From: REJEITO E ATÉ SINTO NOJO DE MEU FILHO!
Sent: Monday, September 22, 2008 2:41 PM
Subject: Sentimento de rejeição pelo meu filho!
Caio,
Moro nos Estados Unidos. Vivo bem aqui, mas, apesar disso, estou no maior desespero da minha vida!
Tenho rejeição por um dos meus filhos. Estou sofrendo e fazendo-o sofrer também. O fato é que tenho um sentimento de rejeição por ele.
A voz dele me irrita, o jeito dele me irrita, eu não consigo nem olhar para ele, quanto mais beijar, abraçar…
Isto está me matando!
As pessoas já percebem isso, mas não consigo evitar.
Há muitos anos venho tentando melhorar, pedindo para Deus, mas nada mudou; e ao passar do tempo, tudo piora, cada vez mais.
Ele já está ficando adolescente, tem 12 anos.
Está com o sentimento de que todo mundo o odeia.
Nossa! Isto está me matando!
Como pode uma mãe ter esse sentimento?
Às vezes penso em deixá-lo viver com o pai, mas vou rejeitá-lo novamente.
Pelo amor de Deus me ajude, porque sozinha não consigo.
Minha separação do pai dele foi muito traumática; e é ruim até hoje!
Meu filho tem as expressões do pai. Ele defende o pai.
Acho que por isso eu tenha esse sentimento por ele. Tenho raiva, irritação pelo meu próprio filho, não consigo amá-lo como deveria ser.
Entenda! Esse sentimento para mim é muito ruim!!
Ninguém sabe disso, embora esteja na cara, por que todo mundo percebe, mas só desabafei com meu esposo. Ele é que deu a idéia de te escrever numa tentativa de ajuda, porque sozinha não consigo.
Caio, preciso de ajuda!
Não posso e nem quero viver dessa maneira!
Ele é tão carinhoso comigo… Quando ele me abraça eu não consigo abraçá-lo. Ele me beija, e eu tenho vontade de limpar.
Meu Deus! Que coisa horrível!
Estou aqui, com gente me olhando na Lan House, segurando minhas lágrimas, porque isso é muito triste para uma criança inocente. Mas também é triste uma mãe sentir isso, e não conseguir ter um sentimento de amor pelo seu próprio filho.
Já pensei mil vezes em procurar um Psicólogo, mas tenho vergonha de falar tudo isso!
Às vezes meu coração sangra de tanta dor, por não dar amor a ele.
Coitado! Meu filho sofre tanto!
Esses dias ele veio me contar que na escola todo mundo xinga ele. Ele se sente excluso, acha que todos o odeiam.
Para mim é muito difícil e penoso, porque acho isso uma monstruosidade, mas é a realidade na qual estou vivendo; e, por isso, pedindo ajuda.
Me ajude pelo amor de Deus.
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Resposta:
Minha querida amiga: Graça e Paz!
Imagino o que você esteja sentindo. E, por isto, oro por você agora:
Pai! Visita a Tua filha com o Teu amor!
Ajuda-a a perdoar seu ex-marido, e, também, assim, poder ficar livre do que sente de modo adoecido pelo seu filho.
Dá a ela a coragem de olhar para dentro de seu coração e chamar tudo pelo seu próprio nome!
Tira esse ódio da alma dela. Livra-a desse sentimento de rejeição que se instalou nela pelo ex-marido e que ela projeta sobre seu filhinho.
Permite que ela seja curada pela sua missão de mãe, como diz a Tua Palavra.
É o que Te peço em nome de Jesus. Amém.
Minha amiga, ou você perdoa o seu ex-marido, e, assim, fica de fato livre dele; ou, então, é melhor deixar seu filho ir morar com o pai dele, pois, o que não pode ser… — é tê-lo com você enquanto seus sentimentos por ele são falsificados covardemente pelo que você sente pelo pai dele.
Sua fixação no pai dele ainda está presente. Como você disse: foi e é ainda algo “traumático”.
O fato é:
Todo ódio é proporcional ao amor adoecido que um dia se sentiu! Pois, a alternativa, é pior ainda: odiar apenas pelo desejo-direito de odiar — o que não deve ser o seu caso; assim espero.
Se você me dissesse que sempre não gostou de seu filho, e que sente a mesma coisa pelos outros filhos, então, eu diria que você é totalmente destituída de amor maternal; ou, ainda, como alternativa, diria que você é incapacitada a viver o papel de mãe.
Mas não parece ser o caso. Afinal, você associou tudo ao fato do menino ser “a cara do pai”.
Portanto, seu problema é o pai dele, não que o pai dele seja necessariamente “um problema”, mas, avaliando pelo que senti em sua carta, ouso dizer que mais provavelmente a maior densidade do problema esteja em você, e no modo não resolvido como você lida com seu ex-marido.
O sentimento que está sendo introjetado em seu filho é desastroso para a alma de qualquer pessoa.
Resolver isto…, creia: você tem de resolver!
Mas, se não conseguir por enquanto, melhor é que seu filho vá morar com o pai, caso o pai seja carinhoso e cuidadoso com ele, e, sobretudo, possa mantê-lo.
Notei que é também parte da sua angustia o que as pessoas pensam. Até mesmo o psicólogo você ainda não procurou com medo de falar a ele o que poderia ser sua própria salvação.
Não faça assim! Busque ajuda!
Mas saiba: seu problema é você.
O seu ódio é sintoma de sua irresolução em relação ao pai do menino. Não porque eu creia que você não ame seu atual esposo, mas apenas porque o ódio é sinal de super-importância de alguém para nós; pois, não se odeia o que não existe.
Rejeição é o diabo para a alma!
Ora, até a rejeição que vem de estranhos faz mal, quanto mais a quem do ventre materno!
Todavia, não fique com seu filho por pena dele, ou porque você o considera um coitadinho. Pelo amor de Deus! Pena não!
Pena é também o diabo para a alma!
Se você quiser fazer mal a seu filho, então, tenha pena dele. Mas se você quiser salvá-lo, então, creia: ou você fica livre do ódio que sente pelo pai dele, e, assim, ama seu filho; ou, então, o entregue ao pai, mas sem pena e sem desculpas; pois, qualquer outra coisa — como, por exemplo, a permanência dele sentindo tais “energias” —, será desastrosa.
Entretanto, saiba: você tem de tratar isto e resolver isto, pois, do contrário, não apenas você poderá fazer muito mal a ele, mas, também, sobretudo, a você mesma; e, como conseqüência, aos seus outros filhos; assim como, inevitavelmente, também fará muito mal a seu atual casamento.
Sugiro que você leia o meu site todo, especialmente buscando textos sobre perdão. Ora, milhares o são.
Pense no seguinte:
Tem gente que pensa que não-perdoar é um direito e que perdoar é um sacrifício; pois, para tais pessoas, guardar rancor e desejar o mal dos que lhes fazem males, é um direito e uma questão de vergonha na cara, visto que jamais saíram do mundo das bestas e dos animais carnívoros.
O segredo da vida, no entanto, é jamais odiar ninguém, ao contrário: amar a todos; especialmente os que nos provocam pelo ódio [ou por qualquer de seus derivados] a deixarmos o caminho da paz interior, a fim de nos fazermos escravos do ódio de um louco e cego pela falta de amor.
Perdoar é a essência da Graça em seu aplicativo no coração do homem que encontrou a Graça de Deus.
Quem tem consciência de que vive e respira favor divino, esse perdoa sempre; e não se deixará desviar do caminho da paz apenas porque algum filho do ódio deseje alveja-lo com as setas da mentira e da amargura.
Sempre perdoados perdoam sempre!
Por isso é que se diz: “Sem amor nada me aproveitará!”
As pessoas me perguntam todos os dias a mesmas coisas, entre elas a seguinte pergunta:
Como posso amar a quem odeio, a quem detesto, a quem repudio tudo o que mostra ser e tudo o que faz?
Amar o inimigo apresenta o amor como uma decisão de misericórdia justa; a qual vê o mal, mas, ao mesmo tempo, não o combate com o próprio mal; porém com o bem.
Sim! Com o bem feito de ações de bondade séria, e que não barganham com o mal; mas que também não o resiste nos termos propostos pelo ódio; antes o enfrenta do modo mais odioso e, ao mesmo tempo, vulnerabilizante para o mau e para o mal — ou seja: com aquilo que é bom, mesmo que isso signifique ceder tudo, menos fazer concessões ante ao que seja verdade e justiça. Portanto, sendo capaz de enfrentar sem violência até à morte; sem, porém, jamais matar ou se encher de ódio; pois, o ódio é a arma do mal, e, assim, usá-lo como “instrumento” já é combater o mal com o mal, e, desse modo, inviabilizando o poder das armas do amor; e mais que isto: colocando o inimigo como nosso senhor, posto que aquele que odeia ao seu inimigo ou ao seu adversário é escravo daquele a quem odeia. Somente quem ama anda livre entre os homens.
Amar o inimigo é o amor negativo. Porém, o amor positivo é aquele que encontra reciprocidade nos vínculos, fazendo com que amar seja agradável e prazeroso.
Entretanto, amar a quem nos ama e amar a quem gostamos ou a quem tem como nos recompensar é algo que até os seres humanos mais alienados de Deus sabem fazer por natureza; isto se não se perderem na total desafeição.
O amor é tanto mais amor em sua largueza e divindade tanto mais quanto ele NÃO seja recompensado como galardão fraterno.
Assim, caso você realmente queira crescer em amor, saiba o seguinte:
Amor não é acordo. O amor acordo é um aspecto do amor que une amigos e que une homem e mulher. Entretanto, até com aqueles [seja o cônjuge ou o amigo] com quem temos acordo, ainda assim, haverá sempre uma multidão de ocasiões em que o amor terá que cobrir os desacordos do tempo, das estações e das circunstâncias.
Vamos parar de falar em amor e, ao invés disso, nos exercitarmos nele?
Pense em seu ex-marido!
Sim! Veja você livre dele!
Fez isto?
Então, agora, comprometa-se a orar pelo seu ex-marido, como todo amor, sem dar idéia a Deus acerca dele, porém, sincera e limpidamente apenas pedindo que o amor de Deus seja revelado a ele, assim como venha visitar você também.
Se você deseja deixar o lixo de fora de seu ser e abraçar o sentido do Evangelho para sua existência, certamente o exercício que eu aqui proponho lhe será o mais vantajoso de todos!
Nele, que nos ensinou a orar dizendo: “Perdoa as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores”,
Caio
22 de setembro de 2008
Lago Norte
Brasília
DF
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From:
Sent: Tuesday, September 23, 2008 10:34 AM
Subject: RE: Sentimento de rejeição pelo meu filho!!!
Bom dia Caio!
Obrigada pelas palavras. Foram de grande importância.
Mas acho que não me explique bem na questão do pai dele. O meu ódio é por ele ser totalmente ausente na questão da moral, educação e pensão. Mas nunca o amei. Pelo contrário: era apenas apaixonada.
Eu que me separei; fui embora; tenho muitas magoas sim; mas com razão.
Esse sentimento que sinto pelo meu filho…
Acho que é alguma coisa ruim que jogaram para mim; pois, a família do pai dele é KARDECISTA.
Quando eu era casada com ele, eu freqüentava a igreja e tal… Quando me separei ele dizia para todos que eu chifrava ele na igreja. Tem cabimento?
Fala sério! Sempre fui uma mulher dedicada a casa, filho, e fui taxada dessa maneira; sem falar de outras coisas…
Por isso o meu ódio existe!
Pensei que alguém pudesse compreender com olhos sobrenaturais esse sentimento, sem que eu possa relatar toda a história.
Em todo caso agradeço muito as suas palavras, foram de grande sabedoria…
Irei seguir…
Confesso que ontem mesmo fiz algo para melhorar: sentei e conversei com meu filho!
Fiz também uma lista de responsabilidades para ele fazer durante o dia; como fazer o dever de casa; tomar banho antes que eu chegue, e estudar.
Assim ele ganhará um abraço e um beijo.
Ontem percebi que quando chegava