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From: QUEM ILUSTRA SEUS TEXTOS?
Sent: Wednesday, August 29, 2007 12:29
Subject: Quem escolhe as “imagens” que ilustram seus textos?
Caio, gente grande, pergunto porque, embora sempre lindas e adequadas, a que “decora seu texto (“PARA QUEM GOSTA DO QUE É SIMPLES!”) é perfeita em sua singeleza (parabéns a quem a escolheu!).
Uma criança, só, minimamente vestida que, de tão encantada com uma poça, põe, sem permissão, sua mãozinha para sentir o frescor da água (…na minha opinião, ela irá mergulhar…).
Um ser humano, sem maiores preocupações materiais, encantado com a palavra, põe, sem permissão de religiosos, sua pequena consciência e frágil espírito para nutrir-se da palavra (…na minha opinião, a palavra inundará tudo…que nem o lago da represa de Tucuruí…).
Deus…dá-nos – diante de tua palavra – o encanto das crianças defronte às poças de águas depois da chuva (sem as esquisitices dos adultos: o medo do ridículo ou o temor de sujar os pés e findar estragando nosso melhor sapato, nossa melhor roupa) . Que, diante da poça, digamos, com paixão, feito meninos etíopes: aqui há água, “o que impede que eu seja batizado?”
“Na poça havia muitas estrelas;
Pedi a meu pai que as tirasse dali.
Ele removeu a água gota a gota
E pôs as estrelas nas minhas mãos.
Ao amanhecer eu queria saber se era verdade
que ele as havia tirado da poça.
E era verdade, na poça
só restava o céu.”
(Na poça”, do poeta guatemalteco Humberto Ak´abal, citado por Ziraldo em “Meninos Morenos”)
…………..ƒÒ
Abração, Habib
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Habib amado,
É a minha mana Ana Lúcia, caçula da casa de meu pai, e que nasceu de um útero sem colo, de um casamento que não mais existia, em um tempo de perdas totais, num lugar que não chamávamos “lugar pra nós” [Copacabana – 1965] – e que ao engatinhar se arrastava até onde papai e mamãe estivessem assentados [sem muito se falarem, separados pela tristeza, pela dor, e pela vergonha dele], e apanhava a mão de um e de outro, e as punha juntas, após o quê os fitava como quem dizia: É assim que vocês nasceram para ser!
Ela já nasceu intuída e intui com muita simplicidade. Com a simplicidade doce das crianças. Tem três filhos lindos. Doces como ela; e todos artísticos como ela e o pai deles: artista também.
Quando vi aquela criação dela ontem [muitas vezes ela acha pronto, mas muitas ela mistura, cria; inventa de muitos um só] lembrei dela engatinhando… Lembrei daqueles dias de trevas em Copacabana [1964-1966] e de como ela continuara a manter a doçura da menina nela.
Ana significa graça
Ela mostrou até aqui na vida que é cheia de graça e de perdão, e que é doce como a capacidade de perdoar faz a pessoa ficar; pois, sendo filha do espírito da reconciliação de nossos pais, viveu também para perdoar a muitos até aqui; por isso, reluz; e, foi exatamente batizada como o nome que diz quem ela é: Graça que Reluz!
Um beijo saudoso!
Ela gostará muito de ler o que você escreveu!
Nele, que em Graça nos fez para Reluzir,
Caio
29/08/07
Manaus
AM