TIVE QUE DEIXAR O MEU MARIDO – a skol ganhou!

 

 

 

 

 

—– Original Message —–

From: TIVE QUE DEIXAR O MEU MARIDOa skol ganhou!

To: contato@caiofabio.com  

Sent: Thursday, August 30, 2007 23:44

Subject: casamento x dependência química

 

 

Olá, Reverendo Caio Fábio,

 

Estava navegando por sua página e me deparei com uma carta que traduz exatamente o que venho sentindo.

Nela, o senhor que lhe escreve pede paz, já passa por momentos difíceis em seu casamento. 

 

E me parece que é só isso que preciso. Paz difícil de encontrar, sabe?

 

Casei em 2001, com uma pessoa que não conhecia o evangelho e pela qual estava “literalmente de quatro”.

Era uma pessoa que conhecia o evangelho (foi criado pelo avô, que foi pastor por muitos anos em uma igreja da baixada fluminense), mas se dizia agnóstico.

 

Moro em Niterói (aliás sinto muita saudade de suas pregações na Betania), viu?

 

No começo de nosso relacionamento observei que ele bebia bastante quando saíamos para jantar . Muito além do que deveria, porém mais uma vez resolvi fingir que não estava entendendo.

 

E assim foi…. Quinze dias após nosso casamento comecei a peregrinar por alguns lugares de nossa cidade. Sempre voltava do trabalho com várias latinhas de cerveja em seu carro e o encontrava em lojas de conveniência em postos de gasolina ou na Praia do Gragoatá (Litorânea) .Chegou a fazer um tratamento para dependência química, contra sua vontade e 4 meses depois tudo de novo.

 

Enfim, o meu casamento acabou…..

 

Não consegui suportar a dependência química de meu marido e o fato de me sentir tão impotente diante de um assunto tão complexo, já que não consigo ajudá-lo (Já que ele se recusa a conversar sobre o assunto e parar literalmente de beber).

 

Não entendo porque uma pessoa faz tanta questão de se destruir.

 

Em 1998 tive um câncer de mama. Com apenas 30 anos. Pude sentir a presença de Deus ali. A mastectomia foi radical. Os médicos diziam e pediam que não tivesse filhos após o ocorrido, mas mais uma vez Deus mudou a minha história…

 

Temos duas filhas lindas (de três e dois anos) e tem oito meses que estou morando novamente com meus pais.

 

Nossas filhas já estavam associando o pai a propaganda de cerveja na TV e as latinhas de skol, nos supermercados. Confesso que passei por muitos momentos constrangedores com elas.

 

Desses oito meses, dois as meninas ficaram sem ver o pai.

 

No meio desse furacão ainda fico desempregada…

 

Queria sua ajuda, preciso de seu conselho; se quiser puxar minha orelha, não tem problemas…

 

Acho até que estou merecendo.

 

Sabe Reverendo, perdi a minha auto-estima, perdi meu chão. Só agora me dei conta disso. Amar sozinha é difícil.

Resolvi pensar em mim, me cuidar um pouco mais.Estava com problemas sérios de saúde, engordei horrores e descobri estar com a pressão alta (agora controlada).

 

Não estou conseguindo orar, apenas chorar..

 

Desculpa o desabafo.

 

Será que poderia me ajudar?

 

Saudades,

 

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Resposta:

 

 

Querida amiga: Graça e Paz!

 

 

Dependentes químicos podem ser recuperados, mas a família não tem que ser a força terapêutica prolongada nesse processo-esperança; pois, quando isto acontece, em geral a família adoece junto e se torna co-dependente daquele que é o dependente.

 

É a dependência do dependente o que gera a co-dependência da família; que é uma droga psicológica altamente destrutiva [busque a palavra co-dependência aqui no site e você lerá sobre o tema].

 

Portanto, infelizmente, você teve que fazer a coisa a certa; e espero que permaneça nela.

 

Sua maior dificuldade será criar um cordão de isolamento para ele [o ex-marido] e que seja suficientemente claro para ele não ficar se metendo em sua vida, e, ao mesmo tempo, suficientemente tênue a fim de que ele, quando esteja bom e bem, possa ver as filhas.

 

Entretanto, tão logo elas comecem a compreender, vá bem devagar explicando a condição do pai delas; até porque se Deus permitir você não ficará sozinha para sempre.

 

Ë duro sonhar, amar “de quatro”, e, depois, verificar que o marido não consegue fazer um 4 em pé porque não tem equilíbrio em face da bebedeira.

 

Jugo desigual é isto; e, contra jugo desigual nem Paulo apresentou solução. Aliás, a solução que ele apresentou em tal caso foi a separação em paz (I Co. 7).

 

Há ébrios e ébrios. Mas caso a mulher não tenha uma vocação de enfermeira de dependente químico [e em geral quando tem é porque adoeceu com o dependente] – fica impossível sustentar tal situação; de modo que você não tem porque se sentir culpada de nada.

 

Na sua orelha, portanto, não há “puxavancos” a serem dados [por mim jamais], mas apenas a minha oração para que nelas [nas suas orelhas] você receba o misericordioso cafuné do Pai.

 

 

Nele, que disse que no mundo era assim mesmo e que ninguém perdesse o ânimo,

 

 

Caio

30/08/07

Manaus

AM

 

Obs. Nós temos uma Estação nascente do Caminho aí em Niterói. Se você desejar mais informações, escreva para [email protected] e ele colocará você em contato com o Luciano.