TO BE OR NOT TO BE: não é minha questão…

 

 

 

 

 

 

 

Original Message —–

From: TO BE OR NOT TO BE:  não é minha questão…

To: [email protected]

Sent: Wednesday, September 12, 2007 22:41

Subject: Querida Amazônia

 

Caio, Muita Graça e Paz!!

 

É triste observar pessoas que falam em nome de Deus e são contra a vida…

 

É triste ver uma direita protestante americana e radical se aliar a um presidente que não leva o meio ambiente a sério e sim, gasta milhões na guerra do Iraque.

 

Ele faz isso tudo em nome do bem e diz: “Deus abençoe a América!”

 

É triste ver que esses radicais acusam os ambientalistas de militantes gays e pró-aborto…

 

Que cristianismo é esse? Que protestantismo é esse?

 

E a nossa querida Amazônia? Onde estão os defensores da vida? Onde estão as igrejas? Elas estão preocupadas com a lei contra a homofobia…

 

Eles criticam o Lula, acusando-o de ser pró-aborto… Criticam os ambientalistas, acusando-os também de pró-aborto…Enquanto a nossa Amazônia, uma admirável fonte de vida vai se acabando…

 

E o nosso futuro? E a nossa vida?

 

Esses senhores religiosos dizem que você, Caio, é pró-gay e pró-aborto e não percebem sua imensa hipocrisia em não lutar pela Amazônia… Mas claro!! O mais importante é garantir o grande capital!! A grande propriedade privada!! Que coisa!!

 

Não conheço você, Caio, pessoalmente, mas sei que pela sua trajetória, pelo seu abençoado site, você é pró-Vida!!!

 

Descobri (e foi tarde!!) que a religião também está destruindo o meio ambiente…

 

Eles são contra o aborto, mas abortam com sua omissão e conivência a nossa querida Amazônia!!

 

Caio, não desanime, pois Deus é contigo!! A chuva de Graça continuará sendo derramada, inclusive em nossa querida Amazônia…

 

Um grande beijo!

 

Wandré

 

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Resposta:

 

 

Querido Wandré: Graça e Paz!

 

 

 

Sua carta é uma vitamina de carinho!

 

Obrigado mano!

 

A questão é que quem é pró-Graça é pró-vida sempre; embora, também, não seja pró-nada; pois, a vida não é ideologia.

 

Assim, não sou pró-gay, nem pró-vida [anti-os-anti-aborto], nem pró-ambientalismo, nem pró-esquerda, nem pró-direita, nem pró-pró-algum; pois, se fosse um pró-bandeira, seria pró-algo, mas nunca pró-vida.

 

Por natureza sou anti-ismos e pró-dade… Assim como em espiritualismo e espiritualidade, ou como em comunismo e comunidade, ou como em sexismo e sexualidade, ou assim como em tudo onde ismo seja um sistema e uma bandeira e “dade” seja o sufixo do que carrega apenas qualidade e conteúdo livres.

 

Quem está crucificado com Cristo ficou sem mãos para segurar bandeiras!

 

Assim, defendo ao que o Evangelho chama vida. E isso vai de vida a vida; de bio à psique; de psique à pneuma; de micro mundos à macro mundos; de meio ambiente ao ambiente interior.

 

Jesus mandou que aqueles que davam o dizimo da hortelã, do cominho e de todos os grãos, continuassem e fazer isso, desde que não esquecessem as coisas mais importantes, que são a fé, a misericórdia e o amor. E concluiu: “Ora, devíeis fazer estas coisas sem omitir aquelas”.    

 

Assim, em meu sentir, o dízimo da hortelã, do cominho e de todos os grãos, são todas as coisas que se tem que apresentar com materializações; e as coisas mais importantes, que são a fé, a misericórdia e o amor, são aquelas que não se tem como demonstrar senão com a prática da vida.

 

Defender a Amazônia é dizimo de grãos. Tem-se que fazer.

 

Mas viver uma vida não puluitiva é o dizimo da fé, da misericórdia e do amor. Pois sem este, aquele não terá jamais sentido algum, e não passará de uma bandeira.

 

Ora, tomando o meu site como exemplo, quando escrevo em Opinião estou dando o dízimo da hortelã, do cominho e de todos os grãos; e quando escrevo uma carta ou um texto que não é uma reação de idéia ao momento [como uma Opinião], mas sim algo de natureza muito mais perene — carrego em mim a certeza de ter dado o dízimo das coisas mais importantes, que são a fé, a misericórdia e o amor; e que são também aquelas que não se tem como demonstrar senão com a prática da vida.    

 

O que disse acima é uma parábola, mas sei que se você meditar você a entenderá.

 

Sobre suas questões: Que cristianismo é esse? Que protestantismo é esse?

 

Leia aqui no site e você verá que esses dois entes são assim porque jamais seriam de outro modo. A natureza deles é essa.

 

 

Seu carinho me fez muito bem. Minha alma acolheu seu amor.

 

 

Nele, que é; e, justamente por isso, não se pode dividir,

 

 

Caio

 

13/09/07

Manaus

AM