QUANTO MAIS “ESCÂNDALO”, MAIS ESCÂNDALO!
Desde ontem que estou muito triste com uma calamidade que atingiu um grande amigo meu. Quase não consegui dormir, orando por ele, sua esposa e filhos queridos; e também pelos demais, os quais também foram atingidos, e hoje também devem estar no inferno da alma, tamanhas são tais agonias, especialmente para quem é bom e tem consciência.
Quando um caso de infidelidade conjugal acontece, nem sempre é porque quem traiu não ama ou amava a parte traída. Às vezes são circunstâncias, fragilidades pessoais, crises no casamento, ou apenas vícios ou demandas reprimidas.
Em outros casos, em se tratando do adúltero crônico, variado e indiferente, já não se pode dizer a mesma coisa; até porque há pessoas que têm mais prazer no ato de trair e dizer aos amigos que estão “pegando” outra pessoa, casada, do que prazer no do que está fazendo.
Para o traíra crônico, o adúlterio tem o prazer que os ladrões contumazes sentem quando roubam ou enganam. Mas para o ser “gente boa”, tal situação significa uma entrada no Inferno da alma!
Digo isto porque faço diferença entre um adúltero-sofrido e culpado, e aquele que tem prazer em trair!
Quando Jesus lidou com a “adúltera”, é certo que Ele estava tratando de um ser “acidentado” pela vida; e não com uma deliberada provocadora de acidentes conjugais.
O ato de trair pode ser tão danoso para a alma dos envolvidos, que há pessoas que, depois de um tempo, só conseguem se satisfazer, e isto sem de fato haver satisfação, no ato da traição-pela-traição. Nesse caso, a pessoa não adulterou, mas se tornou um ser-adúltero.
É acerca do ser-adúltero que as Escrituras fazem graves advertências!
Proverbios 6 e 8 bem descrevem o estado psicológico do ser-adúltero; que é aquele que faz, lambe os lábios, e segue sem crises.
Sim, porque só sentir excitamento se isso implicar em que se está enganando alguém, é algo profundamente diabólico.
Afinal, quem tem orgasmos com a traição é o diabo!
Ontem, meditando na situação de meu amigo, fiquei pensando em como as situações de traição cresceram tanto nos últimos anos. E me perguntei: por quê?
Na realidade o que se vê é uma espécie de limpeza acontecendo em todas as áreas. Políticos, evangélicos ou não (embora com grande incidência de evangélicos), estão sendo descobertos em suas corrupções… algumas delas sistemáticas e antigas.
Entretanto, tanto no site como em atendimentos, percebo que a disposição de trair conjugalmente cresceu muito; e também vejo que, para a maioria, a dor de trair acabou.
E por quê?
Ora, além do massacre relativizante que a sociedade inteira sofre todos os dias a respeito do tema, há ainda, entre os cristãos, um outro fenômeno em curso; e que tem a ver com o seguinte: como o sexo é o pecado-dos-pecados entre os crentes (uma espécie de blasfêmia contra o “Espírito Santo da Igreja), as pulsões psicológicas para a realização de tal transgressão apenas tendem a crescer.
Na realidade o sexo é a Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal dos crentes!
Ora, é por tal fixação tão doentiamente afirmada, que a maioria vai ficando com a coceira de saber como é. E mais: quanto mais assim for, mais haverá incidência de tal transgressão.
Assim, é por sua própria fixação temática e pela força de “escândalo” que tal ato carrega consigo dentro da “igreja”, que haverá, cada vez mais, mais e mais traições dentro da “dela”.
Dos mais de 200 mil e-mails que recebi nos últimos 4 anos, posso assegurar que a maioria absoluta tratava e trata do tema sexual e de sua associação com a transgressão. E isto vai dos pastores à qualquer outro membro da “igreja”. Trata-se de uma epidemia!
O que fazer?
Ora, de início o que se deve fazer é tirar da “quebra do 7º mandamento” o peso de inferno que ele carrega; pois, quanto mais diabplizado isto for, e quanto mais tratado com as radicalidades com as quais se trata de tais casos, mais a vontade de praticar tais coisas cresce na pessoa. Sem falar que muitas vezes há um espírito suicida na prática em si. Além disso, o próprio medo das consequências aumenta em muito o desejo de realizar a coisa (paroxismo psicológico).
Ora, se se diz: “… se comeres, morrerás…” — parece que a transgressão se torna algo irresistível para muitos. Graças a Deus não para todos!
De fato, somos atraídos pela morte mais do que sabemos; e frequentemente nossa vontade de trair é equivalente à nossa própria falta de vontade de viver bem.
Além disso, há um espírito de fornicação vibrando à volta do Planeta!
Jesus disse que “esse dia” haveria de vir sobre todos os habitantes da Terra. Por isso Ele advertiu contra as “consequências” de todas intemperanças.
Sim, porque mesmo os que não estão praticando hoje, sofrem, entretanto, com as consequências espirituais de estarem cercados por uma sociedade que, de tão promíscua, será julgada por Sodoma e Gomorra.
Afinal, se haverá menos rigor para Sodoma e Gomorra, segundo Jesus, do que para Cafarnaum, Corazin e Betesaida, que não dizer da sociedade humana hoje?
Além disso, sendo Jesus um contemporâneo dos devassos e promíscuos romanos, me pergunto: por que será que Jesus escolheu Cafarnaum, Corazin e Betesaida para serem julgadas com mais rigor do que Sodoma e Gomorra? Não seria mais próprio dizer “Ai de ti Roma?”…; ou mesmo “Ai de ti Grécia?…”
Mas não! Ele falou de cidades que não tinham tamanho índice de devassidão, ao invés de mencionar as capitais das orgias e surubas.
De fato, o que se aprende com isto é que a mornidão para com o Evangelho (“… se em Sodoma… se tivessem realizado os sinais que em ti… foram operados, afirmo que ela teria permanecido até o dia de hoje!) é o fator que mais atrai o juízo de Deus sobre os homens.
A ignorância surubenta dos romanos era menos ofensiva do que a indiferença dos galileus para com o Evangelho que entre eles caía com a abundância das folhas da Árvore da vida, e que são para “a cura dos povos”.
Quanto mais a “igreja” se fixar no tema, mais tematizada ficará; e quanto mais tratar os transgressores com o ar do “escândalo” que só caberia ante o pecado contra o Espírito Santo cometido por aqueles que chamavam as obras de Jesus de ações de Belzebú, mais vulnerável ela ficará; posto que o “escândalo” ante a traição não a previne, mas apenas a estimula como pulsão suicida, conforme se vê na psicologia humana desde o Éden.
Se se disser que a pessoa vai morrer se fizer, saiba: ela fará!
E isto porque não apenas sofremos da fobia da morte, como medo e pânico; mas, também, na mesma medida, somos atraídos para ela assim como alguém que tem pavor de altura se sente atraído pelo abismo quando fica em pé diante dele.
Os tempos são difíceis; e o são para todos os habitantes da Terra. Por isto, mais do que se escandalizar e julgar, o que se tem que fazer é não julgar, antes se compadecer; e, sobretudo, sem neuroses ou paranóias, vigiar e orar.
Pense nisto no dia de hoje!
Nele, que nos perdoa e no Seu amor nos chama a uma vida que não foge da traição,
Caio