida ou repreendida por olhares e palavras. Sinto falta dela… Deus sabe! O sr. acha que essa amizade está fadada a nunca mais acontecer? Às vezes tenho certeza que sim. Não sinto atração pelo mesmo sexo. Acho bonito uma mulher bonita. Se passa uma mulher bonita, olho e aprecio, mas não tenho atração física alguma. Cheguei a pensar isso durante algum tempo: Será que tenho atração? Será que não? Será que sou…, será que não? Senhor, que agonia!!!! Mas, pastor, Deus é interessante. Eu estava nessa época de agonia curtindo esses pensamentos doidos, e um dia saindo do meu trabalho, no elevador, entrou um exemplar da espécie masculina de “fechar o comercio”(como diria minha mãe). Senti no coração algo assim: isso é o que te atrai. Não que eu tivesse olhado para o rapaz com olhos de desejo, mas tem sempre aquele impacto… Noooooossaaaaaa!!!! rsrsr. E sentindo esse “impacto” Deus me fez perceber e responder a mim mesma acerca de minhas dúvidas. Mas, volto a velha dúvida: Por que sinto falta…, por que ainda quero ver essa pessoa…, por que tenho saudade….? Reverendo, me ajude a responder esses questionamentos! Queria que toda essa falta que sinto, não sentisse mais…; que toda essa vontade de ver a pessoa, não existisse mais… O que fazer? Pastor, obrigada!!! Caiofabianarei novamente em minha despedida. Nele, em quem não existe dúvida, nem sombra de dúvida de quem somos e de quem Ele é! Um abraço com gosto de açaí (adorei essa comparação, já deu pra perceber… rs). “Nunca te vi, sempre te amei”. ____________________________________________________ Resposta: Minha querida amiga: Graça e Paz! Sua história foi por mim colada no site a fim de mostrar para muitos como a manipulação feita por ‘depressivos’ tanto é real como também pode ser viciante. A carta de hoje revela o quão perturbadora pode ser tal experiência. Isto porque você sabe que não é lésbica, mas ficou afetada pela afetividade e meiguice da experiência. Na realidade, o que você sente hoje é tesão pela amizade de outra mulher… não tesão pela mulher mesma. Sim, porque em geral as mulheres pensam que ter um homem-marido ao lado responde a todas as questões. E não é bem verdade! Por outro lado, os homens pensam que mulher só quer pênis e transa. O que também não é verdade. Ora, é em razão desse equivoco que os homens tentam ser sexualmente freqüentes na transa com a mulher—o que é bom—, esquecidos, todavia, de que nem só de transa vive a mulher, mas também de toda palavra meiga e amiga que sai da boca do homem-marido. O que acho é que sua carência está enorme, e, além disso, seu casamento não está sendo feito também de carinho e amizade genuínos. Ora, na “amiga” você teve amizade, e também aquela carência-depressiva, e que fez você se sentir necessária e querida. Ou seja: você está com saudade da falta que você fazia a alguém; e, também, do modo como você era desejada como mulher (visto que a outra, a amiga, já deve ter tido outras experiências do gênero) e também como amiga. A questão é que o incidente gerou em você “uma disposição mental”, e, essa tal inclinação de sentir é que precisa ser tratada. Como, então, trata-la? Ora, você tem que vê-la sem combate. Sem ficar repreendendo. Sem brigar frontalmente. Sem transformar isso numa questão do “diabo”. Digo isto porque se você partir para o “enfrentamento”… tipo: tentação versus repreensão em nome de Jesus… o que acontecerá é que você apenas reforçará a pulsão hoje existente, e que se fundamente em sua carência, que está enorme. Por outro lado, é certo que vocês não devem mais estar juntas… isso se você não quiser acabar com seu casamento. O que fazer? Não pensar…, seria o melhor. Mas você as vezes pensa…, e não tem o poder para não pensar de vez em quando. Portanto, o melhor é tratar o pensamento com o mesmo bom humor com o qual você trata as questões mais leves da vida. Sim, empreste leveza aos pensamentos relacionados a esse assunto… e, logo, eles começarão a desvanecer. Por outro lado, tal ocorrência deveria também fazer você buscar ajuda de natureza terapêutica, especialmente com um especialista que não esteja na lista dos psicólogos moralistas da “igreja”. Digo isto porque na maioria dos casos eles se concentram nas questões morais da ocorrência, preocupados em salvar o casamento; não percebem que o casamento, nesse caso, é secundário; posto que não haverá casamento feliz se a pessoa não “elaborar”… e seguir resoluta em relação a tal incidente. Mulheres, em geral, são como você em relação a outras mulheres. Ou seja: as mulheres apreciam muito mais o belo-feminino do que os homens apreciam o belo-masculino. É normal. Portanto, não se grile com esse fato. O que você tem que fazer agora é não mais gastar energia buscando enfrentar a coisa por você mesma. O enfrentamento “por nós mesmos”, como já disse, apenas piora as coisas. Portanto, se pensar… deixe a coisa ir e vir… mas não entre em crise porque pensou no tema. Quanto ao mais, converse com seu marido sobre o fato que essa experiência apenas revelou a você como você mesma precisa da amizade dele, além de sexo e flores… Recomendo a você a leitura diária do N.T. Sim, leia como se fosse para outros ouvirem… em voz alta… só você… e na seqüência. Deixe a Palavra ir lavando você de tudo o que não tem que ter lugar na sua vida. Com todo carinho, e com um copo de açaí com granóla. Nele, em Quem não precisamos fugir de nada, pois, Ele cuida de nós, Caio