SINCRONICIDADE: a volta do peru é triste!

 

 

Minha mulher costuma brincar dizendo que “a volta do peru é triste”, querendo com isso dizer que as coisas voltam sempre, e que a gente tem que lidar com elas, ainda aqui nesta vida, de um modo ou de outro.

Da década de 90 para cá comecei a prestar atenção na sincronicidade que percebi haver entre muitos acontecimentos na minha vida, e nas de outros, os quais eu observava de perto.

Não darei exemplos. Porém, desejo que os que me levam a sério, saibam que creio profundamente numa espécie de sincronicidade-irônico-profética praticada por Deus, a fim de nos ensinar.

Só que na maioria das vezes a gente não dá crédito nem aos sinais objetivos e subjetivos de “voltas do peru”, e que em geral “são tristes”…, e, muito menos ainda, nos damos ao trabalho de discernir que coisas são essas que sempre voltam; e que muitas vezes voltam até nas mesmas datas; seja para gerar aquele bem que dói, mas cura a gente; ou para gerar aquela alegria, que tanto pode ser sem dor como também apesar da dor.

Na realidade somos ensinados pelo Evangelho que neste mundo caído ninguém aprende nada sem dor, na carne, na alma e no espírito!

Creio que “coisas” que dizemos com determinadas-intensidades, especialmente com excessivas certezas, ou medos exacerbados e paranóicos, ou com arrogância, ou de modo frívolo, ou mal intencionado, ou até com toda pureza, porém legalisticamente — voltem sobre nós, para nosso ensino; isto quando não somos insensíveis e insensatos!

Já tive experiência de inúmeras situações, nas quais, quaisquer dos sentimentos acima mencionados estiveram presentes em algumas de minhas declarações ou atitudes; e, para minha surpresa, na maioria das vezes, eu tive que lidar justamente com aquilo depois, e, como disse antes, muitas vezes, na mesma data, às vezes até no mesmo dia e hora…

Deus espera… Espera a gente dar crédito ao Seu testemunho em nossa consciência. Espera com paciência e misericórdia. Ou, então, marca a Data para o dia seguinte, ou para uma semana depois, ou um mês depois, ou um ano depois, ou qualquer que seja o tempo… depois… Porém, Ele vem; e revela o que é verdade; ou põe você cara a cara com você mesmo; relembrando você de um tempo “antes” que só você e Deus conhecem; e no qual você disse, ou agiu conforme algo, contra alguém, ou fazendo alguma forma de juízo…

Por vezes Ele age ironicamente fazendo você enxergar o antitético aniversário de suas arrogantes certezas.

O problema é que a maioria das pessoas não guarda memória de suas jornadas. E, por isto, não têm nem a preocupação de ver a sincronicidade existente entre certas palavras, sentimentos e ações, e a volta delas, como juízo ou como galardão; muitas vezes, na mesma data que um dia aconteceu a antítese da certeza; ou da força agora transformada em impotência experimentada por você, só que agora como vítima.

Preste atenção!

Deus fala o tempo todo!

E, por Sua Graça, uma coisa que a aprendi foi a olhar tais sincronicidades.

Sim, porque por elas posso discernir melhor as sabedorias e as infantilidades de minha existência; e, assim, aprender com elas; especialmente na busca de não repetir aquilo que um dia já violou o meu coração e a minha consciência, produzindo juízo sobre a minha vida; e isto porque Deus me ama.

Tudo isto é Graça, e pode ser sabedoria para os atentos!

 

Nele,

 

Caio

Copacabana

Inverno de 2005