—– Original Message —–
From: SWING E DESESPERO
To: [email protected]
Sent: Friday, April 20, 2007 7:27 AM
Subject: Socorro… a calamidade se instalou… Me ajude, urgente!
Olá, Pr. Caio
Sem muitas delongas, vamos logo ao assunto:
Meu querido irmão e amigo,
Hoje já não tenho referência em minha vida do que seja isso… amigos.
Eu sou aquela que te falou o drama que vive — sobre meu marido (ah! nem o nome consigo falar! -choro).
O fato é que me enviaste resposta e realmente o que você me disse aconteceu: “A calamidade se instalou”.
Caio, me separei de meu marido por ele ser homossexual, me trair demasiadamente…
E eu… carente, me envolvi com “outro”.
Sofri. Mas fraca, voltei pra ele — o meu marido.
E foi pior. Apesar de saber tudo que sei a respeito dele, aceitei, propus ajuda, mas ele não quer.
Continuou negando… Mas tendo a mesma vida de encontros, cantadas, orgias, e mais, mais e mais orgias.
Falo assim, pois, ele mesmo me contou de como rola… Mas veja bem, sempre falando que é com mulher.
Simplesmente ele me propôs fazermos swing… Disse que já havia feito com um conhecido nosso e a esposa dele.
Quando me falou, desde o primeiro momento, tive a certeza que o interesse era pelo marido (nosso amigo) e não nela, a esposa.
Ele sempre teve uma “quedinha” por ele. Paixão mesmo, eu acho.
Relutei muito, muito, muito. Depois cedi pra ver onde tudo isso ia dar…
Hoje tenho a certeza… Não acredito que um homem que cobiça e deseja homens, seja outra coisa senão homossexual…
Quando isso aconteceu, as vezes que rolou (eu estava fingindo estar dopada), e via que ele tocava, acariciava, inclusive nas partes íntimas do rapaz.
Não agüentava mais… Queria uma prova e me submeti… Me arrependi muito.
Hoje vejo que ele queria um pretexto e motivo pra me passar na cara que sou “chifreira”. Pois é isso que ele diz agora.
Sou consciente do que fiz. Sou sim!
O pior é que me envolvi pelo cara…
Sempre fui carente e sozinha. Ele, o cara, também.
Caio, estou em processo de separação e me sinto destruída pelos escândalos que ele tem feito… Até delegacia, acredita?
Também fui agredida e tenho trauma disso tudo.
Me ajude… Estou em pedaços. Não sei o que fazer.
Temos um negócio no qual ele é arrendatário desse negócio. Uma fazenda.
Sofro em ver tudo se destruir assim…
Ele ameaça ir embora e fico pra morrer!
Não imagino a idéia de tê-lo por aí… sozinho… nesse mundo afora.
Temo por ele. Por ele sofrer ou passar necessidade. Sei lá!
Ele não quer separação amigável. Quer barraco mesmo!
Meu Deus, como queria odiá-lo…
Apesar de tudo, não consigo, acredita?
Já o traí antes. E hoje tenho certeza que as pessoas que entraram em minha vida foram todas colocadas por ele. Todos tinham ligação com ele…
Me explique como pode um cara ofertar sua mulher pra outro, na sua frente, e não ter o maior ataque de ciúmes? Pode isso? Porque ele viu tudo, ficava fascinado, realizado… Ele diz que me ama. Ah!… Queria que você visse.
Não sei o que fazer. Minha família não aceita mais, acha que chegamos ao extremo. E eu concordo.
Desde quando casamos eu sabia, mas não acreditava.
Quero ser feliz, ser amada e cuidada.
Estava apaixonada e nada que falassem dele era verdade pra mim.
Quebrei minha cara.
Sou uma mulher marcada, carente… com medo. Medo do amanhã, de tudo, de todos. Não quero sofrer mais…
Tudo de ruim me aconteceu… (choro)
Caio, me socorre!
Quero ter força na minha decisão. Livre de penas, de dó. Porque eu sei que de mim ele não tem nenhuma.
Ah! Queria poder te mandar um filme de minha vida!
Meu Deus, quanta vergonha…
Quero ressaltar que não sou promíscua, nunca tive muitos homens.
Casei jovem, com 19 anos e com o primeiro namorado. E hoje, cá estou… Vivendo uma tragédia.
Temos um filho de 13 anos no meio disso tudo. O pior é que ele já tem reflexos de toda essa situação. Muitas vezes fica do lado dele, pois, ele tem um poder de persuadir muito grande, e isso é sobre todos.
Se puder, meu irmão… me socorra pelo amor de Deus.
Me sinto só. Já não consigo orar. E esse meu pecado (minha paixão) me encabula e envergonha diante de Deus, e, principalmente, e de mim mesma.
Gosto muito dele (do rapaz), que me trata com todo carinho, atenção e respeito. Conversamos muito e vivemos coisas que não tinha em meu casamento. Sou gordinha e ele diz que me quer como sou e me deixa a vontade pra fazermos só aquilo que eu concordar… Entre nós… você entende?
Caio, um abraço e que Deus te abençoe muito.
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Resposta:
Minha querida amiga: Graça, Paz e Sobriedade!
Como disse a você já faz uns três anos, sua situação não teria como evoluir em outra direção. Mas senti, à época, que você não gostou do meu conselho, e menos ainda do meu diagnóstico. Àquela altura, pela sua segunda carta de negação, e pelo silêncio posterior a ela, vi que você estava ainda em processo de fuga. Orei por você.
Nada do que você me diz me surpreende. Pela sua descrição de antes, jamais pensei que poderia terminar de outra forma.
Naquele tempo eu disse a você que ele era assim e que isto se manifestaria de modo avassalador. Disse também que você era co-dependente dele, emocionalmente; e disse que sua alma estava doente e escravizada. Lembra?
Pois bem, hoje, já sem as esperanças ilusórias, ainda assim você sofre de “bondadismo” em relação a ele. Tem dó. Teme que ele se arrebente. Sutilmente tenta se agarrar a algo que dê a você a justificativa de andar mais uma milha no inferno.
Bondade é uma virtude. Bondadismo é uma doença.
Bondade é a qualidade do que é bom, e é ação do ser bondoso em favor dos outros, mas sem auto-aniquilamento ou dependência no processo.
Bondadismo é o pretexto da bondade a serviço do que é mal, tendo no bondoso uma presa de sua dó em relação ao que é mal.
Você também não ama esse homem. Se você o amasse, abriria mão dele como doença imediatamente. Você é apenas mais uma vítima dele, que é um vampiro humano.
Coloque o caso, humanamente falando, nas mãos de um advogado. Deixe que o advogado lide com ele. Evite-o. Tente não vê-lo e nem falar com ele. Se ele vê a filha, deixe-os à vontade. Não discuta. Não diga nada. Fique em silencio.
O pior de tudo isso é que além do que você já fez contra você mesma, é o que você está fazendo agora.
Não dá para se separar de um marido doente e tresloucado como o seu, e, ainda assim, manter um caso com um amigo dele, companheiro de swing.
Pelo amor de Deus! Caia na real!
O que você deseja? Inferno de alma? Angustia? Dor? Calamidade sobre calamidade? Loucura?
Sim! O que você quer? Perder seu filho? Viver e respirar as antigas energias espirituais todas as vezes que for pra cama com o outro? Sim! Quer alimentar-se das alfarrobas do swing arrependido?
Você teria que ficar só um tempo. Só mesmo. Sem ninguém. Sem homem algum. Só você, Deus e seu filho.
Não se preocupe com seu “ex”. Ou será você melhor do que o Pai do Filho Pródigo, que o deixou ir até onde bem entendesse?
Não amarre a sua vida às dores do inferno!
A melhor ajuda que posso lhe dar, além de pedir para ler o site e ouvir a rádio dele o máximo possível, é enviar alguém para visitar você, alguém de minha confiança. Se isto lhe parecer bem, escreva-me e me envie seu endereço. Você precisa conhecer gente boa de Deus.
Numa hora assim parece que o mal jamais se afastará de nós. Mas não é assim. Se você confiar no Senhor, se entregar tudo a Ele, se aceitar o perdão, se descansar no amor Dele, e se andar conforme a sabedoria do Evangelho, logo você começará a sentir o ar novo, um novo alento, uma brisa de vida, um sereno na alma, uma paz estranha…
Não volte mais atrás. Siga adiante. Vença o “Bondadismo”. Quebra a cadeia da co-dependência dele.
Com relação à sobrevivência, saiba: confie também. Ponha a cabeça no lugar e cuide você mesma do negócio. Não tema a ausência dele. Afinal, se vocês comeram e beberam sobre tamanha carga maligna, certamente que sem esse peso espiritual devastador (o da presença dele) as coisas haverão de fluir bem mais fácil.
Estou aqui esperando sua decisão. Se desejar alguém mais próximo, alguém do Caminho, diga-me, e enviarei essa pessoa até você.
Um beijo carinhoso e muitas orações!
Nele, que nos ama, perdoa, e nos dá a chance de uma nova vida,
Caio
20/04/07
Lago Norte
Brasília