UMA CARTA QUE NÃO SE DIZ-CARTA!

Bem, este pode ser ou pode não ser um texto devocional. Para mim, o é. É dessa fé que eu vivo. É apenas em razão dela que continuarei vivendo. Espero que gere vida, e não morte. Leia com um bom coração. *************************************************** —–Original Message—– From: Pedro Henrique Sent: sábado, 2 de agosto de 2003 01:47 To: [email protected] Subject: Pecado sem filosofia! Mensagem: Se Jesus é o “cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”, por que ainda afirmamos que somos pecadores? Cometemos erros, mas a partir do momento em que você entende que Cristo levou seus pecados, não há necessidade de você ficar pedindo perdão toda hora. Deus quer fé não uma falsa humildade. Paulo mesmo fala que quem peca não é ele, e sim sua carne!? Ele é santo, justificado por Cristo… O pecado só serve para controlar as pessoas, e ser uma arma na mão do diabo para nos acusar. Gostaria de pedir sua opinião sobre minhas palavras, pois quero crescer, por favor, não filosofe, diga simplesmente a pura e genuína Palavra de Deus. Um abraço, PEDRO *************************************************** Pedro Henrique: A total honestidade me mandaria não responder. Sabe por que? É que você já sabe tudo! Então, antes de tudo, sugiro que você não filosofe sobre a genuína Palavra de Deus e ponha-a em prática com um bom coração. Então, não haverá perguntas a fazer e nem respostas a dar. É simples: você está me vendo fazer alguma pergunta de fé a alguém? A fé que eu tenho, tenho-a para mim mesmo. Mas se eu perguntasse, de fato perguntaria para o meu bem, e não para o meu mal. Mesmo crendo que você apenas “perguntou”—mesmo que sabendo que você não perguntou!—, vou responder na boa fé, como se você tivesse perguntado. “Pedro Henrique”, eu, Caio, peco porque sou pecador. Se fosse o contrário, eu só seria pecador se pecasse. Não sei se com você é diferente, mas comigo é assim… Paulo disse que ele era em-si-mesmo pecador, não passou a mão na “própria cabecinha”, e nem jamais ensinou a Doutrina de Balaão ou a dos Nicolaítas, que era uma versão “cristã’ de um dos “aplicativos” do gnósticismo. Veja que até para responder sem filosofia tem-se que pelos menos saber a história do pensamento filosófico! Essa variável do gnosticismo—que no geral preconizava a salvação pela elevação pela via do saber—afirmava, em razão dos gnósticos crerem que matéria e espírito existiam em dualidade—ou seja: em separação—, que aquilo que o corpo fazia, não afetava o espírito, e vice versa. Ora, isto é heresia. Meu ser é um só. Espero que o seu não esteja departamentalizado… E a totalidade de quem sou é habitada pelo pecado. Não há nem um cantinho de meu ser que não o seja! Paulo disse: O pecado habita em mim… Davi isse: Sou nascido em pecado…em pecado me concebeu minha mãe… Você pergunta: como, se o Cordeiro “tira” o pecado do mundo? Tira o pecado… O tempo do verbo no grego, determina uma ação contínua… Ele tirou, tira e tirará—isto é o que nos faz poder viver, não viver para pecar. De fato, o Cordeiro foi imolado antes da fundação do mundo, e nem por esta razão o pecado deixou de existir e de ser tratado como tal. Na Cruz de Jesus, consuma-se o que já estava consumado em Deus! Mas nem por isto deixou de haver pecado no mundo, nem mesmo entre os creram Nele, antes, durante ou depois. Então você pergunta: Que salvação é essa? Que perdão é esse? Pra que serve? Bem, eu não posso responder nem por você, nem pelo seu pai, nem pela sua mãe, nem pelos amigos de seu pai, nem pela sua igreja, nem pelos seus vizinhos, nem por mais ninguém… Mas no que me diz respeito, tudo está muito simples: Em Cristo eu sou! Fui salvo, estou sendo salvo e serei completamente salvo, apenas porque já estou assentado nos lugares celestiais em Cristo; e só estou lá porque o Cordeiro foi imolado por mim antes da fundação do mundo, derramou Seu Sangue na Cruz, morreu por mim, e também levantou da morte, e eu Nele; e assentou-se nas regiões celestiais acima de todo principado, potestade e poder—e já estou também com Ele assentado nas regiões celestiais, apenas ainda estou aqui, embora minha segurança já esteja lá. Enquanto isto, entre outras coisas, eu respondo o seu e-mail… Bem, você disse para eu não filosofar. Não entendi bem, porque tudo o que não há aqui é filosofismo. Mas se você quer simplificação, ta aí uma! Sugiro que você leia sem filosofia, sem teologia e sem catecismo humano os textos de Romanos 6, 7 e 8. Leia honestamente, e me diga você, a que conclusão você chegou… Veja se no cap. 6 todos não pecaram em Adão e também se não pecaram à semelhança de Adão? Veja se no cap. 7 Paulo não afirma que sua essência humana não estava completamente atingida pela ambigüidade do pecado? Veja se no cap. 8 Paulo não diz que a condenação acabou para quem está em Cristo? Bem, respondi a você? Não sei! Respondi, mas não sei se foi para “você”. Só sei é que você não perguntou porque não soubesse, mas apenas porque quer saber o que “eu penso”—ou seja: se é heresia ou não o que eu ensino! Dá pra sentir quem é aquele que pergunta porque precisa. Perguntar, vem de “per conta”…ou seja: pela vara (conta) que tira da superfície da água as folhagens, para que se veja o fundo, o leito do rio. Esse é o significado de onde vem a palavra “perguntar”. Quem pergunta deve desejar saber, não apenas se informar. Se for apenas um informação que se deseja, a gente deve dizer: Escute aqui, eu penso “isso”, será que você pode me dizer o que você mesmo pensa sobre o assunto? Nesse caso, eu responderia: leia o site, tá tudo aqui! “Pedro Henrique”, eu estou salvo em Cristo a fim de poder caminhar sendo salvo dos efeitos do pecado. Pois, sem a salvação, ninguém é salvo do pecado! O problema é que há pessoas acham que se elas parassem de “pecar”—como se conseguissem: por exemplo, um e-mail “virtual”, que não confessa a verdade, já é pecado!—, elas seriam pessoas pecadoras que já não pecam; ou, num visão ainda mais pecaminosa, elas deixariam de ser pecadoras. Então, resta-lhes ir ao Templo orar ao lado do Publicano! Bem, eu até hoje nunca deixei de discernir pecado em mim todos os dias—mesmo nos “melhores” dias!—, e nunca me senti nem pior e nem melhor diante de Deus em razão disso. Eu estou em Cristo, tudo o mais eu busco para o meu bem e não para o meu mal, pois, aquele que sabe fazer o bem, e não faz, nisto está pecando. Sugiro que você pense menos filosoficamente em pecado. Somente um ser fixado na filosofia da teologiazinha, é que pensa que pecado se explica. Você sabe o que é a Verdade. Creia nela e você viverá! De minha parte, sei que tudo o que não provem de fé, é pecado. Também sei que bem-aventurado é aquele que não se condena naquilo que aprova. Davi diz nos Salmo 32 e Paulo confirma em Romanos—leia de 3 a 5—, que pecado é aquilo que Deus imputa a nós. Algumas vezes essas coisas podem nos passar ocultas. Mas, na esmagadora maioria das vezes, a pessoa sabe quando o que faz é pecado aos olhos de Deus. Mas nem sempre o que é pecado para Deus, é pecado para os homens. E nem sempre o que é pecado para os homens, é pecado para Deus. Portanto, muito daquilo com o que os homens sofrem, é aquilo que os próprios homens atribuem uns aos outros como pecado. E, por essa razão, muitas vezes deixam de saber o que é pecado para Deus porque vivem apenas para vencer umas listinhas neuróticas que lhes foram dadas pelos homens; e que são mantidas pelos próprios homens, e para o seu próprio mal. Em Cristo esse papo ficou furado! E sabe, o Caminho é assim tão solidamente estreito, para que apenas o justo justificado passe por ele. Afinal, o justo viverá pela fé! E, a fé em Cristo, meu querido, implica em crer que já estou salvo, embora peque sobretudo quando penso que não estou pecando. O pior pecado de quem já está em Cristo é achar que não peca mais. Desfez-se o Escândalo da Cruz! Em Cristo, todos souberam que igualmente pecaram. E todos souberam que seus pecados estão perdoados pela fé na Graça de Deus. E todos os que têm esse fé, não vivem mais da prática do pecado, embora pequem praticamente o tempo todo, pois, são pecadores. Assim, são bem-aventurados não porque não pequem, mas porque, em Cristo, Deus não imputou a nós as nossas transgressões, mas nos reconciliou com Ele mesmo. E o diabo gosta é de encontrar cristãos no ponto em que você está: quase salvo, quase certo, quase crente, quase sabendo, quase entendendo, quase, quase—mas sem tomar posse para si mesmo do benefício alcançado, ou tentando torcê-lo para o seu próprio mal. Nós somos salvos pela Graça e para boas obras… O mais, sei que você sabe, e só acreditarei que você não sabe, se me telefonar dizendo: Eu sou o Pedro Henrique, fui eu quem lhe enviou aquele e-mail. Aquele que vinha cheio de certas incertezas certas… (No particular lhe deixarei o meu telefone, já que senti que você mora aqui do lado). Do contrário, se você não me ligar confirmando que sua pessoa não é virtual, digo eu: Faze o que tu sabes e tu viverás ou morrerás! A fé que eu tenho, tenho-a para mim mesmo. E a fé não é de todos! Fale-me de suas obras, e eu saberei sobre a sua fé. E não me fale de sua fé, pois nada saberei de suas obras. Obras? Leia Tiago… Fé, leia…a Palavra. A Fé vem pela Palavra de Deus, não do Caio! Mas não “leia” a fé. Quem tem, sabe. Quem não tem, a busca. Quem tem dúvida, pergunta com um bom coração. Quem pergunta só por perguntar, está pecando, pois está escrito: Não tentarás ao Senhor Teu Deus. E no mesmo espírito da verdade, eu digo a você: Não tente o seu irmão com aquilo que você sabe. Se você não sabe, me fale de seus conflitos. Se você sabe, resolva-os você mesmo diante de Deus. Se você quer apenas saber o que eu penso sem filosofia, então, fica pra você a mais não filosófica de todas as afirmações de Paulo: O Senhor conhece os que lhe pertencem! Naquele que é Virtude não virtual, e que sabe quem somos e conhece os segredos de nossos corações, Caio