SOU PASTOR PENTECOSTAL E ENCONTREI A GRAÇA



Olá Pastor Caio…. Sinto muita alegria em escrever-te novamente… Eu sou aquele “Pastor Pentecostal” de uma carta anterior…. Meu amado irmão-pastor, tenho recebido a graça gratuita e a revelação verdadeira uma forma maravilhosa depois que passei a ler seu site… Na verdade a graça é simplesmente sobrenatural, você entende… Não tem como explicar com teologia, álgebra, teoremas, geografia, literatura etc. Aliás “quem pois compreendeu a mente do senhor?” Mas sim, só quem vive-a em si é capaz de saber o que estou falando… No início eu achava que seria mais um “G12”. As pessoas participavam das reuniões secretas, chorava bastante, saíam de lá gritando e dizendo que nunca mais iriam pecar (“eu era um desses”), não sabendo que ainda estava escravizado pelo sentimento auto-justificativo…; então quando acabava aquele encontro… não muito tardar uma semana depois…, eu me deparava com eu mesmo, e nós dois a sós travávamos mais um dos infinitos conflitos. Então eu perguntava para eu mesmo: “E ai!!! Você pecou mais uma vez??? Não acredito!!! Você ontem não era o santarrão, o bonitão, o puritano, aquele que saiu de um encontro e afirmava que tudo era belo, o que aconteceu com você meu amigo?” Então eu não conseguindo explicar para eu mesmo os conflitos e questionamentos internos, me decepcionava mais uma vez comigo mesmo e novamente todas as crises estavam de volta…. Que loucura era aquilo!!! Não sei como não morri. Porém aqui é diferente. Eu aguardo a cobrança da minha santidade pela minha alma e percebi que ela anda meio que silenciosa, o homem interior tem se calado diante da graça, depois de muitos anos de acusação ele anda meio tímido, escondido…etc. Gosto disso. Às vezes tenho tanta indignação dele pelo o que ele me fazia no passado que de vez enquanto mando ele ir tomar banho na soda. Aquela cachorrada que havia dentro de min desapareceu… Parece-me, pastor Caio, que até que em fim ela (alma) percebeu que eu tenho um advogado e que nada me separa do “caminho”… “um dia chegarei lá…” Então pastor, os acusadores interiores estão calados dentro de mim. Bem, agora só faltam os exteriores se calarem. É uma benção, é a paz verdadeira… Agora meu querido pastor, se possível, gostaria que você me explicasse a diferença entre, a lei da semeadura—ou seja: aquilo que o homem planta, ele colhe; e a lei de causa e efeito. Pastor Caio, com toda minha sinceridade, esta pergunta não é para fazer teste de forma alguma, sua resposta é simplesmente para minha edificação pessoal e mais um argumento para os questionadores…. Ainda que a graça por si só é o próprio argumento. Desse seu irmão louco… Nele que é o Pai dos loucos… _______________________________________________________________________________ Resposta: Meu querido amigo: Graça e Paz! Existe lei de causa e efeito. Se eu pulo de um prédio no chão, a gravidade me fará experimentar o seu efeito, e eu me esbagaçarei no chão. E assim por diante… O universo físico é regido por leis de causa e efeito. E o mundo espiritual também. Ou seja: assim como no universo existem leis de causa e efeito-como a gravidade, por exemplo-, assim também acontece no universo do espírito, posto que está dito: “A alma que pecar, essa morrerá”. Por isso, ficar sob a Lei no mundo espiritual, é ficar sob a lei de causa e efeito da Lei. Ora, isto no deixa num lugar onde o efeito de nosso pecado é a morte. Assim, andando na Lei se anda sob a lei de causa e efeito, posto que a Lei é feita de causas e efeitos. No mundo das leis humanas, se houvesse meios de tornar uma lei algo que tivesse um “efeito” que fosse intrínseco em relação à causa da lei, ter-se-ia o fato de que a cada lei que fosse transgredida, o infrator teria o efeito da infração imediatamente como conseqüência e punição. Todavia, não é assim, posto que a transgressão de uma lei humana só é punida quando o infrator é flagrado ou descoberto. Quando é, todavia, experimenta os efeitos de sua transgressão na forma de punição. Existe, todavia, o seguinte fato: a Graça não invalida as leis universais de causa e efeito-crer na Graça não autoriza ninguém a pular do Pináculo do Templo-; e, nem tampouco, dá isenção para que a pessoa transgrida as leis humanas. Todavia, ela dá uma outra certeza; e que é a seguinte: quem crê na Graça de Deus, e se arrepende de seus pecados, esse, mesmo julgado e condenado pelos homens-à semelhança do ladrão arrependido ao lado de Jesus-, verá que a lei dos homens e até a Lei de Deus-pelas quais ele é julgado-perdem seu poder diante de Deus, posto que ante a face de Deus o que justifica o homem é a fé, mesmo que seja num “momento”, em contraste com uma longa existência de transgressão. A narrativa do Ladrão que morria ao lado da Cruz de Jesus explica a diferença entre a operação das leis dos homens, em contraste com a Lei da Graça. Assim, a Lei perde seu poder de gerar “efeito” para a condenação diante de Deus por causa de Cristo e de Sua Cruz. Mas a Graça não suspende a Lei da Gravidade, e, nem tampouco faz com que tragédias não venham à casa de Jó. A Teologia Moral de Causa e Efeito é o que se percebe que havia na mente dos “amigos de Jó”. Isto porque eles pegaram a exatidão das leis que regem o mundo físico, e, de posse delas, imaginaram que com as mesmas “causalidades” poderiam entender a existência de um homem na terra e sua relação com Deus, sendo que naquele caso a interpretação deles era que se Jó estava sofrendo e recebendo calamidade sobre calamidade, então, elas deveriam ser o “efeito” de algo cuja causa era pecado na deliberado na vida de Jó. Essa é a Teologia Moral de Causa e Efeito. O texto de Gálatas que você mencionou, inicia com um “de Deus não se zomba”. Assim, quem recebe o que semeia é aquele que zomba de Deus. Afinal, quem zombará de Deus e não receberá segundo as suas próprias obras? Quem zomba de Deus o faz por duas razões: ou porque ‘brinca de transgredir’ a sua própria consciência-semeando corrupção deliberada-; ou porque prefere a presunção da auto-justificação diante de Deus, e que vem da Moral e da Lei-num show de justiças próprias e vanglória-, e, portanto, coloca-se outra vez sob a Lei; pois, pela Lei o homem justifica a si próprio diante de Deus obedecendo ininterruptamente toda a Lei, o tempo todo, sem jamais transgredir em um único mandamento. Ora, isto é impossível aos humanos; posto que se ao menos um de nós pudesse assim realizar, “ele” seria aquele que deveria se oferecer para morrer por todos nós. Ora, a Lei é de causa e efeito; e, portanto, determina que a alma que viver em total obediência a ela, esse terá vida; e que a alma que a transgredir, essa morrerá. E, como todos pecaram e carecem da glória de Deus, pela Lei não serão justificados, pois o “pecado opera em seus membros”. Por essa razão, todos os buscam se justificar mediante a Lei, se nela perseveram como caminho de auto-salvação, põem-se fora do âmbito justificador da Graça. Pois a Graça só justifica a quem crê na Suficiência da Cruz para suspender todas as leis espirituais e cobrir o homem com a virtude de Cristo. A Graça, portanto, é um Supremo Arbítrio de Deus contra as leis. Visto que em Jesus, Deus determinou que o sacrifício do Único Justo fosse o pagamento pela dívida de todos os transgressores. Assim, em Cristo, a Lei de Causa e Efeito é vencida pela Lei da Graça, onde a Causa é Cristo e Sua Cruz, e o efeito é a nossa justificação. Ora, o viver na Graça não gera concessão para a libertinagem e nem para a transgressão deliberada da Lei. Ao contrario, como a Graça só é efetiva mediante a fé, e como a fé só é eficaz se for fruto de uma entendimento espiritual; desse modo, quem se põe sob a Graça, esse não terá prazer na transgressão, posto que se pôs sob a Lei do Amor. Sendo Graça um favor imerecido, ela gera na consciência um sentido de gratidão e amor para com Deus. E é justamente essa gratidão amorosa e esse amor grato, o poder que nos “constrange” a não vivermos deliberadamente em transgressão. Pois onde há a deliberação da transgressão, aí também não há amor ou Graça. Assim, a Graça quebra as leis de causa e efeito para a justificação, mas se torna a causa de que toda transgressão deliberada seja também aquilo que nos remete de volta à Lei. É possível viver na Graça e não pecar? Ora, é claro que não! O pecado está em operação em nós de modos muito sutis, e, também, piedosos. No entanto, é possível caminhar no crescimento da Consciência conforme o Evangelho, e, assim, desistir da deliberação do pecado, bem como crescer para deixar de lado os pecados que se tornam vícios da alma. Pecar-se-á, todavia, outros pecados, os quais, sob a Graça, não nos afastarão do beneficio do perdão, à menos que deliberadamente nos ponhamos num estado consciente de negação da fé, caindo da Graça, conforme Hebreus. Desculpe a pressa na explicação, a qual nem mesmo pude arrumar de um modo pedagógico e claro, mas confio que as demais leituras do site o levaram a um maior entendimento. Bom seria também se vocês lesse meu livro “O Enigma da Graça”, o qual trata desse assunto com muitas outras minúcias. Um beijão pra você! Fique forme no Caminho! Nele, em Quem somos feitos justiça de Deus, quebrando a realidade de nossa própria injustiça, Caio