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From: VOCÊ ESTÁ
Sent: Saturday, March 01, 2008 2:20 PM
Subject: Igreja Bola de Neve e “sua doutrina” de não poder casar novamente.
Caio,
Gostaria de saber sobre artigos ou cartas em que você esclareça sobre esta doutrina que a Bola de Neve vem colocando: que se divorciando não pode casar-se novamente, e sim somente com um único marido na vida, mesmo que tenha havido infidelidade.
Minha amiga teve um casamento de 8 meses e o marido se envolveu com drogas, adultério e brigas.
Houve a separação, porem, a moça foi para esta igreja, Bola de Neve; e lá disseram para ela que “Ou você volta com seu marido ou deverá ficar solteira e esperar a morte do mesmo.”
Ela se encontra infeliz, pois não consegue viver bem emocionalmente e nem tampouco deseja a morte do ex-marido para que possa casar-se novamente.
Tentei falar que a Graça de Deus está acima disto, mas o jugo que colocaram sobre ela deixou-a confusa e a ponto de se desviar por completo e viver na prática deliberada e sem compromisso com Deus, já que para ela não teria “solução”, e estaria em constante pecado…
Este é o preço de uma doutrina que se apega em textos para dizer que o casamento é para sempre.
Se pudesse me ajudar com algum texto (artigo) bem explicativo, pois, iria repassar para ela.
No demais agradeço a atenção.
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Resposta:
Meu querido amigo: Graça e Paz!
Veja Você!
A coisa é mesmo uma bola de neve!
Inspirados em uma interpretação bíblica que faria de Jesus um grande liberal no trato do assunto e das pessoas, eles, em nome de Jesus, induzem uma menina a desejar a morte do marido, mantendo-se em estado de vigília emocionalmente homicida; ou, como aconteceu, entregam-na aos braços da promiscuidade.
É ou não é uma bola de neve ladeira abaixo?
Jesus disse que “em caso de relações sexuais ilícitas” o que foi traído está livre para não apenas se divorciar, mas casar novamente sem qualquer preocupação.
Eles, porém, querem ser mais justos que Jesus. Tornaram-se fariseus; e se estivessem diante de uma situação com Jesus sem saber que Jesus era Jesus, ficariam do lado dos fariseus e dos tiranos dos homens.
A bola de neve da Lei não reconhece Jesus!
Paulo diz aos Romanos que a Lei morreu em Cristo [e afirma o mesmo em todos os seus escritos e mensagens]. Também escrevendo aos Romanos [cap. 7], ele ilustra a morte da Lei como marido de cada um de nós, dizendo que com a morte do marido-lei [que morreu em Cristo, na Cruz] estamos livres para casar de novo; posto que Jesus cumpriu a lei do casamento na Cruz, a fim de que não apenas fiquemos livres da Lei como meio impossível de salvação, mas, sobretudo, fiquemos livres para casar na aliança da Graça; sendo assim postos numa nova relação: casados com Cristo como gente que um dia esteve esposada pela Lei. Gente que ficou livre para viver outra vez em razão do marido ter morrido para sempre e sem chance de ressurreição. Não há ressurreição na Lei e para a Lei.
Eles, no entanto, não lendo direito Romanos sete, aferram-se ao texto, quando diz: “… a mulher está pela lei ligada ao marido enquanto este vive…” — e, assim, ressuscitam a Lei na forma da vigência da Lei como Lei, fazendo com que a lei do casamento tenha ficado fora da Lei que em Cristo morreu na Cruz. E se alguma parte da Lei ficou fora do poder da Cruz, então Jesus morreu em vão.
Parece coisa da família Adams. Na Cruz teria morrido quase todo o corpo da Lei, menos “a Mão”, que, nesse caso, seria a vigência da Lei na forma da não inclusão da lei do casamento no todo da Lei que em Cristo morreu sem com Ele ressuscitar.
Ora, Paulo apenas dizia que na lei a mulher está ligada ao marido enquanto este vive; e, como Jesus é aquele que cumpriu toda a Lei [e morreu em tal cumprimento absoluto], a Lei com Ele morreu; porém, com Ele não ressuscitou; pois, Jesus ressuscitou dos mortos para que todos nos casássemos com Deus mediante a fé, e
No entanto, nossas grandes certezas não vêm de Paulo, mas de Jesus mesmo, no modo como tratou os quebrados e arrebentados desta vida.
Essa “doutrina” nada de Jesus. De fato, ela é anti-Jesus; pois, nega o que Jesus encarnou como amor em favor de todos os homens, dentro e fora da Lei.
Sim! Se a Lei estivesse viva todos nós estaríamos em adultério com Cristo, afirmando que somos salvos por Sua Graça, e não segundo a Lei.
Se a Lei [toda ela] não morreu na Cruz, então, somos bígamos e adúlteros; pois, estando casados com a Lei, nos apaixonamos e nos amasiamos com Jesus mediante a sedução da justiça da fé [a qual é oposta à justiça da Lei] — sendo, portanto, segundo a Lei, seres em estado de adultério espiritual, que é de fato como se sentem a maioria dos “cristãos”, visto que confessam Jesus com os lábios, porém, interiormente, existem sob as angustias da traição à Lei [o marido]; e, mais cedo ou mais tarde, cedem: terminam o caso com Jesus, e voltam para o marido-Lei. Depois ficam com saudades de Jesus e sem coragem de deixar a Lei. E, assim, vão levando, sem Lei e sem Jesus. Viram “crentes” em estado de angustia e culpa.
O pior é quando a pessoa um dia casou direto com Jesus, sem conhecimento da Lei, solteira de tudo, desgraçadamente livre caminhante da morte; e, assim, graciosamente, vem a conhecer Jesus, para, então, depois de um tempo, conhecer a Lei e fazer opção pela falsa segurança que ela oferece; e, assim, deixar Jesus, indo morar na casa do Zumbi-Lei, dando-se a ele em devoção apavorada e estúpida.
Diga à sua amiga que estou chamando para a mim a responsabilidade do que digo, diante de Deus, se o que digo não for a verdade do Evangelho de Cristo Jesus!
Peça à sua amiga que leia esta carta e que entre no site e comece a ler o que aqui existe como Graça de Deus para ela. Peça a ela em meu nome que pare com essa loucura, pois, não há nenhuma condenação para quem está
Minha oração é no sentido de que a mente dela seja desanuviada por completo, e que ela enxergue a grandiosidade da salvação que está a todos nós oferecida em Jesus.
Não sei de onde você escreve, mas veja se há uma Estação ou grupo do Caminho da Graça por aí. Sim! Veja no site, no link Caminhando ou clicando no ícone do Blog do Caminho. Em ambos os lugares há uma lista das Estações e grupos.
Receba meu abraço.
Nele, em Quem morreu “o marido” que me batia e me matava,
Caio
03/03/08
Lago Norte
Brasília
DF
OBS: No site há algumas cartas que tratam de questões ligadas ao grupo ao qual você fez menção.