Paulo sabia o que era  tentação como pouca gente. 
E a revelação vem na vida e a vida trás revelação  quando a existência é em Cristo e na Palavra. 
Assim, a ele foi dado perceber  porque ele pode perceber nele mesmo. Ele soube porque sabia e sabia porque  soube.
Tentação… 
Essa é a palavra mais temida e mais horrivelmente  deliciosa e sedutora na psicologia de qualquer idioma. 
Tentação é tudo o que  não devemos, ou achamos que não deveríamos, ou aquilo que achamos que não  deveríamos porque os outros acham que não deveríamos desejar e, também, é aquilo  que Deus disse que não é nosso.
Isso na perspectiva psicológica de nossas  mentes confusas, caídas e, portanto, misturadas no meio de tudo isso.
A  tentação é o que não é nosso. 
Ela é apenas tudo o que não sendo meu passa a  ser objeto do meu desejo. 
Daí haver também aquelas tentações que são  permitidas, pois, sem alguma tentação, não há nem mesmo o desejo totalmente  livre de alguma forma de admiração que se instalou como vontade de ter, ser ou  possuir.
Mesmo marido e mulher precisam manter alguma forma de admiração para  que sua relação afetiva possa significar uma boa tentação a ser usufruída. 
É  pela perda dessa ambivalência que o desejo acaba.
A tentação, portanto, tem  muitos lugares e papéis dentro de nós.
Ah! Que tentação!—diz você para você  mesmo sempre que queria comer um pouco mais o que gosta e lhe é lícito, mas não  deve senão vai engordar.
Nesse caso a tentação é dar a si um prazer que faz  mal a você.
Esse exemplo já mostra em si mesmo como a tentação é boa e é  má.
Claro. É a Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal!
Eles podiam comer  de todas as árvores do jardim. Exceto de uma. E foi a única que não podiam, a  única que desejaram.
E se o gosto tiver sido horrivelmente gostoso e  sublimemente horrível?
Todas as demais árvores do jardim tinham seus próprios  gostos. Mas foi única que não podiam, a única a fazer síntese de todas. 
Daí  o ter-se que viver a experiência da Queda em estado de ambigüidade, o tempo  todo—mesmo na virtude. 
Aliás, especialmente nas virtudes…
Assim…não é  a fartura, mas o proibido aquilo que mais desperta o desejo.
Por essa razão é  também que quanto mais Lei, mais cresce o desejo pelo proibido—de acordo com  Paulo aos Romanos. Daí, onde superabunda a lei, aí também superabunda o pecado.  
É verdade na mesma medida que a proposta é verdadeira: Onde abundou o  pecado, superabundou a Graça.
Por isto é que Paulo diz que as tentativas de  se reduzir o espaço físico da vida e dos sentidos—o ascetismo…não bebas  isto…não toques aquilo… e nem comas aquilo outro…tinha apenas aparência de  sabedoria, mas não tinha nenhum poder contra a sensualidade.
Ora, se com uma  única proibição se causou tanto estrago—uma única coisa proibida no Éden—, o que  não se dizer de um mundo onde tudo é proibido? 
E de uma igreja que proíbe  quase todas as coisas em nome de Deus?
Ora, aquele era o Jardim do Éden. Esse  é o Mundo Que Jaz no Maligno.
Aí a tentação será maior. 
Posso lhes  garantir que todos nós sabemos que é!
Na mente de Paulo quanto mais lei, mais  conhecimento do pecado. 
O mundo vai ficando menor que a própria porta  estreita, e o ser olha para tudo o mais na existência como tentação e, no  fim…se transforma em neurose—no mínimo!
Essa é a minha maneira de dar uma  olhadela em Paulo, no seu modo de sentir as coisas em Cristo quando escreveu  Romanos, especialmente os capítulos 6 e 7.
Isso era porque hoje eu ia falar  do Corpo de Cristo.
Que bom que posso ir falando o que desejo, na seqüência  imposta pelo coração, naquele dia, naquela hora…
Eu estava no  quarto…senti isso, vim aqui e escrevi.
Vou tentar dar uma corrigida.  Confesso que sei que há muitos erros nos textos, e que eu mesmo vejo depois e  fico quase envergonhado. 
Então, fico nessa luta entre duas coisas boas:  escrever bem ou bem escrever.
Caí em tentação: decidi…
É meu direito  deixar você decidir se é para você decidir ou não…
Até amanhã. 
  
 
								 
								