—– Original Message —–
From: ZEITGEIST: E A NOVA ORDEM MUNDIAL…
Sent: Friday, May 29, 2009 12:44 PM
Subject: Sobre o Documentário Zeitgeist
Prezado Pastor,
Meu nome é Ronaldo de Oliveira. Músico e membro da Igreja Batista
Se é que já não o conheça, o documentário é intitulado “Zeitgeist”; é um documentário assinado por Peter Joseph, do qual não disponho de outras referências.
O documentário em questão é dividido em três partes; sendo a primeira parte a que me causou maior curiosidade.
O objeto dessa primeira parte está em mostrar, através de uma pesquisa questionável, as influencias pagãs nas religiões Judaico-Cristãs.
Principalmente sobre os mitos egípcios de Hórus, que segundo ele foi usado como base para se forjar a “estória“ de Jesus Cristo.
Bem.. estou lhe enviando o link. Caso haja tempo e interesse, se fosse possível, gostaria de ver algum comentário seu sobre o assunto, uma resenha ou até mesmo um vídeo.
Cadastrei-me em seu site, e frequentemente assisto suas pregações e reflexões.
Caso considere o assunto pouco relevante, entenderei.
Eu não tenho conhecimento suficiente para refutar todos os argumentos do documentário, e conhecendo seu ministério, e entendendo que tens qualificações teológicas e filosóficas para tanto, envio-lhe esse simples e-mail.
Creio que o assunto pode ter um desdobramento interessante. E agradeço desde já a atenção.
Que a paz de Cristo esteja contigo!
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Zeitgeist
Link pra assistir no GoogleVideo [legendado]:
http://video.google.com/videoplay?docid=-1437724226641382024
Descrição feita pelo site CinemaNotebook
“”Zeitgeist” é um polemico documentário amador ramificado em três partes distintas. O título surge de um termo alemão que significa “Espírito do Tempo”, e que é atribuído segundo alguns dos maiores filósofos alemães ao avanço intelectual e cultural do mundo, numa determinada época. Realizado, produzido e escrito pelo anônimo Peter Joseph, “Zeitgeist” foi lançado pela primeira vez no serviço Google Vídeo, em Junho de 2007, tornando-se em poucas semanas o filme mais visto de sempre alojado nos servidores da Google (8 Milhões no final de Novembro, sendo que foi retirada desde dessa altura o contador, ninguém sabe bem porquê). Tal fama levou a que Peter Joseph fosse convidado pelos responsáveis do “4th Annual Artivist Film Festival & Artivist Awards” a apresentar a sua controversa obra caseira ao circuito cinematográfico.
Temos então uma primeira parte intitulada “The Greatest Story Ever Told”. Esta investiga e analisa aquela que o autor considera ser a maior encenação da história da humanidade: a existência de um Cristo e as religiões
Depois deste embate de fatos e pesquisas sociais, somos bombardeados com uma fase intermédia que defende aquela que é a conspiração rainha deste novo milênio: os atentados terroristas do 11 de Setembro, numa peça denominada “All the World is a Stage”. Entre demolições controladas, aviões invisíveis e declarações de seguranças que viram as cassetes de vigilância antes de elas serem todas confiscadas pelo FBI, temos aqui um complemento interessante ao mais do que célebre “9/11: Loose Changes”.
Para terminar, uma abordagem arriscada e refrescante à dominação mundial por parte dos sistemas bancários impostos nas sociedades modernas, com especial destaque para os Estados Unidos, com uma conspiração bem montada que envolve a Reserva Federal, a família Rockefeller, duas Guerras Mundiais, o Iraque, o Vietname e até a Venezuela. Este capítulo denomina-se “Don’t Mind The Men Behind The Curtain” e serve de machadada final à teoria que Peter Joseph apresenta no início de “Zeitgeist”: somos umas marionetes neste mundo e não nos importamos com isso.
Independentemente do nosso julgamento perante o que nos foi impingido durante cerca de duas horas, é de louvar o trabalho técnico, artístico e de pesquisa efetuado por alguém como Peter Joseph, sem meios aparentes de divulgação ou controlo mediático. E nem sempre é preciso acreditar na mensagem para elogiar o trabalho do mensageiro. E é bom que se tenha em consideração que obras como “1984”, “Brave New World” ou “V for Vendetta”, consideradas utópicas nas suas épocas, são hoje bases dogmáticas da realidade que nos envolve. Será que alguém ainda acredita que não é escravo da Religião, do Terror e do Dinheiro?”
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Resposta:
Meu irmão querido: Graça e Paz!
Aqui no site você encontra muitas alusões minhas a tal idéia, e, mais do que isto, acerca da silenciosa conspiração que se instala em todos os setores, os quais ainda se ocultam, mas que em breve se manifestarão.
Também me ative apenas à 1ª parte do Documentário, embora já tenha também assistido as outras duas partes.
Thomas Carlyle disse que se Jesus não fosse “histórico”, se Ele fosse apenas uma “construção mental e literária”, nem assim se ficaria livre de “Deus”, pois, a mente que tivesse criado “Jesus como conto”, seria tão maravilhosa, que, precisaríamos descobrir quem foi…, a fim de adorá-La como Deus mesmo.
O documentário Zeitgeist é antes de tudo uma reação à Religião. Toda sua ênfase está na Religião como corrompida e corruptora das mentes humanas.
Ora, quanto a sentir-se ofendido por tudo quanto proceda da Religião, inclusive Jesus como “produto”, não há dúvida de que o documentário tem razão.
Entretanto, tudo isto tem a ver com a Religião, com suas mentiras e invenções… Sobretudo, fala de “Deus” segundo a Religião do Inferno e das Barganhas…
“Ele ama você e Ele precisa de dinheiro!” — é o mote central da verdadeira brincadeira que estereotipa o Cristianismo no documentário. É a partir desse pressuposto, observável durante toda a História, que o documentário baseia sua negação de Jesus.
Assim, por tais categorias ele está certo, tão certo quanto o meu site está…, nas mesmas acusações que faz.
Tenho dito exaustivamente que o “Cristianismo” é uma criação humana, um grande sincretismo, e, ao fazer isto, uno a minha voz a milhares de outras, que, em todos os tempos, fizeram a mesma confissão e denuncia.
No livro “Subversion of Christianity” Jaques Elull demonstra como o Cristianismo é um grande sincretismo, fazendo absorções tanto pagãs e antigas, como também fazendo a absorção dos elementos prevalentes de quase todas as culturas que o tenham visitado ou onde a presença do Cristianismo tenha acontecido.
O processo de sincretização do Evangelho aconteceu muito cedo, e o primeiro deles foi o do “judaísmo como elemento fundamental à fé em Jesus”; e isto conforme hoje ainda se vê; e pior: de modo crescente…
Paulo adverte várias vezes quanto a tais assimilações, que, no mundo pagão no qual ele vivia [ele passou a maior parte do tempo fora de Israel], também se manifestavam pelas muitas formas de tentativas de adaptação de Jesus às filosofias ou seitas religiosas, a maioria delas de natureza esotérica ou gnóstica, e de linhas de convicção diferentes em algumas pequenas variações, mas convergentes quanto às mesmas coisas elementais: Jesus não era Deus; Jesus era o Senhor de uma Era; Jesus era uma Manifestação de Deus; Jesus era uma Imagem de Deus; Jesus era o mais elevado de todos os profetas; Jesus era a reencarnação de algum “deus” anterior, egípcio, grego, romano, ou persa…
Em quase todas as suas cartas Paulo lida com tais questões, sem mencionar os nomes dos movimentos que aquelas questões representavam para os seus leitores, embora eles soubessem a que ele fazia referencia. Sabiam que era acerca da perversão do Evangelho ele denunciava.
É por isto que em Colossenses o apostolo enfrenta a Lei de Moisés e o escrito de dividas contra nós [judaísmo], ao mesmo tempo em que se insurge contra o ascetismo ou contra o dualismo que separava corpo/espírito, desconstruindo o sentido da Encarnação [gnosticismo e esoterismo das seitas de mistério em geral].
Por isto Paulo diz que em Jesus habita corporalmente toda a Plenitude da divindade. E mais: que Nele tudo subsiste. E ainda: que Ele é Aquele em quem estão ocultos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento.
Depois de Paulo muitas absorções aconteceram. Entretanto, foi nos dias do Imperador Constantino, no Concílio de Nicea, que oficialmente se criou o “Cristianismo” que até hoje está presente no mundo; e que hoje é o grande responsável pelo descaso e abuso que se pratica contra Jesus; e mais: é por sua razão e existência que Jesus está sendo visto e entendido como mais uma manifestação de Deus, um deus de uma Era, um Senhor da Era de Peixes, um representante de um tempo que já não é — posto que o Cristianismo de fato seja apenas um grande sincretismo, o maior de todos, e que fez adaptações e absorções pagãs de todas as naturezas, assimilando o panteão de todos os povos, segundo as cronologias “sagradas” de todos os cultos pagãos anteriores, da data do nascimento de Jesus, a todas as demais hipertrofias e exageros, como o papel da Virgem e da Mãe de Deus, além de tudo o mais que não seja a simplicidade dos movimentos de Jesus nos Evangelhos.
Todavia, o documentário Zeitgeist não é apenas uma manifestação inocente e traumatizada em relação ao Cristianismo. De fato, ele é propositivo e destruidor. E mais: na sua intenção de mostrar que existe um novo caminho chegando, que Jesus faz parte de uma grande arquetipia universal, criada e usada pelos fundadores do que quer que seja o Cristianismo — há, no entanto, uma pavimentação de caminho e de proposta: Está chegando o Novo Arquétipo, o Novo Senhor de uma Nova Era.
Assim, temos o seguinte:
1. A história de Jesus é um composer de todas as demais histórias míticas dos povos;
2. Os judeus são os maiores estelionatários da terra, pois, se apossaram dos mitos da Mesopotâmia, do Egito e da Pérsia, a fim de criar a sua própria história como povo;
3. O Cristianismo criou a história de Jesus a partir dos mesmos mitos e seqüências míticas dos mesmos povos, sendo Jesus o ápice de tal manifestação;
4. O Cristianismo usou tal construção para fazer Jesus ser o Deus da Terra, quando, no máximo, Jesus seria a Luz de uma Era; a Era de Peixes;
5. A Era de Peixes acabou; a Era de Jesus findou; o Cristianismo não quer perder poder; por isto luta para fazer continuar a Era que já não é: a de Peixes;
6. O Cristianismo e as religiões de um Deus, como o Islamismo e o Judaísmo, são os impeditivos da manifestação dessa Nova Era;
7. O Cristianismo, que é um grande sincretismo [e é mesmo] não admite o fato apenas para não perder o poder e não admitir a chegada da Nova Era;
O que não se diz é quem criou entre os personagens dos evangelhos a tal História de Jesus…, que seria a história dos mitos da mesopotâmia, do Egito e da pérsia e dos gregos e romanos…
E não apenas isto; mas, sobretudo, o espírito do documentário todo, no seu ódio ao Cristianismo, é contra Jesus; na medida
Assim, mais uma vez, pelo trauma do Cristianismo, Jesus é envolvido no pacote da mentira, e com poder de enganar se possível os próprios eleitos…
Ou seja: no ódio contra o Cristianismo, o autor do documentário misturou as coisas, e, não somente atribuiu a algum grupo original de pessoas a diabólica criatividade de não apenas inventarem Jesus, como também darem suas vidas por tal mentira, e, assim, instituírem o mais duradouro ato de influencia na espécie humana: a criação de Jesus.
As bases motivacionais do autor do documentário são simples: ele é uma vitima do Cristianismo que tomou como missão acabar com tudo quanto relativo ao Cristianismo possa ter algum valor na terra…
Alguém, entretanto, pergunta: Mas e as coincidências? Sim, e as semelhanças com os mitos dos povos?
Ora, para começar os evangelhos não dizem nada sobre quase nada em relação ao nascimento de Jesus, muito menos que Ele nasceu no dia 25 de dezembro, que é de fato uma data na agenda sagrada dos povos, em razões de seus mitos e crenças comuns.
Entretanto, muitas são de fato as coincidências, as quais me são conhecidas desde a infância na fé, e, as quais, aos meus olhos, tiveram sempre outra interpretação a partir de minha visão acerca da Ordem de Melquizedeque.
Ou seja: sempre cri que em todas as culturas da Terra havia fragmentos da revelação de Deus, manifestos como mitos e arquétipos de natureza universal do ponto de vista da semeadura da Graça de Deus preparando a humanidade para ouvir o Evangelho.
Anos depois, Don Richardson, um missiólogo cristão, lançou um livro chamado “O Fator Melquizedeque”, o qual não trabalhava com a visão da Ordem de Melquizedeque na mesma perspectiva de minha abordagem [que tem sua culminância salvífica em minha percepção, independentemente do testemunho humano], mas que afirmava que Deus deixara em todas as culturas humanas portas de entrada para a pregação do Evangelho; “portas” essas que ele chamou de “fator Melquizedeque”.
Sim, pois o fato de que em todas as culturas do mundo há sonhos, mitos e representações da esperança da visita de Deus aos homens, e, concomitantemente o Evangelho anuncie que Jesus é a esperança dos pagãos, dos gentios, e que Sua mensagem é para todos os povos — afirma apenas que desde sempre Ele fora a esperança de todas as nações, mesmo sob as nuvens do obscurantismo; pois, “por toda a terra se faz ouvir a Sua voz”.
Entretanto, o desejo do documentário é outro… Sua intenção é “evangelizadora” na perspectiva da preparação para uma Nova Era; pois, de um lado, ele faz Jesus ser uma invenção…, mas, de outro lado, conforme a conveniência das próprias convicções do autor, ele faz o Arquétipo Mítico dos Povos, a Matrix do Inconsciente Coletivo, estar agora em franco estabelecimento do Novo Visitante; do Novo Messias; da Continuidade do que esteja escrito nas estrelas como destino ainda incompleto da humanidade; sendo que a Era de Jesus está, por isto, de todo Esgotada.
Aqui no site tenho outros textos sobre o mesmo tema. Todavia, nos últimos dias, vi como muitos cristãos ficaram afetados pelo documentário aqui em questão.
Foi por esta razão que, ainda que apressadamente, decidi escrever estas linhas a você e a todos quantos por elas possam se interessar.
Quem conhece as mutretas históricas e as absorções pagãs do Cristianismo não tem nenhuma surpresa com as “informações” contidas no documentário.
Para mim tive apenas duas surpresas: a má intenção igualmente história do autor, tão preconceituoso e crente quanto os cristãos obscurantistas que ele denuncia; e também acerca da cara de pau dele de “matar o Jesus histórico” pela via da denuncia do “plágio mítico”, ao mesmo tempo em que se serve do que em relação a Jesus seja para o autor um “plágio”, para agora erigir o Messias de suas próprias expectativas: um Visitante de um Nova Era.
Assim, o que se vê neste documentário é a vingança da História contra o Cristianismo…
Sim, pois se usa todos os instrumentos sistematizantes que o Cristianismo usou para fazer seus dogmas e doutrinas, a fim de construir um sistema anticristão; porém, de lógica cristã, contra o próprio Cristianismo.
O cacete que o Cristianismo leva é justo. Mas a mentira da construção do restante…, bem como a deliberação de usar um argumento para destruir uma evidencia, e o mesmo argumento a fim de erigir outra…, é não apenas ridículo, mas evidenciador da nova Era de Crentes que se avizinha…
É apenas o começo!…
Quem não estiver na Rocha vai cair de maduro quando a casa erguida na areia desmoronar!…
Nele, que é Senhor de Vivos e Mortos e Senhor de Todas as Eras,
Caio
30 de maio de 2009
Lago Norte
Brasília
DF
Leituras:
MAITRÉIA E O NOVO JESUS GNÓSTICO
O EVANGELHO DE JUDAS ISCARIOTES: O EVANGELHO DA MORTE! I-II