YOU TUBE: EU TUBO, TU TUBAS ELES TUBAM, MAS NÃO É O MEU TUBO!…

 


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From: YOU TUBE: EU TUBO, TU TUBAS ELES TUBAM, MAS NÃO É O MEU TUBO!…
Date: 02/05/2009 23:04
Subject: ENCONTREI
To: [email protected]

Prezado Caio,  

 

Não tenho a certeza de que vais ler este e-mail, pois presumo que tenhas uma infinidade de tarefas a cumprir e sei que prioridades são prioridades, assim por dizer.

Sua vida deve ser, penso, cheia de compromissos e assim, não perderias seu tempo aqui lendo um e-mail de um qualquer, que nem conheces.

O que estou dizendo tem fácil relação com a idéia de um cliente entrando em contato com algum ombudsman, o que não é o caso aqui.

Não costumo, Caio, “perder” meu tempo escrevendo coisas na internet, muito menos para questões que envolvam religiosidade, Deus e etc.

O que me traz aqui é a própria internet. É que vi no You Tube alguns vídeos seus. No final eu explico.

Caio, se me permites assim chamá-lo, há muito tempo abandonei as coisas as quais acreditava, por diversos motivos, razões…

Questionei muita coisa. De forma constante e insistente fui firme por não acreditar que  estavam obrigando-me a servir a um Deus tirano, vingativo, avassalador, mimado, injusto e tão somente interessado em quinquilharias e ofertas que se Lhe ofereciam. Não, não era esse deus o meu Deus.

Preguei, conversei, palestrei, dialoguei, insisti, briguei e me aborreci (e aborreci a alguns), na inútil tentativa de expor e compartilhar o Deus “dos meus sonhos”, da minha experiência; o Deus que eu considerava existir naquele contexto, naquela equação que envolvia valores de tempo/espaço/realidade em que me encontrava. (remeto-me aos anos 80 e 90)

Nada adiantou. O Deus em quem eu cria, não podia existir para aquelas pessoas, pois elas O consideravam um ser de uma forma muito diferente e distante daquilo em que eu acreditava.

Ah, Caio, que Deus era aquele que habitava minha mente…?  As pessoas não o viam!

Que ser grandioso era aquele que, pelo menos para mim, considerava os meus mais feios pecados como “coisa de criança” e que me inocentava sempre…?

Que estava comigo nos meu dia-a-dia, no meu trabalho, no meu lazer, mas noites frias, nos meus sonhos…

Sempre falei desse Deus para as pessoas, mas a culpa “endógena” que essas pessoas carregavam, causava um efeito opacizante em suas mentes ao ouvirem minhas palavras. Desperdício e perda de tempo. Não acredito que nada tem mudado em algo substancial aquelas mentes (corações).

Também me vinham à cabeça aquelas frases decoradas, tais como: “A obra é do Espírito Santo…” ou “Ah, a semente, às vezes, cai em solo rochoso. É assim mesmo” ou ainda e tristemente “nem Jesus conseguiu agradar a todos.” 

Que lástima…

Sobre você, Caio, confesso que lembro vagamente de ter ouvido seu nome em alguma rádio no Rio de Janeiro, onde nasci e sempre vivi.

Vagas memórias sobre sua voz na década de 90. Mas eu já estava “out”…

Essa também foi a década de me redescobrir, abandonar tudo aquilo por que lutei (por puro prazer e dedicação e fé) tanto ideologicamente como por devoção. Época em que me voltei para o ceticismo e conceitos puramente científicos.

Não mais histórias de boneco de barro Adão e Eva de uma costela, arbusto incandescente que não se consumia…

Não mais arca cheia de bichos, mar se abrindo, machado flutuante, fornalha que não queimava três caras dentro…

Não mais carruagem de fogo, curas, ressurreições, diabo tentador, etc, etc, etc.

Na verdade era a fé naquilo tudo que me mantinha empenhando esforços físicos e mentais para tentar agregar alguma coisa às pessoas que me rodeavam. Muitos sentem saudades (diziam então as más línguas) daquilo que eu falava. Gostava da minha pregação.

Por muitos motivos optei por me afastar, entre eles o descontentamento com a total hipocrisia de pessoas que me rodeavam e que colocavam me sempre na parede de fuzilamento, por eu expor minhas idéias, o que incomodava uns e outros que tinham, na verdade, o medo de perder o “poder”.

Até hoje não entendo que poder é esse que eles acham que têm ou que tinham.

Talvez fosse o prazer que tinham no poder de oprimir as pessoas com sua vaidade idiota de chegar na igreja  de terno e gravata, falando com voz impostada e tudo mais, sei lá…   

A justificação pela fé era o que eu mais gostava de dividir com as pessoas.

Quando vi no You Tube você falando, me lembrei de tudo aquilo que permeou minha mente por longos anos, pois você fala de tudo aquilo em que eu acreditava.

Por isso estou escrevendo estas linhas; pela identificação que tive contigo, mesmo que numa época passada de minha vida.

Imagino que a questão política que envolveu tudo o que ocorreu na sua vida, quando falas daqueles que são hipócritas, tenha também te motivado a fazer tudo que tens feito hoje.

Sem pretensão alguma, gostaria de expressar minha admiração por você como ser humano, já que não tenho muitas informações além do que vi na Internet. Mas o ser humano me basta, assim como, para Deus, o ser humano basta e é o que importa.

Grande abraço

 

Marcelo Soares  

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Resposta:

 

Mano amado Marcelo: Graça e Paz!

 

Obrigado pelo carinho da carta e pelo modo meigo com o qual falou tudo.

Na realidade você não está com saudade de quem você foi, mas sim desejoso de poder se abraçar sem raiva e sem sentimento de estar validando a mentira.

Você nunca descreu de nada, apenas dormiu, apenas deixou a candeia apagar, ou, então, tornar-se uma “torcida que fumega” — mas o fogo, o amor, a fé e tudo o mais, estão aí, guardados de modo imorredouro em seu ser; e mais: ansioso por ser despertado para a verdadeira vida.

Eu sei o que o cansaço pode fazer à alma de um homem convicto, pois, fez na minha.

Nunca tive dúvidas atrozes em nada. No inicio da caminhada havia uma questão aqui, outra ali, mas todas no âmbito periférico da fé.

Depois de um tempo me sentia firme como um rocha, na Rocha.

Entretanto, mesmo dando-me à vida com toda intensidade e amor, cheio de fé no Evangelho, quando tive que conviver com a “cacicada evangélica” por força de minha então trágica posição como “Presidente da Associação Evangélica Brasileira” — vi que fora alguns sinceros, os “maiores” eram quase todos gangsters…

Então, devagar, sem sentir, o amor foi esfriando…

Foi acabando a missão como namoro e romance!…

Nada súbito… Nada final… Nada deliberado… Tudo muito sutil… Mas o amor foi esfriando…

Então se instala a devoção da raiva!…

Sim, a raiva da hipocrisia é tanta, e a certeza da imutabilidade daquela Besta também, que, quando você vê, mesmo amando Jesus, já está com o coração distante da pureza e da simplicidade devidos a Cristo Jesus.

Tudo o mais… — Divorcio, Dossiê Cayman, depressão de morte, etc. — veio à reboque dessa locomotiva de raiva!…

É obvio que cada coisa teve sua própria causa. Entretanto, foi o “chutar do pau da barraca” que aquelas experiências anteriores haviam provocado em mim como atitude, o poder que deflagrou todo o processo.

Portanto, digo a você que conheço o poder que o cansaço e a decepção podem causar mesmo em um coração adulto na fé em muitas coisas, como era o meu caso.   

No entanto, isso não mudou nem a minha fé e nem a essência de minha mensagem; deixando-me apenas mais livre nas expressões de conteúdos, pois, de fato, digo as mesmas coisas [inclusive as mais pesadas para os delicados ouvidos religiosos] já faz muitos, muitos anos; e todas elas estão registradas em livros das décadas de 80 e 90.
A “hipocrisia política” não me ofendeu. Eu nunca cri em política e nem em políticos de um modo geral… Naquela ocasião, entretanto, todos os “políticos” à minha volta [e, diga-se de passagem, “me enchendo o saco com a tal da história do Dossiê”] eram meus “amigos”.

Ora, mesmo dizendo “não, não, não”, acabei cedendo, e, no final, paguei a conta do que eu mesmo nem sabia o que era.

Mas não me gerou amargura em relação a ninguém… Apenas produziu raiva de minha própria burrice, violando meus princípios, e saindo do curso firme no qual eu me havia posto a vida toda!

Tudo isto, porém, é passado… Just history!…

Com relação aos “evangélicos”, sempre fiz diferença entre Evangélicos e “evangélicos” — ou seja: entre os que eram do Evangelho, evangélicos, e os que eram da “Igreja Evangélica”, que são os “evangélicos”, servos do termo, sem conhecer o conteúdo.

Eu, entretanto, para melhor servir a Deus e ao próximo, decidi ficar de fora…

Sim, a decisão foi, é e será somente minha… Ainda hoje, se ficasse louco e decidisse “voltar ao meio”, saiba: amanhã estaria onde eu quisesse nesse chamado meio “evangélico”. Sim, humanamente falando tenho todos os “botões nas mãos”…

O problema é que não quero nem morto!…

Faz mal a muitos estarem ali… Como poderia eu reforçar tal engano?…

No meio disso tudo ainda tem muita gente boa e até boas “igrejas”, mas, no geral, a coisa toda apodreceu.

E como Jesus disse que não era para tentar colocar remendo de pano novo em veste velha, estou tentando tecer a nova veste com pano novo desde o inicio. Sim, com as simples roupagens do Evangelho apenas!

No mais, os vídeos do You Tube dão a você apenas uma nesga do que penso e ensino… Não sou o You Tube… Rsrsrs. Há muito mais do que cabe naquele Você Tubo.

No Você Tubo as pessoas põe o que julguem ser escandaloso ou provocante… Isto segundo elas mesmas, pois, eu próprio, nunca postei nada no Você Tubo.

Há muito mais que não está naquele Tubo…

Por isto, convido você para o My Tube [rsrsrs], o meu site www.caiofabio.com – no qual você terá também, além de textos para ler anos e anos a fio, o Meu Tubo, a Vem e Vê TV, que onde eu entubo as coisas que julgo serem pertinentes e importantes para a vida.

Leia, se informe, e, se julgar que o que digo realmente é verdade do Evangelho segundo o seu entendimento, então, procure um de nosso grupos aí no Rio. Veja a lista no meu site.

Aliás, agora, em junho, teremos um Encontro do Caminho Brasil aí no Rio. Veja as instruções no www.caiofabio.com – e apareça se puder; pelo menos para me dar um abraço.

O mais, mano, é esquecer o tempo perdido e remir o tempo, pois, os dias são maus…

Receba meu carinho e também meu desejo de que estejamos apenas iniciando uma linda jornada juntos.

 

Nele, que tem os Seus e eles nunca conseguem esquecê-Lo,

 

 

Caio

5 de maio de 2009

Lago Norte

Brasília

DF

Dia do aniversário de minha amada mulher, Adriana.