ROCHAS DE VENTO, FÉ E ESPÍRITO!

  

  ROCHAS DE VENTO, FÉ E ESPÍRITO!

  “Irmãos: lembrai-vos da vossa vocação. Pois não foram muitos poderosos os chamados, nem muitos sábios, nem muitos de nobre nascimento. Pelo contrário, Deus escolheu as coisas fracas do mundo, e as loucas e as desprezíveis e as que não são, a fim de reduzir a nada as que são; para que seja como está escrito: Aquele que se gloria, glorie-se no Senhor!” — Paulo, I 1ª Corintios.

As coisas não são importantes pelo tamanho delas ou pela sua oficialidade histórica. De fato, muitas coisas que se tornaram as mais essenciais para a vivencia humana aconteceram “no nada” do mundo das importâncias assim consideradas.  

Por exemplo:

As civilizações que procederam de Caim, e que segundo o Gênesis construíram os impérios da Antiguidade, acabaram todas.  

Construíram torres, cidades e culturas, mas desapareceram.

O mesmo se pode dizer dos grandes construtores de civilizações fundadas na grandeza das riquezas e nos status das grandes obras de pedra e material precioso.  

Onde estão os egípcios? Existe a terra do Egito, mas lá já não existe um único egípcio há muitos séculos.

Onde andam os Romanos? Além de suas ruínas e de suas histórias, já não é possível encontrá-los na Itália.  

E os gregos? Você anda em Atenas e não os acha, a menos que exames de DNA possam identificar algum gene perdido.

E vá para o Oriente ou para a Ásia. Procure pelos povos que dominaram durante milênios e veja que quase todos eles acabaram. 

Não fora a China sempre chinesa [separado pela Muralha], o Japão sempre japonês [separado do mundo por ser uma ilha], a Tailândia sempre tailandesa, e outros povos da mesma região — os demais se perderam como eram originalmente.

Entretanto, sem torres, sem obras e sem monumentos perenes, o povo de Abrão, o servo do Invisível, o cidadão do caminho, o ser em movimento hebreu — permaneceu. 

Sim! Todas as sementes que ele plantou estão vivas e poderosas: do seu povo geneticamente falando [os judeus], aos muitos e muitos que no mundo inteiro celebram seu ato de fé [nós, os “gentios”].

Outro exemplo é Jesus. Ninguém foi menos histórico na intenção de marcar o chão da história quanto Ele! 

Não ergueu nada. Não fez sequer uma coluna de pedra. Nem mesmo ergueu uma tenda que fosse. E ainda disse que quando Pedro quis erguer três tendas no Monte da Transfiguração, que era loucura o que ele desejava fazer; e que ele, Pedro, nem mesmo entendia o significado impróprio do que propunha.

E Seus discípulos não preservaram os lugares onde ele esteve: nem em Belém, nem em Nazaré, nem em Cafarnaum, nem em Samaria, e nem em Jerusalém. 

De Jesus eles só queriam as palavras e o Seu Espírito; e nada mais!

Nenhum deles guardou os panos de Jesus, nem Suas vestes, nem madeira da Cruz, nem flores do Jardim da Ressurreição.  

O jumentinho no qual Ele montou para entrar em Jerusalém não virou um animal sagrado. Ao contrário, voltou ao trabalho.

De fato uma coisa aqueles discípulos aprenderam: somente aquilo que se pode guardar nos depósitos do coração como amor é o que se pode chamar de tesouro imortal. 

Ora, a maior manifestação do que digo pode ser ilustrada pelo seguinte fato:

No dia, na hora da morte de Jesus, Mateus diz que ao expirar, o véu do santuário em Jerusalém se rasgou de alto abaixo em duas partes: a terra tremeu, as rochas se fenderam, os sepulcros se abriram; e muitos corpos de santos que dormiam no pó da terra, ressuscitaram; e, entrando na cidade santa depois da ressurreição de Jesus, apareceram a muitos. 

Ora, Alexandre o Grande morreu e teve grande funeral. O mesmo se diz de todos os Cezares e grandes da História.   

Mas qual deles ao morrer fez o mundo acabar? Sim! Pois quando mortos ressuscitaram ante o brado de Jesus “Está Consumado” — o mundo acabou; pois, seu maior poder, a morte, foi conquistado e relativizado. Daí o acontecimento ter tido as marcas do fim do mundo! 

Mas Cezar não ficou sabendo!

Assim, o que dura e permanece não é o que a Política e as forças da guerra impõem; e, nem tampouco aquilo que com pedra se ergue com poder de resistir ao tempo. Ficaram as Pirâmides, mas não ficaram os egípcios. 

Abraão, porém, sem o poder das grandes pedras e das magníficas marcas monumentais, crendo no invisível e imaterial, estabeleceu um trono de fé que sobreviveu a todas as culturas do mundo, e com um nível de densidade étnica [os judeus] e espiritual [todos os crêem que no Deus de Abraão] que não tem paralelos na História passada ou contemporânea.

Uma torre dura o tempo em que materiais resistam ao tempo. Mas uma idéia seguida em fé e amor dura para sempre; pois, se transfere de geração em geração; e, como se relaciona a Deus se faz atual em cada novo tempo — e, assim, o monumento de tal fé é feito de gente que prossegue amando… 

Ora, isso é o que dura. Foi com esse material que Jesus estabeleceu Seu reino que não terá fim! 

Creia nisso; e construa com fé e amor!

Nele, que construiu com vento e água e pedra espiritual, 

Caio 

12/05/08

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