QUEM PRENDERÁ O DIABO?
Apocalipse 19: 11 a 20: 1 a 10
Provavelmente o Diabo nunca tenha tido tanta atenção no meio cristão quanto entre os evangélicos do Brasil. Talvez nem nos cultos africanos um diabo se sinta tão mencionado e afirmado como poderoso quanto entre nós.
No passado era “coisa do demônio”.
Hoje o demônio é a coisa toda.
Está em tudo.
Seu encosto é onipresente e seu poder é muito mais avassalador que quase o de qualquer outro poder. O Diabo é visto como maior que os anjos e é quase tão poderoso do que Deus. Uma quantidade enorme da criação parece ter sido criada por ele. Há até mesmo “criaturas” que parecem estar imanentemente possuídas pelo maligno.
O Diabo serve para tudo. Leva a culpa de tudo. Carrega a culpa de tudo o que é nosso, mas não nos faz sentir perdoados nem mesmo por Deus. Afinal, se a culpa de tudo é dele, então, que ele fique com ela, não eu.
Então chegamos ao “fim do Diabo” no apocalipse.
Há cerca de seis tipos de personagens no texto em epígrafe. A seqüência acontece conforme a ordem de importância e poder conforme revelados na passagem.
1. O Cavaleiro chamado Fiel e Verdadeiro, que se veste com cor de Sangue, que atende pelo nome de Verbo de Deus e Senhor dos senhores e Rei dos reis (19:11-16). Ele fere as nações com a espada que sai de sua boca.
2. Um anjo que tinha na mão a chave do Abismo e uma grande corrente. Ele “segurou” o Dragão—que é a Antiga Serpente e o Diabo—,o “lançou” no abismo, “fechou-o”, e “pôs selo” sobre ele e “o prendeu” por mil anos. Depois dos mil anos Satanás é “solto”. E isto porque se diz que era “necessário”. Outra vez ele é simplesmente “lançado” para dentro do lago que arde com fogo e enxofre (20: 1-10). Um anjo que “peita” o Diabo como quem pega algo com a mão: um coelho pela orelha.
3. Um anjo que chama as aves para comerem as carnes de todos os que seguiram a Besta e os reis da terra (19:17-18).
4. A Besta e o Falso Profeta que foram “lançados vivos” para dentro do fogo que arde com enxofre (19: 20). O poder que os lançou nem é mencionado.
5. Os “restantes” morreram simplesmente pela espada da Palavra que sai da boca “daquele que estava montado no cavalo”(19:21).
6. Tronos e pessoas que receberam a “autoridade de julgar”(20:4).
Bem, creio que a simples leitura do texto bota todas as coisas em seus próprios lugares. O Fiel e Verdadeiro não precisa enfrentar o Diabo. Basta um anjo forte para fazer o serviço.
Todas as ações demonstram poder muito maior no “anjo forte” que no Diabo. Segurou, lançou, fecho-o, selou-o, o soltou, o prendeu outra vez, e o lançou para dentro do lago de fogo. Tudo assim. Com tais gestos de soberania.
O Verbo de Deus segue o curso de si mesmo: a Palavra. Entre todos os vestidos de branco, Ele é a única cor vermelha do cenário. E Sua distinção não se transforma em suor no enfrentamento do Diabo. Afinal, as Suas vestes estavam com a cor de Seu próprio Sangue.
O Diabo sempre foi anjo. Apenas no meio evangélico é que ele ganhou importância maior que a dos anjos. Mas graças a Deus que o Apocalipse nos ensina que o Sangue o colocou no seu lugar de sempre: o de uma criatura que não tem o poder de nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus.
Jesus despojou os principados e potestades na Cruz. Assim os expôs ao supremo desprezo!
E mais: de acordo com o Apocalipse, Jesus não tem tempo para botar as mãos no Diabo nem na Hora Final.
Deus não tem tempo para perder com o Diabo nem no Fim do Mundo!
Se é assim, então, viva com segurança!
Caio