TÔ MORRENDO DE VONTADE DE XINGAR O FILHO DA…TIA
—– Original Message —– From: TÔ MORRENDO DE VONTADE DE XINGAR O FILHO DA… TIA To: Caio Fábio Sent: Friday, March 25, 2005 11:14 PM Subject: Morrendo de vontade de falar um palavrão bem “bonito” pra ele! Oi Pastor Caio, Desculpa pelos xingamentos que faço na carta! Mas cara, tá difícil… Passei 7 anos da minha vida implorando pelo amor de um cara. Nesse tempo todo eu fui a outra. E ele teve diversas namoradas. Eu sempre achando que uma hora ia chegar a minha vez… O tempo passou… Percebi (finalmente) que o cara só queria dá uma “usadinha”. Mesmo assim ainda tinha saudade daquele vício todo… Ele continuava namorando e eu me afastei aos poucos e não ficamos mais. Até que um dia ele terminou com a namorada dele. Nos falamos e ficamos no dia seguinte ao término. Tudo muito legal… Até o dia que ele voltou pra essa mesma namorada e voltamos a nos afastar. Acontece que esse cara é meu primo! Querendo ou não… tenho que ver a cara do babaca nos aniversários de parentes, páscoa, natal, essas coisas. Pra piorar a situação (minha, né) ele disse a essa namorada que nós já tínhamos “ficado”. Claro que ele disse que isso foi antes de namorar com ela. E aí a menina ficou morrendo de curiosidade de me conhecer. Aí ele teve a brilhante idéia de trazê-la na minha casa. (Na semana anterior a isso ele apareceu lá em casa, e se não fosse pela empregada, nós teríamos “ficado”. Pasme!). Tratei-os muito bem. Mas foi um grande susto pra mim quando acordei e vi os dois lá no sofá. Três semanas se passaram, mas a minha raiva ainda não! O escroto ainda me ligou tentando explicar que ele já vinha adiando esse encontro, mas que não dava mais. Pô, na minha casa?? Já que nós somos primos, nós iríamos acabar nos conhecendo numa festa dessas de família! Não dava pra esperar?? Me senti tão insultada (pasme de novo! Ser a outra não me causava isso!)! Ele podia ter me poupado disso. Ah, que vontade de falar um palavrão bem grande! Queria nunca mais ver a cara dele! Eu pensei em nunca mais falar com ele! Você acha que agir assim vai me fazer lembrar pro resto da vida desse episódio? Vai me remeter sempre a essa raiva gigante que tá morrendo de vontade de falar um palavrão bem “bonito” pra ele? O que você acha, Caio? Eu não quero mais nada dele. Nem amizade, nem educação. Nada. Cara, um beijão pra você. Foi bom te ver pregando no Rio de novo! Tomara que você volte logo a Catedral! Bjo, ________________________________________________________________ Querida amiga: Graça, Paz e Perdão! Escolha o “palavrão” e fale logo… Isso no caso de seu problema ser falar um palavrão. Se o palavrão resolver…, então, fale-o logo… e acabe com isso. Mas você de fato crê que um palavrão resolverá o problema? Quem dera! Se xingar fosse a solução o mundo seria uma maravilha. A gente botaria os judeus xingando os palestinos, os iraquianos e outros grupos mulçumanos xingando o Bush, e pediríamos que Bin Laden também xingasse todos os americanos e também a família Bush até a quinta geração de bushinhos… e o mundo descansaria. É claro que sua questão é outra. De fato, você mesma se auto-diagnosticou, visto que o que você tem com ele é “vício”. Sim, sexo que começa no escondidinho… no ambiente familiar… sob as barbas de todos… e com um primo gostoso… pode ser algo muito mais devastador como vício do que se imagina. Além disso, o fato dele ser seu primo… e de você ter sido a ‘outra’ todo esse tempo… revela o que há em seu coração em relação a ele: um sentimento de posse visceral… daqueles que dizem a quem o sofre: “Fique tranqüila, pois ele é seu… ainda que ninguém saiba”. O mecanismo de alimentação desse vício é simples. É algo como gostar de ter um amante secreto em família. Ora, isso dá um tesão danado… Vocês em família… todos reunidos… mas vocês sempre sabendo que na hora em que quiserem… basta uma saidinha… ou uma entrada rápida num quarto da casa… e pronto. Você nunca o amou e nem o amará. E sua raiva é de não ter mais o ‘brinquedo sexual infantil’ que você tinha, posto que agora você perdeu o ‘álibi’ de ‘prima’ atrás do qual você se escondia a fim de ter o caso sem que ninguém soubesse, e com a excitação de que fosse algo escondido. Daí você ter ficado tão ‘insultada’ com a revelação do affair de vocês. Ser a outra não incomodava porque para você ser a ‘outra’ era ser a única. Você o chamou de ‘babaca’ como quem quis de fato dizer ‘babaca’. Ou seja: você está sentindo o seguinte, ainda que não saiba explicar para você mesma: “O babaca acabou com algo infantil e gostoso… e que poderia ser o nosso segredo para sempre… ele e eu casados ou não… mas o idiota acabou com nosso disfarce”. Aposto que sua maior excitação nem era sexual (no ato em si), mas sim em razão do escondidinho. Sim, excitava você poder transar com seu primo…; ou seja: ter um amante de estimação. O nervosismo do ‘ninguém sabe’… ou do ‘vamos logo, … tem que ser rapidinho’…; ou ainda do ‘ah, se eles soubessem o que rola entre nós…’—é algo muito forte. Condicionar-se ao excitamento do proibido é algo mais forte do que a coisa em si… muitas vezes. E mais: tal vicio faz demandas de tempos em tempos. Sim, o corpo e a alma reclamam aquela angustia… aquela transa aflita… aquele tesão do oculto… aquela adrenalina da traição. Conheço primos que viveram affairs durante anos, e não era porque se amavam ou porque o sexo fosse uma maravilha, mas apenas em razão de que experiências sexuais que começam no oculto—desde a adolescência— e continuam na idade adulta, tendem a se tornar simbioticas e viscerais… não por causa do amor, mas em razão do fetiche. Na realidade seu primo é um fetiche para você. Sim, ele era um ‘vibrador dedicado’… um ‘amante em casa’… uma ‘transa para sempre’… mesmo que ambos casassem. E mais: se vocês dois casassem e ninguém jamais tivesse sabido… você continuariam se comendo para sempre… tudo em casa… E, para você, seria quase como não estar traindo ninguém; afinal, ‘tá tudo em casa’. Quando se atinge esse estado de vinculo para além dos vínculos que o outro possa ter…; e quando isso acontece num ambiente de sangue… ou de parentesco…; a tendência é a perpetuação do caso. Assim, ao invés de falar um palavrão para o seu primo—que pode até ter levado a moça lá a fim de acabar com o segredo que mantinha o caso—, se desejar mesmo abrir a boca em impropérios…, fale um enorme palavrão para você mesma; e diga: “Sua idiota! Quanto tempo perdido! Quanta doença! Quanta babaquice sua!” Você não o ama. Apenas tinha a vontade de manter tudo ‘em família’. Todavia, se o relacionamento de vocês viesse à luz, saiba, não duraria nada; posto que tirada a ‘sombra do proibido’, ele deixaria de dar e você a tesão do ‘primo oculto’… e apenas lhe ofereceria um relacionamento aberto… Ora, isso faria com que você logo viesse a descobrir que você tinha mesmo era tesão no oculto; e nada além disso. Desse modo, sugiro que você transforme seus palavrões em gratidão a Deus por ter trazido isso à luz, de tal modo que agora você terá que encarar a vida, encontrar um homem, e deixar de viver na catividade de um ‘caso de estimação’, sem futuro e sem amor. Entender a doença do vinculo vicioso de vocês é que será a sua libertação! Além disso, será a gratidão por esse entendimento, e que se faça acompanhar de novas atitudes, e novas possibilidades de encontro… aquilo que irá curar você para a vida e para o futuro. Assim, a solução não é palavrão, mas sim gratidão! Pense no que lhe disse, e não me queira mal, pois é com amor que lhe digo tudo isso. Nele, em Quem todos os palavrões podem dar lugar ao louvor que entende livramentos, Caio