SOU PASTOR E TENHO TARA POR PROSTIBULOS



—–Original Message—– From: SOU PASTOR E TENHA TARA POR PROSTIBULOS Sent: quinta-feira, 18 de dezembro de 2003 11:43 To: [email protected] Subject: GOSTO DO AMBIENTE Mensagem: Caro amigo pastor, Gostaria de te perguntar sinceramente algo muito pessoal. Tão pessoal que jamais teria coragem de te perguntar isso pessoalmente, por imaginar que a minha pergunta seja uma afirmação que mostre uma tara minha. Você já foi em prostíbulos? Fico impressionado como tenho uma tara por esse lugar. Sei que é um lugar de opressão social, espiritual, de depressão. Sei que deveria odiar o lugar (ainda que não as pessoas dele), mas é impressionante como esse mundo exerce um fascínio sobre mim, Caio. O pior é que gosto de conversar com as pessoas, de me soltar, de me sentir como um “não crente”. Como você sabe, sou pastor. Daí, acreditar que realmente você pode me dar uma palavra nisso. O problema é que pelo conceito de salvação que entendemos, e pelo conceito que pregamos, salvação é vida nova, sem o prazer do pecado; quer dizer: podemos até pecar, mas o arrependimento deve ser verdadeiro. Mas a realidade é que luto contra isso, e não sinto vontade de não me envolver. Passei meses sem me envolver com esse mundo, mas sei que o pior desejo se processa dentro de mim, e esse mundo está ainda dentro de mim, e não fora. Espero sua palavra, meu amigo. Abraço. Em Cristo, ________________________________________________________________________________ Resposta: Meu amado amigo: Paz e Saúde sobre a sua alma! De fato, e de todo coração, mesmo nos anos de total irresponsabilidade juvenil, nunca gostei de prostíbulos. Entre os 15 os 16 anos fui algumas vezes de farra com os amigos. Mas não ficava com as mulheres. Nunca gostei de nada que fosse comprado, se a graça estaria em ser de graça, pela via da conquista. Tive amigas prostitutas na juventude. Conto isso em meu livro Confissões de um Pastor. Como eu sempre tratei bem as prostitutas, muitas delas ficavam pedindo para ficar comigo de graça. Mas eu nunca gostei da idéia de usar pessoas apenas por usar. Minha curtição juvenil era a conquista de meninas e mulheres que não eram dadas à promiscuidade. Sinceramente acho que você deveria buscar uma terapia bem séria. Seu estado psicológico dá sinais de perigo à vista. De fato eu creio que essa sua tara é um fetiche. Esse mal dá muito em crente. Pastores também gostam muito disso. Como têm medo de serem “apanhados” na igreja e na cidade onde vivem, muitos não resistem a uma viagem. Acabam lá, no lugar das Luzes Vermelhas. Nos últimos 30 anos ouvi centenas de histórias como a sua. Muitos ficaram completamente curados. Mas tem de haver disposição e vontade de ser curado. Sabe o que está por trás disso tudo? Talvez você pense que seja um monstro, mas é um gatinho. As sombras sempre são muito maiores do que os “objetos” de onde se originam as “projeções”. Você disse: “O pior é que gosto de conversar com as pessoas, de me soltar, de me sentir como um “não crente”. Você deve viver posando de pastor o dia inteiro, reprime até as mais leves gargalhadas, enruste tudo, se contém num sobriedade que só ficaria bem em João Batista, e que cansa. Cansa muito. Quando é assim, chega uma hora que o cara não quer nem saber que é crente. Quer férias da religião. Então, como a tendência da repressão é gerar deseqüilibrio, você vai para o pólo oposto. Aos invés de relaxar numa boa, fica com a compulsão de não ser crente onde você acha que não pode haver crente. E isso só fica desse tamanho porque pra você ser crente é ser esse cara alienígena, e mineral. Se não é assim para você, pelo menos é assim para os crentes. E quem é assim por convicção sofre muito menos do que aquele que não crê nesse paradigma, mas tem que viver essa fachada por uma questão de performance religiosa, e que se policia o dia inteiro acerca disso. Ora, não há como viver assim e não adoecer! Tratar esse assunto como um “probleminha” pode levar você à dissolução de sua alma. O legalismo faz a gente virar Pedra. A dissolução (dissolve) faz a gente virar Pasta. Não foi para nenhuma das duas coisas que fomos salvos: nem para a Pedra e nem para a Pasta. Busque ajuda, do contrário as conseqüências serão graves na sua alma. Aqui no site há dezenas de textos que podem ajudar você. Leia-os e ore pedindo ao Espírito para ajudar você a entender o que é “andar no Espírito a fim de não cumprir as concupiscências da carne”. Digo isto, você sabe, com todo respeito e amor. Creio que não preciso me explicar para você. Receba meu carinho e minhas orações. Nele, que nos chamou à verdadeira liberdade, Caio